Finalmente, consegui um disco de uma banda que eu adoro! Lançado em 1988, “Blood Fire Death” é o quarto álbum da banda Bathory, considerado o primeiro trabalho do gênero Viking metal e também considerado por muitos fãs como o melhor álbum do Bathory. Originário da Suécia, na cidade de Estocolmo, o Bathory tem sua história coberta de mistério. Formado por Thomas Börje Forsberg, mais conhecido pelo apelido de Quorthon, pouco se encontra de concreto sobre o assunto, especialmente sobre o line-up.
“Blood Fire Death” é lançado em outubro, e existem 56 versões deste disco que foram lançadas ao longo dos anos. Originalmente a primeira versão foi lançada pela Black Mark Records e o álbum conta com muito mistério. Ao contrário do álbuns anteriores, que são voltados para o Black Metal, as letras agora falam predominantemente de guerras e batalhas da chamada “Era Viking” da história e mitologia européia. A capa do álbum é uma pintura de 1872 de Peter Nicolai Arbo chamada “Asganrdsteien”. Outro fato curioso deste disco é a fotografia da banda feita pelo Pelle Mattéus, que é a única foto deles em todos os álbuns do Bathory.
Bathory foi o pioneiro no estilo Viking Metal, assim como no estilo Black Metal. Quorthon não gostava de ir em shows e esse foi o motivo pelo qual o Bathory nunca se apresentou ao vivo, conforme ele afirmou em várias entrevistas, inclusive para a imprensa brasileira (em entrevista a revista Rock Brigade em 1996). Nada se sabe sobre Kothaar (o baixista) e Vvornth (o baterista) que participam desse e de outros álbuns – eram nomes padrões dados a todos os músicos que eram contratados para tocar baixo e bateria nos álbuns do Bathory. Tudo foi mantido em segredo e só se sabe que eles são suecos. Há rumores que ambos foram contratados para tirar a única foto e dublar no único clip da banda, “One Road to Asa Bay”, pois todos os instrumentos foram gravados pelo Quorthon. O mesmo em relação ao produtor Boss, que seria o próprio Quorthon – mas na verdade, Boss é Stig Börje Forsberg, o pai do Quorthon e dono da Black Mark Records.
Além do ar misterioso que sempre rondou o Bathory, gosto muito da banda pela sonoridade inovadora que fez na época, tanto na fase Black Metal quanto no Viking Metal – que também mesclava com um pouco de Thrash Metal. Não há interrupções no disco, mas o ritmo é feito o suficiente para impedir que o álbum se torne exaustivo, mas vale ressaltar que a maioria das pessoas costuma ignorar que todas as músicas de “Blood Fire Death” têm a tendência um pouco chata de soar muito parecidas umas com as outras. Apesar deste detalhe, indico que ouça o álbum todo, com atenção e apreciando o talento desta “banda de um homem só”, que inovou e pode ser considerado um dos criadores do que chamamos de Viking Metal.
“Blood Fire Death” é uma experiência fascinante com o black metal, e o primeiro passo para que eles se tornem a base do metal viking, e tornou um álbum incrível e definitivamente digno do título “clássico”. O que torna esse álbum tão especial não é a musicalidade ou a beleza excepcional, mas a incrível vantagem crua e encantadora. Um projeto inspirado no tédio de Quorthon com os elementos satânicos do gênero que ele ajudou a criar. Um disco que todos os amantes de metal devem ter na coleção.
Faixas:
01. Odens Ride over Nordland
02. A Fine Day to Die
03. The Golden Walls of Heaven
04. Pace ‘till Death
05. Holocaust
06. For All Those Who Died
07. Dies Irae
08. Blood Fire Death
09. Outro
Formação:
Quorthon (vocais, guitarras, percussão, efeitos)
Kothaar (baixo)
Vvornth (bateria)