Roadie Metal Cronologia: Black Sabbath – Dehumanizer (1992)

O décimo sexto álbum de estúdio do Black Sabbath foi lançado em 22 de junho de 1992 no Reino Unido, e em 30 de junho do mesmo ano nos Estados Unidos. “Dehumanizer” marcou a volta de Ronnie James Dio e Geezer Butler à banda.

O álbum teve um processo de composição conturbado devido a guerra de egos entre Iommi e Dio. Porém, mesmo assim, o álbum, que abordou temas como adoração a computadores, tele-evangelismo, dúvidas sobre a vida após a morte e individualismo, acabou se tornando um dos melhores discos do Sabbath. O vocal marcante e soberbo de Dio, junto a um baixo pragmático e uma guitarra imponente, fizeram de “Dehumanizer” um verdadeiro clássico do Heavy Metal.

Dehumanizer

O disco é nitidamente uma mistura climática da fase Ozzy junto à era Dio. Sua veia visceral traz composições coesas e de porte robusto, bases estas que corroboram junto a um tapete mágico de teclados muito bem expressados por Geoff Nicholls.

“Computer God” abre o set trazendo uma visão pragmática em relação à “robotização” do ser humano. A faixa, quase que profética, descreve a desumanização da raça junto ao avanço tecnológico. “Corações robóticos sangram veneno no mundo em que habitamos”.

Apesar de não ser conceitual, o álbum acaba soando de forma corroborativa com o contexto humano num todo, trazendo nossa tecnologia para perto de temas bem humanos, como por exemplo, a morte. A faixa “After All (The Dead)” trata desse assunto de forma crítica, abrindo caminho para um outro tipo de morte, a alienação religiosa. “TV Crimes” foi o single do disco e recitou criticamente o comércio religioso na televisão. Frases fortes como “eles têm que me mandar um Jesus de plástico” e “Pai Nosso, Espírito Santo, quem é o que paga mais?” são entoados de forma magnífica por Ronnie James Dio.

Todas as faixas de “Dehumanizer” são de um peso sabático e competente. Entre os vários destaques, temos ainda a linda “Too Late” e a inspirada “Master of Insanity”. Vale também ressaltar o excelente trabalho entre o baixo e a bateria, além, claro, da mixagem, que deu um destaque a ambos os instrumentos de forma marcante. O disco teve uma ótima repercussão comercial, tanto que sua turnê passou por vários lugares do globo, inclusive aqui em terras tupiniquins.

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Porém, como nem tudo nessa vida são flores, a banda acaba se separando novamente devido a um pedido de Ozzy Osbourne. O ‘Madman’ estava encerrando sua carreira e pediu para que o Black Sabbath abrisse dois shows de sua banda solo. Todos aceitaram, exceto Dio, que decidiu então, sair da banda. Dio teve de ser substituído urgentemente por Rob Halford, do Judas Priest, para que os shows fossem realizados.

“Dehumanizer”, a meu ver, é indispensável para qualquer apreciador de Heavy Metal, desde a arte da capa até o mais simples acorde. Mostra de forma competente a grandeza do Black Sabbath. Trata-se de um disco crítico e inteligente, com instrumentais pesados e extremamente inspirados.

Integrantes:
Ronnie James Dio (vocal);
Tony Iommi (guitarra);
Geezer Butler (baixo);
Vinny Appice (bateria).

Músico adicional:
Geoff Nicholls (teclados).

Faixas:
01 – Computer God
02 – After All (The Dead)
03 – TV Crimes
04 – Letters From Earth
05 – Master of Insanity
06 – Time Machine
07 – Sins of The Father
08 – Too Late
09 – I
10 – Buried Alive

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