Um ano após revolucionar o mundo metálico com “Scream, Bloody, Gore”, o Death liberou o que para muitos é sua obra prima, o álbum “Leprosy”, que definiria as bases do Death Metal (old school).
Se o primeiro registro soava ainda primitivo, “Leprosy” apresenta grande evolução técnica e vocal. Nele podemos perceber canções mais trabalhadas, com solos inspirados e mais variações de uma música para outra. As guitarras, divididas entre Schuldiner e Rozz, se destacam, com riffs pesados e melódicos, tonando o álbum agressivo, mas ao mesmo tempo ritmado, algo que diferencia o Death de outras bandas do mesmo estilo, pois casa melodia e brutalidade sem cair nos excessos de um ou outro.
O álbum abre com a faixa titulo, “Leprosy”. Cadenciada e pesada, é aquela faixa com riffs que não te deixam parado. Seguida pela veloz “Born Dead”. Rápida e com um refrão fácil de aprender, é visceral. A evolução no trabalho de composições de Schuldiner pode ser conferida em “Forgotten Past” e “Pull the Plug”, faixa que permaneceu sendo executada em diversos shows. A letra, que trata sobre eutanásia, apresenta uma aproximação com temas mais realistas, transcendendo as temáticas gore/satânicas da época. Estes temas vão se tornar cada vez mais fortes nos próximos lançamentos. Podemos ainda identificar influências de Thrash Metal ao longo das faixas. “Left to Die” e “Open Casket”, são bons exemplos dessas influências.
Mesmo com as passagens mais melódicas, “Leprosy” não diminuiu a agressividade contida em “Scream, Bloody, Gore” (1987). Contendo um tempero a mais, os vocais mais doentios e interpretativos de Schuldiner. Uma curiosidade sobre o álbum é que Schuldiner, foi o responsável pelas linhas de baixo do álbum e Terry Butler, mesmo creditado, se juntou à banda quando tudo já estava pronto.
É fato que próximo dos seus 30 anos, “Leprosy”, continua atual e matador do inicio ao fim. Este foi o segundo álbum de estúdio do Death e se tornou uma referência para o Death Metal mundial. Foi também o primeiro do Death a ser gravado no conceituado estúdio Morrisound, em tampa na Florida, contando com a produção de Scott Burns e com a arte de Edward J. Repka. Neste registro já podemos identificar tendências que tornaram o Death não mais uma banda de Death Metal, mas a banda de Death Metal.
Formação:
Chuck Schuldiner (vocal, guitarra e baixo);
Rick Rozz (guitarra);
Bill Andrews (bateria).
Faixas:
01 – Leprosy
02 – Born Dead
03 – Forgotten Past
04 – Left to Die
05 – Pull the Plug
06 – Open Casket
07 – Primitive Ways
08 – Choke on It
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9/10