Hoje no Roadie Metal Cronologia tive o prazer de pegar um álbum de uma das bandas que mais me influenciou musicalmente e que foi uma das minhas grandes entradas no mundo do Metal Extremo: o Cannibal Corpse.
O álbum “Bloodthirst“, de 1999, é o terceiro da banda com Corpsegrinder nos vocais e o segundo com Pat O’Brien na guitarra principal. Para a crítica, o álbum não é muito aclamado e também não é um dos álbuns mais conhecidos da banda, porém justamente é esse o objetivo do Roadie Metal Cronologia, analisar o álbum e dar uma opinião concreta de ouvinte.
Algo que já se faz interessante sobre o álbum, antes mesmo de ouví-lo, é suas duas capas diferentes. Devido ao excesso de conteúdo gráfico nas capas do Cannibal Corpse, é normal que os álbuns tenham versões de capas censuradas em alguns países. Em geral, a censura é leve e não altera a arte original. No caso de “Bloodthirst“, a capa censurada é completamente diferente da original. Na comparação abaixo podemos ver que a ideia geral se manteve, mas nem o formato da criatura da figura é o mesmo, sendo que na versão censurada ele está mais para um “homem-árvore” do que para um “homem-inseto”.
Diferentemente de outros Cronologias que fiz, neste não irei fazer a análise faixa a faixa do álbum. Quem conhece Cannibal Corpse sabe que em geral as faixas não se diferenciam tanto a ponto de ter algo a comentar sobre todas. Acho mais proveitoso eu ouvir este álbum inteiro ( visto também que tem apenas 34:35 de duração) e dar uma opinião mais geral.
Estou ouvindo o LP pela página da Metal Blade Records, portanto podemos separar o álbum em Lado A e Lado B para uma melhor análise.
No Lado A, que vai de “Pounded Into Dust” até “Raped By the Beast” temos o Cannibal Corpse clássico: blast beats, guitarras absurdamente rápidas e o vocal de Corpsegrinder quase estourando os ouvidos. Uma música que se destacou para mim foi a própria “Raped By the Beast” que, além de ter o nome mais “pesado” destas primeiras 6 faixas (não que os outros sejam leves), tem um riff muito interessante que vai do grave para o agudo com uma velocidade absurda, que mostra a habilidade e agilidade dos guitarristas Jack Owen e Pat O’Brien. Um destaque vai também para a faixa inicial, “Pounded into Dust“, por ter uma duração absurdamente curta de 2:17.
No lado B, o primeiro destaque vai para “Hacksaw Decaptation” que tem uma bela introdução cheia de sons diferenciados (como vento, por exemplo). Por si só não é algo tão diferente, mas o Cannibal Corpse não tem costume de adicionar estes elementos às suas músicas, sendo que geralmente as músicas são “direto ao ponto”.
Em geral o álbum “Bloodthirst” não decepciona como obra do Cannibal Corpse, tem tudo que o fã espera e todas as músicas tem o mesmo efeito: dão vontade de fazer um circle pit em qualquer ambiente e sair quebrando tudo.
Mas, entendo de certa forma o motivo dele não ter um grande reconhecimento dentre a obra completa da banda. Ele se resume na primeira frase do parágrafo anterior, “não decepciona como obra do Cannibal Corpse” e é isso somente, nada mais. É “mais um” álbum do Cannibal Corpse, nada de inovador, nada de extremamente chamativo, nada demais e nem de menos. Nem no quesito de capa, que sempre é algo a levar em conta nas obras da banda, não tem nada que o destaque. É uma arte interessante que mostra um híbrido entre inseto e humano decapitando um homem, nada polêmico como “Tomb of the Mutilated“, nem surpreendentemente simples e limpo como “Kill“, é só mais uma capa de álbum com alguém decapitado. O fato também de este álbum não ser em meio a nenhuma mudança de formação não traz nenhum motivo para ser algo além de “mais um” álbum da banda.
De qualquer forma, não é um trabalho que de fato dê para reclamar. É um álbum bem executado, bem gravado e bem produzido, que permite mais de 30 minutos de pura violência e loucura, que por si só já é mais do que suficiente para o Cannibal Corpse.
Tracklist:
1- Pounded into Dust
2- Dead Human Collection
3- Unleashing the Bloodthirsty
4- The Spine Splitter
5- Ecstasy in Decay
6- Raped by the Beast
7- Coffinfeeder
8- Hacksaw Decapitation
9- Blowtorch Slaughter
10- Sickening Metamorphosis
11- Condemned to Agony
Formação:
– George ‘Corpsegrinder’ Fisher (Vocais)
– Jack Owen (Guitarra – solos nas faixas 3, 4, 6, 7, 9 e 11)
– Pat O’Brien (Guitarra – solos nas faixas 1, 3, 4, 8, 9, 10, 11)
– Alex Webster (Baixo)
– Paul Mazurkiewicz (Bateria)
Produção:
– Colin Richardson (Produtor)
– Justin Leeah (Engenheiro)
– Bobby Torres ( Assistente de Estúdio)
– Eddy Schreyer (Masterização)
Arte e Design:
– Vincent Locke (artwork)
– Brian J. Ames (Design Gráfico)
Alex McKnight (Fotografia)
Estúdios:
– Village Productions ( Produção)
– Oasis Mastering (Masterização)