O maior grupo de Metal canadenses é por muitas vezes menosprezado por seu estilo e deverás esquecidos de serem mencionados como um dos principais pilares do Thrash Metal mundial, afinal, você leitor considera o Annihilator uma força do estilo com o mesmo peso que bandas como Metallica, Slayer, Megadeth, Kreator, Exodus, Testament, Anthrax, Sodom, Destruction?
Com certeza você não é diferente da grande maioria, inclusive o Annihilator, anda muito próximo do extremismo entre o amor e ódio, natural ver pessoas criticando ferrenhamente o estilo do grupo e os julgando como uma banda que nunca irá lançar um álbum atemporal.
Deixando essas ressalvas, vamos ao que interessa, o décimo terceiro disco de estúdio do grupo, autointitulado de “Annihilator” mantem a proposta anterior de Power Trio, o grupo comandado por Jeff Waters, trouxe elementos novos para a sonoridade do novo disco, tentando fugir totalmente do último e fracassado álbum, “Metal”.
Com mais peso, palhetas velozes e os inconfundíveis riffs agudos das guitarras de Jeff, o disco Annihilator, traz a banda de volta aos trilhos, afinal o disco é muito superior ao seu antecessor, mais inspirado, mais rápido e claro, o mais importante, mais pesado.
Os fãs do grupo sabem das dificuldades que o músico Jeff Waters possui em se relacionar com outros músicos, tanto que até o ano de 2010, ano de lançamento de Annihilator, o grupo sofre uma nova mudança em seu line-up, a décima quinta da carreira, até então, dessa vez sai o baterista Mike Mangini e em seu lugar entra Ryan Ahoff, os vocais continuam com Dave Padden e seu inconfundível estilo de cantar.
Em Annihilator, o grupo não incluí elementos modernos de Metalcore ou Nu Metal nas harmonias criadas para esse disco, esse fato já apresenta uma qualidade incrível no disco, o mesmo está longe de ser um clássico absoluto, porém é até hoje um disco muito bem aceito pelos fãs e imprensa, recolocando o Annihilator nos principais festivais do mundo após o lançamento desse registro.
O álbum começa de forma brilhante, uma das principais características do Annihilator é deixar uma boa impressão logo de início, os riffs são cheios de Groove e brilham em todo o contexto do álbum, difícil prestar atenção em outro instrumento na audição do disco, as guitarras sempre se sobressaem. A faixa de abertura “The Trend” praticamente define todo o padrão do álbum, cheio de solos explosivos e guitarras melódicas com vários “Licks” como cortesia do talentoso Jeff Waters.
“Coward” e “Ambush” mantém a proposta inicial e uma explosão de riffs se destoam nota a nota, as músicas são excelentes e empolgam logo de início, uma única ressalva fica por conta das harmonias sempre agudas que Jeff utiliza nesse disco, em alguns momentos chega a ser cansativa, mas sua técnica e qualidade são superiores e conseguem passar desapercebido.
https://www.youtube.com/watch?v=0q8BDrugJyo
As músicas “Betrayed” e “25 Seconds” são as mais diferentes, a primeira é mais cadenciada e conduz um groove mais denso das três faixas anteriores, porém “25 Seconds” é uma música cansativa e chata, com uma base malfeita de baixo, a música fica subindo e descendo em várias escalas durante todo seu processo inicial, só explodindo realmente mais ao meio, quando ela se torna um Thrash rápido e conduzido por palhetadas insanas.
“Nowhere To Go” teria tudo para ser uma música com a cara do Annihilator, mas é aqui que eu acho um dos principais motivos de a banda não fazer tanto sucesso quanto deveria, o vocalista Dave Padden mostra como não se deve cantar, além de ser fraco como vocalista, o mesmo não tem alcance e sua voz parece estar robotizada por samplers e efeitos conseguidos em estúdios, os refrãos não possuem aquela força que faria qualquer fã registrar esse momento em sua mente e cantarolar em um dia qualquer.
“The Other Side” é mais melódica e animada, mesclando entre Heavy/Thrash a música não compromete e possui seu charme, “Death In Your Eyes” é a faixa mais zangada de todo o álbum, uma das melhores em minha opinião, só retiraria o refrão, mais uma vez Padden compromete por sua incapacidade de cantar com agressividade.
As duas últimas, “Payback” e “Romeo Delight”, a primeira é uma faixa razoável e tem la seus bons momentos, sobre a segunda, um cover tremendamente horrível do Van Halen, simplesmente desnecessário essa faixa no disco, mas vai entender o porquê Jeff quis essa música no disco.
Independente das críticas em alguns pontos sobre o disco, é inegável dizer que é um bom disco, nada de excepcional ou que julguemos como uma obra prima do grupo, mas aos fãs esse play tem seu valor, principalmente pelo retorno da banda ao que ela realmente sabe fazer, Thrash Metal.
Track List:
01 – The Trend
02 – Coward
03 – Ambush
04 – Betrayed
05 – 25 Seconds
06 – Nowhere To Go
07 – The Other Side
08 – Death In Your Eyes
09 – Payback
10 – Romeo Delight (Cover Van Halen)
Formação:
Jeff Waters – Guitarra/Baixo
Dave Padden – Vocal
Ryan Ahoff – Bateria
