Roadie Metal Cronologia: Cannibal Corpse – Torture (2012)

Se pensar lhe faz mal, com Cannibal Corpse faz muito bem, ainda mais em se tratando do álbum Torture de 2012, lançado via Metal Blade Records, contabilizado como o 12º trabalho, uma verdadeira pérola no quesito death metal extremo, com músicas rápidas, pesadas, agressivas e com momentos mais cadenciados, mas repletos de um groove característico do som da banda. Como sempre, mas com uma evolução sonora nítida, mas sem perder as raízes, o som da banda continua muito técnico e visceral ao mesmo tempo, com um trabalho sensacional de guitarras e um desfile de riffs poderosíssimos, além de uma cozinha pra lá de consistente e experiente, com as linhas matadoras do baixo genial de Alex Webster. O som da bateria muito bem timbrado, sincronizado, veloz e com uma batida peculiarmente pesada, dando toda identidade própria sem soar repetitivo. E sem querer criar polêmicas, já que a era Chris Barnes teve sua importância, sua contribuição e, sobretudo um trabalho muito importante e de alta qualidade, membro fundador e figura muito carismática, comparações aqui não cabem, mas você leitor e, sobretudo fã de death metal extremo sabe exatamente do que estamos falando, os dois vocalistas são incríveis e sensacionais, cada um com sua fase maravilhosa na banda, mas, Corpsegrinder é pra lá de monstruoso também, mantendo a marca sonora e lírica da banda sem perder a essência básica que faz jus ao Cannibal Corpse.  

Contra a estagnação, o Cannibal Corpse em Torture consegue sucesso na empreitada, com Erik Rutan (Morbid Angel, Hate Eternal, Ripping Corpse) como produtor, gravado nos estúdios Mana Recording em St. Petersburgo (Rússia) e na Flórida (EUA), um gênio em saber extrair o melhor som das bandas no cenário death metal em geral, sendo que os dois últimos trabalhos do Corpse nos álbuns Evisceration Plague (2009) e Kill (2006) tiveram sua produção também, mostrando uma banda com solos mais refinados, mas brutais, com estruturas ímpares de som e sincronização que dão uma identidade própria, com criatividade nos momentos mais cadenciados, fundindo uma estrutura rítmica extrema, mas com uma melodia mais limpa e perfeita, tornando Torture um álbum especialmente interessante de se ouvir do começo ao fim, um pouco mais de 40 minutos do mais puro e sinistro death metal extremo bem tocado, com letras doentias e perturbadoras, fechando com uma arte gráfica bacana da capa do disco criada por Vincent Locke, que trabalha há vários anos com a banda.  

O álbum Torture abre de forma espetacular com a faixa “Demented Aggression”, hoje um clássico da banda, com uma levada matadora e inesquecível, George “Corpsegrinder” Fisher está urrando como nunca, forte, intenso e poderoso, com guitarras sincronizadas e o som pesado na medida certa, a bateria de Paul Mazurkiewicz está uma verdadeira britadeira sem limites, e o baixo sombrio de Alex Webster detonando tudo, cozinha perfeita para uma faixa precisa como essa.

Não obstante, temos dois destaques, que são as faixas “Sarcophagic Frenzy” e “Scourge of Iron”, riffs e solos muito bem trabalhados, cadência e peso com uma energia incrível, além de agressivas e rápidas, uma verdadeira aula de death metal extremo.

Concomitantemente e seguindo essa pérola do metal extremo, vem à divertida “Encased In Concrete”, com destaque para o baixo de Alex Webster que arrasa. Sem perder o fôlego vem a poderosa “As Deep As The Knife Will Go”, matadora do início ao fim, uma tijolada pesada na orelha. Com “Intestinal Crank” diminui o ritmo, mas sem perder o peso, misturando momentos de aceleração e recuo com agressividade, soando uma faixa diferente e séria.

Em “Followed Home Then Killed” temos a mistura da essência do álbum aqui, com abertura sombria, um convite a entender a obscuridade do som, cadência, rapidez, melodia e suavidade, com agressividade e solos inteligentes, uma faixa ousada sem perder o brilho, deixando o melhor para a faixa seguinte, em “The Strangulation Chair”, linda de se ouvir, gravação perfeita, peso, cadência e criatividade instigante. Sem abaixar o volume ainda, temos a bacana “Caged… Contorted”, música forte e com riffs e solos matadores, uma aula de metal extremo outra vez, seguida das faixas “Crucifier Avenged” e “Rabid”, divertidas, pesadas, que abrilhantam o disco de forma espetacular.

Concluímos com a destruidora “Torn Through”, finalizando o álbum Torture com uma nota 10 sem medo de errar, disco para se ouvir do começo ao fim sem interrupções, recomendadíssimo aos fãs e amantes de death metal extremo, mais uma contribuição musical importante e única do grandioso Cannibal Corpse.

Cannibal Corpse – Torture
Data de lançamento: 12 de março de 2012
Gravadora: Metal Blade

Tracklist:

01. Demented Aggression
02. Sarcophagic Frenzy
03. Scourge of Iron
04. Encased in Concrete
05. As Deep As the Knife Will Go
06. Intestinal Crank
07. Followed Home Then Killed
08. The Strangulation Chair
09. Caged…Contorted
10. Crucifier Avenged
11. Rabid
12. Torn Through

Membros da banda:
George “Corpsegrinder” Fisher – vocalista
Rob Barrett – guitarrista
Pat O’Brien – guitarrista
Paul Mazurkiewicz – bateria
Alex Webster – baixo

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