Lançando em 25 de maio de 1978, “Powerage” é um dos discos mais aclamados por grandes guitarristas. Slash, Keith Richards, Eddie Van Halen, e até Gene Simmons são fãs declarados do AC/DC e têm o “Powerage” como um álbum muito especial. Aliás, o disco também marca a estreia de Cliff Williams no baixo.
Bom, não é pra menos que esse é um dos maiores discos do “Acadaca”.

“Rock’n’Roll Damnation”, que abre o disco, era a última faixa das sessões de gravação, mas a gravadora persuadiu a banda a voltar ao estúdio para refazê-la, só que com o intuito de fazer um single para as rádios, acrescendo arranjos de palmas e até maracas. A manobra deu muito certo, já que colocou a banda pela primeira vez nos charts, alcançando a posição 24 nas paradas britânica. A faixa segue uma linha muito ‘swingada’, agradabilíssima de se ouvir e com um refrão que intima você a cantar junto.

“Down Payment Blues” mostra um Bon Scott mergulhando numa interpretação maravilhosa bebendo muito na fonte dos Blues, e é ele que conduz a música tornando-a algo só dele, ou seja, chamou pra responsa.

“Gimme A Bullet” é uma das faixas que eu mais gosto desse maravilhoso disco. Aqui ouvimos mais um show de interpretação de Bon Scott e, na parte lírica, talvez seja uma das melhores composições dele até aquele momento, usando de metáforas com o mais genuíno humor.

“Riff Raff” é estridente. Urgente. Maravilhosa. Um ‘rockão’ da pesada que começa ‘nonsense’ mas descamba numa verdadeira aula de Rock and Roll, mostrando toda a intensidade e eletricidade do AC/DC. Uma locomotiva desgovernada.

“Sin City” é um dos hinos imemorais do AC/DC. Cadenciada e com a interpretação única da voz de Bon Scott, torna-se uma trilha sonora de malandragem da pesada. Aliás, a letra versa sobre o charme e os perigos da cidade de Las Vegas. A marcação ritmada da bateria de Phil Rudd é uma delícia de se ouvir.

“What’s Next To The Moon” é outra canção que mostra o talento ímpar de Bon Scott em compor letras bem inteligentes e com um humor genuíno. Na parte instrumental percebemos a filosofia “menos é mais” e como isso se aplica tão bem ao AC/DC.

“Gone Shottin'” possui um “quê” meio The Rolling Stones acrescido de um solo tipicamente Blues à lá Billy Gibbons do ZZ Top na fase Tres Hombres. Aliás, é essa alquimia que a música exala: um encontro dos Rolling Stones com o ZZ Top. É isso!

“Up To My Neck In You” volta o estilo do AC/DC que estamos mais acostumados. Rock ‘n’ Roll com suas guitarras estridentes que fazem desses australianos um bando de baderneiros barulhentos prontos para conquistar o mundo. Música pra fazer seus vizinhos te odiarem pelo resto da vida, mas quem se importa? Coloca no talo!

“Kicked In The Teeth”, ao lado de “Riff Raff” e “Up To My Neck In You”, fecha o disco com um Rock visceral e afiado. A letra fala de uma certa mulher de duas caras, mas na parte instrumental, o AC/DC nos mostra que a energia nunca se acaba enquanto tiverem suas guitarras infernais, bateria e baixo pesados e cadenciados e a voz etílica de Bon Scott pavimentando a estrada pra o inferno.

Reza a lenda que Frank Zappa, excursionando na Austrália, chegou em sua casa com alguns discos debaixo do braço, e colocando sobre a mesa disse aos seus filhos: “vocês querem saber como compor música? Ouçam isso aqui!”. Os discos eram do AC/DC.

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Faixas:
01 – Rock ‘n’ Roll Damnation
02 – Down Payment Blues
03 – Gimme A Bullet
04 – Riff Raff
05 – Sin City
06 – What’s Next To The Moon
07 – Gone Shootin’
08 – Up To My Neck In You
09 – Kicked In The Teeth

Formação:
Bon Scott (vocal);
Angus Young (guitarra solo);
Malcolm Young (guitarra base, backing vocal);
Cliff Williams (baixo, backing vocal);
Phil Rudd (bateria).

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