Quando se fala de Anthrax, pensa-se em um nome de peso, com um som diferenciado. Pensa-se numa banda que não dá trela pra estereótipos. Que investiu, que arriscou, que mostrou maneiras alternativas de se fazer música reconhecidamente boa. Vem à cabeça a formação clássica, com Joey Belladonna (vocal), Dan Spitz (guitarra), Scott Ian (guitarra), Frank Bello (baixo) e Charlie Benante (bateria), bem como álbuns clássicos como “Spreading The Disease” (1985), “Among The Living” (1987), “State of Euphoria” (1988) e “Persistence of Time” (1990) e, claro, o experimento do Rap na música pesada. Porém, no início, a banda não foi tão ousada assim, embora o talento dos músicos tenha sido evidentemente comprovado já no primeiro álbum.
Formada em Nova Iorque no ano de 1981, o debut “Fistful of Metal” saiu apenas em 1984 e tinha dois integrantes diferentes em relação à formação clássica, que iniciaria seu legado um ano mais tarde, com o segundo álbum, “Spreading The Disease”: o vocalista Neil Turbin e o baixista Dan Lilker.
Essa equipe “quase clássica” lançou um trabalho que podia não ter aquele conhecido atrevimento do Anthrax, ainda assim, tinha clara qualidade. “Fistful of Metal” tem uma musicalidade mais seca, direta e tradicional. Frequentemente, em vista da história da banda, ele é referenciado como uma obra de Thrash Metal. Embora o seja, está um pouco mais próximo do Heavy Metal tradicional, tão em alta naquele tempo, além de imprimir também uma forte pegada Speed, que também se tornaria grande aliado de outras bandas de Thrash dos Estados Unidos, como Agent Steel.
Trata-se então de um trabalho forte, com riffs executados com rapidez e dinamismo que exigem experiência e precisão, fora os velozes solos, que são impressionantes. A produção de Carl Canedy é limitada, deixa a desejar, mas de uma forma positivamente engraçada, só torna tudo ainda mais tradicional e nostálgico. A pegada vocal de Neil só ajuda nessa tradicionalidade, cantando com agressividade old school e aplicando diversos agudos reverberados.
“Fistful of Metal” é ótimo, mas não é heterogêneo. As canções são parecidas umas com as outras, sempre com pegada porradeira, sem dar descanso. Mesmo com essa característica, a afiação técnica do quinteto é envolvente de tal forma que as canções são fluidas e os 35 minutos totais de duração se passem rapidamente. Fãs mais puristas de Heavy Metal certamente concordam que é o tipo de álbum que pede mais uma ouvida.
Esse debut não pertence à época clássica da banda, mas deveria ser mais lembrado, já que foi um grande primeiro passo de uma banda que se tornaria gigante e integraria o chamado “Big 4 of Thrash Metal”, juntamente com outros expressivos nomes como Metallica, Megadeth e Slayer. Ele também é a origem da faixa “Metal Thrashing Mad”, verdadeiro clássico do Anthrax, tocado até hoje nos palcos.
Formação:
Neil Turbin (vocal);
Dan Spitz (guitarra);
Scott Ian (guitarra);
Dan Lilker (baixo);
Charlie Benante (bateria).
Faixas:
01 – Deathrider
02 – Metal Thrashing Mad
03 – I’m Eighteen
04 – Panic
05 – Subjugator
06 – Soldiers of Metal
07 – Death From Above
08 – Anthrax
09 – Across The River
10 – Howling Furies