Peguei a missão de falar sobre o álbum de estreia da banda britânico Carcass. Lançado pela Earache Records em julho de 1988, é o primeiro álbum do estilo goregrind – gênero musical com foco lírico em imagens grotescas. De acordo com Matthew Harvey, da banda Exhumed, a música Goregrinde “é caracterizada por sua preocupação com vocais com alteração de tom ou extremamente baixos, uso de patologias gore e forense como assunto exclusivo e, geralmente, ritmos muito rápidos. As bandas de Gore-Grind também têm a tendência refrescante de não levar a si mesmas ou suas letras muito a sério. Isso é evidenciado pelos … desenhos muitas vezes intrincados e repugnantes, mas inegavelmente caricaturais, que adornam muitas capas de álbuns do Gore-Grind”.
Este disco é o que marca o goregrind na cena do Metal Extremo, com isso, Carcass tornou-se a banda pioneira no splatter goregrind, no Death Metal – junto com o Cannibal Corpse. Diferentes da bandas Death, Pestilence e Possessed, que são consideradas os ‘pais’ do death metal, Carcass apresenta um estilo muito mais rápido, agressivo e dilacerante.
Diferente dos álbuns posteriores, no qual Carcass apresenta evolução, técnica. temática e produção mais apurada, “Reek of Putrefaction” traz uma gravação, pelo menos, a edição brasileira, literalmente podre. Sem separação de grave ou agudo, com tudo muito sujo (talvez isso contribua, ou não, para a concepção dessa resenha). A audição lembra muito a concepção de discos de bandas undergrounds, do cenário do metal extremo, como Sarcófago e os primeiros do Sepultura, no qual a gravação era realizada com equipamentos precários, tanto os instrumentos quanto os recursos do estúdio. Trazendo assim essa atmosfera mais underground, mas que graças a isso, ajudou a marcar este período e a contribuir para os discos ficarem raros e caros.
Esta estréia é apenas o primeiro passo na evolução dessa banda em constante mudança. Com a ajuda de “Reek of Putrefaction” e seu conteúdo anormalmente forte, Carcass é capaz de evoluir ainda mais seu som, com cada lançamento sucessivo levando a banda a passos largos em estilo e habilidade. As raízes não devem ser esquecidas, pois este disco é prova ser uma estréia que vale a pena ouvir repetidamente.
Faixas:
01. “Genital Grinder” – 1:32
02. “Regurgitation of Giblets” – 1:24
03. “Maggot Colony” – 1:37
04. “Pyosisified” (Rotten to the Gore) – 2:55
05. “Carbonized Eye Sockets” – 1:11
06. “Frenzied Detruncation” – 0:59
07. “Vomited Anal Tract” – 1:45
08. “Festerday” – 0:22
09. “Fermenting Innards” – 2:35
10. “Excreted Alive” – 1:21
11. “Suppuration” – 2:19
12. “Foeticide” – 2:46
13. “Microwaved Uterogestation” – 1:24
14. “Feast on Dismembered Carnage” – 1:27
15. “Splattered Cavities” – 1:54
16. “Psychopathologist” – 1:18
17. “Burnt to a Crisp” – 2:43
18. “Pungent Excruciation” – 2:31
19. “Manifestation of Verrucose Urethra” – 1:02
20. “Oxidised Razor Masticator” – 3:13
21. “Mucopurulence Excretor” – 1:09
22. “Malignant Defecation” – 2:14
Formação:
Ken Owen – vocal e bateria
Jeffrey Walker – vocal e baixo
Bill Steer – vocal e guitarra