O Blind Guardian, capitaneado pela inconfundível voz de Hansi Kürsch, é uma das principais propulsoras do movimento do Power Metal, que ascendeu rapidamente e invadiu os alto-falantes dos headbangers do mundo inteiro a partir dos anos 90. No início daquela década, o estilo ainda estava se refinando, sem se desgarrar completamente do Heavy Metal tradicional, mas já tinha contornos bem visíveis e claros através de bandas como alemãs e finlandesas como Helloween, Stratovarius e, claro, Blind Guardian – só pra mencionar algumas.
Estabilizando-se e encontrando seu ponto forte, o Blind Guardian veio a somar na onda melódica em 1992 com seu quarto álbum de estúdio, que certamente é um dos melhores da carreira: “Somewhere Far Beyond”.
Excelente exemplar do que era a banda em seus tempos áureos, “Somewhere Far Beyond” traz todos aqueles ingredientes que tornaram a banda tão distinta em seu tempo. Trata-se de uma musicalidade que alia, com muita competência, Speed Metal e Heavy Metal com os riffs melódicos e solos de guitarra frenéticos, tão característicos da dupla André Olbrich e Marcus Siepen, ao mesmo tempo em que também deixa aquela abertura para a veia Folk do conjunto, que realça as inspirações no universo de Tolkien. Também temos nessa época uma postura mais aberta e menos “confusa” (como viria a ser de “A Night At The Opera” [2002] em diante, bem bagunçado e confuso), sendo mais digerível e fácil de gostar.
São fluidos 43 minutos de músicas desenvoltas e atraentes, estando entre elas clássicos como “Time What Is Time”, “The Quest For Tanelorn”, a épica “Theatre of Pain” e, claro, o verdadeiro hino “The Bard’s Song: In The Forest”. Alternâncias entre passagens de puro Metal e outras mais Folk e épicas, com exploração de piano, sintetizadores, violões e até mesmo gaita de foles (como no interlúdio “The Piper’s Calling” e na faixa-título, que encerra o trabalho), dão os tons de um álbum que auxiliou a lançar bases para o Folk Metal, além de influenciar toda uma geração de fãs e bandas posteriores.
Para ouvintes do Blind Guardian mais saudosistas como eu, “Somewhere Far Beyond” é um clássico, nos moldes como a banda deveria voltar a soar.
Formação:
Hansi Kürsch (vocal e baixo);
André Olbrich (guitarra);
Marcus Siepen (guitarra);
Thomen Stauch (bateria).
Faixas:
01 – Time What Is Time
02 – Journey Through The Dark
03 – Black Chamber
04 – Theatre of Pain
05 – The Quest For Tanelorn
06 – Ashes To Ashes
07 – The Bard’s Song: In The Forest
08 – The Bard’s Song: The Hobbit
09 – The Piper’s Calling
10 – Somewhere Far Beyond
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9/10