Roadie Metal Cronologia: Candlemass – Epicus Doomicus Metallicus (1986)

A Suécia sempre surpreende a todos quando se trata de metal, muitas vezes quando se fica sabendo de algo vindo de lá, geralmente acaba sendo algo digno de maestria. Verdadeiras obras de arte fonográfica. A Europa de modo geral sempre acaba reverenciando a todos nós headbangers com grandes bandas, álbuns e músicos que com suas contribuições ajudam a aprimorar mais e mais a “cena” do heavy metal mundial.

Não seria diferente com uma banda como Candlemass. Eu já tinha ouvido falar (repetidamente) da reputação da banda, e como ela era influente em seu gênero, normalmente apontado como doom metal. E quando vi o título do debut álbum da banda, era de se esperar daqueles plays cheios de peso e densidade, com guturais e um ar sinistro de arrepiar. Porém, eu nunca havia ouvido nada banda, logo, acabei estando parcialmente enganado na expectativa atmosférica que criei em minha cabeça. E creio que este seja um engano que muitos que nunca ouviram a banda, provavelmente cometam a julgar pelo o que se espera do estilo (ainda mais depois de um título como “Epicus Doomicus Metallicus”).

Ainda é doom? Sim, ainda tem muitos elementos de doom. Tempos lentos, guitarras pesadas, bastante melodias, mas é um doom flertando bastante com o ar gótico e melancólico. E possivelmente foi isso que colocou holofotes na banda, já que ao modo deles eles pareciam contrariar alguns clichês (características) do gênero que defendem. O vocal é limpo e melodioso, muito bem executado, e as vezes com algumas nuances beirando o erudito. Há presença de falsetes também.

Há bastante presença de instrumentos clássicos, teclados e sintetizadores, e algumas orquestrações (possivelmente simuladas), que ajudam a enriquecer a qualidade das músicas. Porém de nenhuma forma as músicas parecem perder peso e qualidade, mesmo quando as guitarras não estão presentes, o fraseado dos violões ou ambientação executado pelos demais instrumentos ainda deixam o ouvinte dentro do clima de pretendido pela obra.

As temáticas líricas são bem semelhantes às de músicas góticas, como solidão, depressão, agonia e perturbações emocionais e psicológicas. Há inclusive backing vocal feminino em uma das músicas, o que ajuda a colocar a pegada da obra mais no limbo entre doom e gótico. Contudo Candlemass jamais conseguiria se afastar demais do seu gênero base, o doom metal, já que quando você pensa que a coisa está desandando para um lado, ele volta a se arrastar para o doom. O álbum, originalmente, tem apenas 6 faixas, mas média de duração delas é de mais ou menos 5 minutos, sendo que a faixa mais longa tem 9 minutos e 12. A totalidade de execução álbum é de pouco mais de 42 minutos.

Os destaques vão para as faixas: Under the Oak (que tem o melhor riff de guitarra do álbum, que já chega criando um clima próprio para headbanging), Solitude que é a faixa de abertura e tem violão (muito bem executado), Black Stone Wielder e Demon’s Gate. Se você gosta de apenas doom estritamente tradicional cheio de riffs pesados, sem muito drama e com vocais  guturais que só falam de ocultismo, então talvez este não seja o melhor disco para você. Mas com certeza Epicus Doomicus Metallicus, conseguiu se fazer de certa forma algo realmente épico dentro do doom metal com toda sua virtuosidade, diversidade e musicalidade que são capazes de agradar tanto headbangers quanto ouvintes “leigos”.

LINEUP:

Johan Längqvist – vocals
Klas Bergwall – lead guitar
Mats Björkman – rhythm guitar
Leif Edling – bass
Mats Ekström – drums

TRACKLIST:
1. “Solitude” 5:38
2. “Demon’s Gate” 9:12
3. “Crystal Ball” 5:23
4. “Black Stone Wielder” 7:34
5. “Under the Oak” 6:54
6. “A Sorcerer’s Pledge”

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