Na década de 80 o AOR e o soft rock atingiram o mainstream unindo sonoridades melódicas e básicas a algo mais complexo. Ficou comprovado que o pop, o classic rock e o progressivo poderiam andar juntos e criar uma fórmula mais acessível de se ouvir música boa, bem tocada, sem que fosse exibicionismo barato e/ou burocrático.
Para quem não sabe, o termo AOR se refere a um estilo de rock com produção sofisticada, melodias cativantes e refrãos marcantes, que emergiu nos anos 70 e 80, associado ao rock de arena e ao rock clássico. Ele se caracteriza pela ênfase em álbuns completos, e não apenas em singles, e pelo uso de guitarras com leve distorção, teclados e harmonias vocais.
Já o Soft rock é um subgênero do rock que se caracteriza por uma abordagem mais suave, melódica e acessível, com produções exuberantes e vocais suaves. Ele surgiu um pouco antes, no final dos anos 60, podendo ser considerado um dos pais do AOR.
Daí nomes como Journey, Toto, Chicago, Survivor, Boston, Asia, entre outros, surgiram e povoaram as arenas e rádios da época, entregando sons que uniam guitarras com peso na medida, melodia cativante, refrãos pegajosos e camas de teclados bem consideráveis.
Os estilos não estão mais no mainstream, porém ainda se mantém vivos, graças a bandas como a RISE, que vem da lendária Liverpool e conta com Sam Kinley (também conhecido como stayMellow) no baixo e vocal, Paul Kinley nos teclados e backing vocals, Alex Mahoney na bateria e Brian Petch na guitarra.
A banda tem lançado trabalhos onde muito do AOR é encontrado, além de boas pitadas do soft rock. Mas, o faz com propriedade e ainda dando uma roupagem atual, sem que soem datados. Isso pode ser conferido neste mais novo single, que aliás é um dos mais atemporais que eles lançam.
“Lost For Words”, que chega como um lyric video, é uma música que encanta por sua pegada alternativa, mas arranjos focados no rock de arena. Além do ritmo levemente quebrado, traz teclados bem-postos ao fundo e um refrão que pega o ouvinte de imediato. Tudo de uma forma natural e coesa.
Um fator preponderante na composição, é a boa distribuição dos instrumentos, que colabora muito na audição dos arranjos. A letra traz um rompimento amoroso e traz o drama daquele que ouviu que tudo tinha acabado, o que condiz com o drama do excelente refrão. Um primor feito por quem tem conhecimento de causa.
