Depois que o Accept retornou aos estúdios em 2009 com o novo vocalista Mark Tornillo (ex-TT Quick), a banda liderada pelo guitarrista Wolf Hoffmann e pelo baixista Peter Baltes chegou a conquistar posições importantes nas paradas, como este “Blind Rage” que estreou em primeiro lugar na Alemanha, atingindo primeira posição também na Finlândia e chegando a quinto na Bilboard norte-americana, nos charts “Independent Albums” e “Top Tastemaker Albums”.
O trabalho teve como produtor, Andy Sneap, um dos nomes lendários da produção que acompanha o Accept desde o seu retorno com “Blood of the Nations”, em 2010. A capa desenhada por Dan Goldsworthy, reflete no peso e agressividade contidos nas onze músicas do disco, que muitos já consideram um dos melhores da discografia.
“Blind Rage”, além do poder dos riffs e a melodia típica do grupo, com refrãos poderosos e épicos, também é marcado por duas grandes baixas, a primeira foi a de Herman Frank, guitarrista que após gravar o clássico “Balls to the Wall” (1983), se afastou do grupo e retornou em 2009. Ao mesmo tempo se desligou o baterista Stefan Schwarzmann, que estava no Accept desde 1994. Ambos pularam fora em dezembro de 2014 para formarem ao lado de Marcel Schirmer (Destruction), a banda Panzer germânica.
A influência de música clássica que acompanha Holffmann desde os primórdios da banda, está representada em “Final Journey”, onde inclui-se parte do movimento “Morning Mood” de 1875, criado por Edvard Grieg. Mas a música é uma das mais pesadas com a típica pegada do Accept.
Um videoclipe oficial foi feito para o primeiro single “Stampede”, e o CD saiu em cinco diferentes formatos, inclusive como edição ‘delux’ limitada, incluindo um DVD/blue way que traz um show realizado no Chile, em 2013, durante a “Stalingrad Tour”.
Dentre as canções mais trabalhadas, “Dying Breed” se revela como ótima opção de harmonia nos solos, bons riffs no direcionamento e grande performance de Mark. A meio metal – meio farofa “Dark Side of My Heart”, também é muito bela e ajuda a justificar a banda como um dos maiores nomes do metal tradicional da atualidade.
Músicas como “200 Years”, “Thrown to the Wolves” e “Bloodbath Mastermind” traduzem o espírito do fã de metal que vai a shows para erguer o punho e bater cabeça. Essa é a escola do Accept que já criou muitos súditos com sua nova fase.
Durante os primeiros meses de lançamento, a banda excursionou pela Europa e EUA e esteve no Brasil no “Monster of Rock 2015”.
Enquanto a aceitação da mídia, Gregory Heaney da Allmusic comparou o álbum a um cão enfurecido, dizendo: “Restringido, mas ainda perigoso, como se a qualquer momento as correntes pudessem ser quebradas e as coisas ficarem fora de controle”. Boas notas também foram mencionadas por redatores do Blabbermouth e Roadie Crew.
Talvez “Blind Rage” lembre mais “Blood of the Nations” pela garra, solidez e energia, do que “Stalingrad” (2012) pela sua destreza, mas o que se pode observar é que essa sequência que termina neste álbum de 2014, é simplesmente matadora e funciona como perfeita mostra de futuros clássicos. Isso é Accept.
Formação:
Mark Tornillo – vocal
Wolf Hoffmann – guitarra solo
Herman Frank – guitarra rítmica
Peter Baltes – baixo
Stefan Schwarzmann – bateria
Track List:
01.Stampede
02.Dying Breed
03.Dark Side of My Heart
04.Fall of the Empire
05.Trail of Tears
06.Wanna Be Free
07.200 Years
08.Bloodbath Mastermind
09.From the Ashes We Rise
10.The Curse
11.Final Journey
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8/10