Bastards é o décimo primeiro álbum de estúdio da banda que, após o pouco êxito comercial de 1916 e March ör Die, voltou às suas raízes, fazendo um som rápido e barulhento. A temática abrange crítica social (“On Your Feet or on Your Knees”), guerra (“Death or Glory” e “I Am the Sword”),abuso infantil (“Don’t Let Daddy Kiss Me”) e a destruição total (“Burner”).

On Your Feet or on Your Knees é talvez a melhor música do Motorhead pra quem toca guitarra e quer começar a estudar a banda. A mesma é cheia de riffs simples e muito marcantes, que chegam a se sobrepor à letra e ao restante dos componentes dos arranjos.

Sujeira (na medida certa) velocidade nos pedais e letra cantada como se o coração se situasse dentro dos pulmões, isso é Burner, melhor faixa do álbum indubitavelmente! Basicamente todos os elementos para uma boa porrada do Motorhead estão aqui!

A faixa seguinte, Death or Glory é talvez a menos interessante da obra inteira, o que não tira totalmente seus méritos. Há até um momento empolgante ou outro, mas no geral não prende tanto a atenção do ouvidos. Esperemos pelo que vem aí.

Riffs bem característicos e (novamente digo) a melhor região da extensão vocal de Lemmy (grave) sendo usada em grande parte da música. Outra coisa muito acertada, foi a escolha dos acordes que harmonizam com a voz, além do groove da bateria que é eletrizante! I Am the Sword teria sido uma ótima forma de começar um álbum.

Essa bateria, simples, direta e objetiva é marca registrada no Motörhead, e mais uma vez a arma é usada de forma certeira na segunda faixa, Born to Raise Hell. Algo não muito comum, é ver refrões com abertura de vozes, e usaram aqui, o que deu um tempero surpreendente à música.

Don’t Let Daddy Kiss Me, começa com Lemmy fazendo uma excelente imitação do Mun Ra dos Thundercats, o que de forma alguma é uma uma crítica! Pelo contrário, amo esse estilo de voz. Dois pontos altos a se destacar aqui, são a entrada da bateria que é um espetáculo, e o curto solo de guitarra altamente melodramático que a segue.

Bad Woman é um show à parte por conta da guitarra, que toma as rédeas da situação de maneira escancarada. E o refrão da música é uma daquelas coisas que fazem você se sentir em um cabaré em meio ao wild West no miolo da baderna. Ótima música!

E por falar no “de vida eterna”, olha ele aí vociferando como um demônio nos primeiros versos de Liar! Caso seja a primeira vez que você ouve esse álbum (sim gente, tem muita gente que nunca ouviu, dá licença?!) vou logo adiantando que você nem ouse pular nenhuma música, só quem vai perder é você!

Sempre que alguém tem a ideia de tacar um violão nas músicas mais lentas da banda, é que podemos ver o potencial do vocalista, é na canção que se vê o cantor único que Lemmy era. Mesmo com suas limitações de range e pequeno leque de técnicas, o cara era o cara, do jeito dele, chegava e chutava o balde! Lost in the Ozone é, como diria Zeca Urubu, “das boas”!

Agora, saindo dessa “semi balada” para um característico rock and roll de motociclista do jeito que só os caras sabem fazer. É nessa hora que bate a vontade de pedir emprestada a bicicleta do vizinho e sair pelo mundo sem direção!Pra quem quer encontrar suas primeiras dificuldades na bateria, eis um bom exemplo!

Ora ora, meu rapaz! A gente tenta não mencionar o Lemmy nos comentários, mas não dá para evitar! Você viu essas vozes perfeitamente bem divididas nos verso entre um refrão e outro? É menino, não é só zuada, nunca foi e jamais será!

Diabos! E não, isso não foi o Google tradutor, foi minha reação ao ouvir o comecinho desta última faixa mesmo! Cavalheiros e damas, vocês estiveram diante de um mega álbum! Agora bota a primeira faixa de novo e vamos ouvir porque isso aqui merece bis!

Formação:
Lemmy Kilmister – baixo e vocal
Phil Campbell – guitarra
Würzel – guitarra
Mikkey Dee- bateria

Faixas:
01. On Your Feet or On Your Knees
02. Burner
03. Death or Glory
04. I am the Sword
05. Born to Raise Hell
06. Don´t Let Daddy Kiss Me
07. Bad Woman
08. Liar
09. Lost in the Ozone
10. I’m Your Man
11. We bring the Shake
12. Devils

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