Roadie Metal Cronologia: Black Sabbath – 13 (2013)

Certamente, “13” era um dos álbuns mais esperados de todos os tempos. Depois de 35 anos, o Black Sabbath, com 3/4 de sua formação original, estaria lançando um álbum com Ozzy capitaneando os vocais, algo que muitos acharam impossível ver novamente. Ainda assim, vários fãs estavam receosos com o lançamento. Semanas antes, a banda havia soltado “God Is Dead?”, que havia dividido a opinião dos fãs e muitos questionavam a escolha de Rick Rubin para produzir o álbum, alegando que o mesmo não ser a a escolha mais acertada e que em suas mãos, o Sabbath poderia acabar soando um pastihe de si mesmo.

Quando o riff inicial de “End of The Beginning” explodiu nos falantes, remetendo diretamente ao de “Black Sabbath”, faixa que abre o primeiro álbum da banda (esse aspecto será explorado mais a frente), um pouco do receio que tomava conta de boa parte dos fãs foi embora. Sombria e atmosférica, com aquele tom macabro que sempre marcou o Sabbath setentista, ela começa um tanto quanto arrastada, mas acaba por engrenar da metade para frente. Pode não ser um clássico, mas ainda assim, uma bela canção. “God Is Dead?”, já conhecida do público, veio em seguida e não empolgou tanto. O destaque aqui são as linhas de baixo de Geezer, excelentes. Após esse início, o ouvinte sentia que estava escutando um álbum do Black Sabbath, mas ao mesmo tempo parecia faltar algo. E então surgiu “Loner”, com um riff inicial fantástico, todo um climão meio “N.I.B.”, e tudo passou a fazer sentido. Potente, enérgica e com um solo fabuloso de Iommi, essa é daquelas músicas pegajosas. “Zeitgeist”, faixa acústica e psicodélica, remete imediatamente a “Planet Caravan”, e faz o ouvinte viajar durante sua audição, enquanto “Age of Reason” começa com um riff que remete a época clássica da banda, com baixo e bateria (a cargo do correto Brad Wilk) atropelando tudo que encontram pela frente. “Live Forever”, curta, poderosa e direta, pode não entrar para o hall de clássicos da banda, mas é absurdamente efetiva e com um refrão para lá de pegajoso. Então temos o grande momento do álbum, o ‘bluesão’ arrastado e sombrio intitulado “Damaged Soul”. Cadenciada e cheia de mudanças de tom, o foco aqui é a guitarra e o que Tony Iommi faz é de arrancar lágrimas até do mais insensível dos headbangers. Riffs grudentos em profusão e solos simplesmente perfeitos. Para encerrar os trabalhos, temos “Dear Father”. Riffs devastadores, baixo se destacando, e muito peso dão o tom. Ao seu final, temos uma nova menção a “Black Sabbath”, com os sons de trovões, chuvas e sinos, que marcam a introdução dessa e o encerramento de 13.

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Resumindo, em cerca de 50 minutos, o Sabbath jogou para escanteio qualquer receio que os fãs pudessem ter a respeito desse trabalho, ao menos com relação ao conteúdo musical. Quanto a produção, bem, a mesma soa absurdamente limpa, dando um climão bem atual a banda. Por mais que as raízes da banda estejam ali presentes, fica um certo gosto de fel na boca e a certeza que Rubin realmente não era o nome ideal para estar frente a produção de 13, que beirou as produções pasteurizadas dos dias de hoje.

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Mas no fim, a essência do Sabbath continua presente e a banda é fiel a suas raízes: som lento, pesado, sombrio, baixo fantástico de Geezer, toneladas e toneladas de riffs marcantes de Iommi. Alias, percebe-se que em virtude de sua doença, ele deu tudo de si nesse trabalho, sendo o grande destaque em todas as faixas. “13” é forte, pesado, consistente, e mostra que não é a toa que sempre serão o grupo mais influente da história do Metal, servindo de referência para todo e qualquer músico do estilo.

Podemos não estar diante de um trabalho do mesmo nível dos seis primeiros da banda, mas ainda assim “13” é um álbum que honra a história da maior banda de Metal de todos os tempos.

Faixas:
01 – End of The Beginning
02 – God Is Dead?
03 – Loner
04 – Zeitgeist
05 – Age of Reason
06 – Live Forever
07 – Damaged Soul
08 – Dear Father

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