Na última sexta-feira, 27, o segundo álbum do Metallica completou 34 anos de vida. E aqui estamos nós enaltecendo a importância de Ride The Lightning no cenário.
Após a tour promocional do debut, Kill ‘Em All, a banda embarcou para a Dinamarca (terra do baterista Lars Ulrich) e lá no Sweet Silence Studios, na capital Copenhague, permaneceram por dois meses gravando, com produção de Flemming Ramussein. E aqui o que temos é um disco muito bem mais trabalhado em sua parte instrumental, mas ainda com bastante da sujeira que a banda registrou em sua estreia.
Em minha opinião pessoal, trata-se do melhor disco do Metallica. Claro que não desmereço a importância de Master Of Puppets, o seu sucessor, mas aqui eu considero que a banda se superou na capacidade de composições mais trabalhadas. Não é um disco 100% Thrash Metal e isso enriquece ainda mais a obra.
47 minutos de pura obra-prima que nos faz apertar o botãozinho chamado “repeat” em nossos players. Sim é bem curto, mas certeiro.
Temos a abertura com um petardo: Fight Fire With Fire; Uma porrada bem Thrash Metal e não houve escolha melhor para se abrir. Os riffs tomam conta da canção do início ao fim e aqui percebemos o up na produção em relação ao álbum de estreia.
A faixa título dá sequência ao play e aqui temos a prova da evolução da banda nas composições. Uma música não tão rápida, mas que tem um riff e base, que, em minha opinião, são os melhores já feitos pela banda. O nível segue alto.
For Whom The Bell Tolls é a faixa que segue e o que falar do clássico da banda? A intro com o baixo de Cliff Burton é simplesmente sensacional. Aliás, a intro é tão grande que nem nos preocupamos com o fato de a “parte cantada” ser pequena. Aqui os riffs também dão as cartas. Excelente música.
Ai temos Fade To Black, uma música que causou polêmica. Era a primeira balada composta por uma banda que tocava músicas rápidas e pesadas. Claro que boa parte dos radicais torceram no nariz, mas espera… Fade To Black é uma música muito boa, onde os caras mostraram que eram capazes de muito mais do que apenas compor músicas rápidas. Claro que no final, eles voltam com o peso e isso deixa a música mais e mais interessante.
Se você tem o vinil, é a hora de virar o lado e a faixa que segue é Trapped Under Ice e aqui temos uma faixa que volta com a velocidade, com mudança de andamento no meio da música. Aqui todos os músicos se destacam.
Escape é a faixa que dá sequência e ela vai na linha da faixa título, deixando a velocidade de lado, apostando mais na melodia e nos riffs, com aquele clima futurista. A melhor faixa deste disco, junto com Ride The Lightning.
Creeping Death é a música mais matadora deste álbum. Que energia tem esta música. Até hoje ela é executada pela banda ao vivo, muitas vezes como faixa de abertura dos shows. É música para abrir o mosh de forma apoteótica. Estupenda música.
Fechando o disco, temos a instrumental The Call Of Ktulu, uma das poucas faixas (junto com a faixa título) que teve contribuição de Dave Mustaine. Uma música tão boa, onde temos um clima de suspense, com partes em que nos remetem ao Prog. A música é tão excelente que nem o “wha-wah” que Kirk Hammet coloca ali e que viria a se tornar uma marca dele, nem incomoda ao ouvinte, pelo contrário, ela melhora ainda mais o nível.
Enfim, temos aqui um excelente disco, que fica ainda melhor a medida que fica mais velho. E em que a banda teve a capacidade de se superar das adversidades, como ter os equipamentos roubados na tour anterior. E isso era só o começo. Mal sabíamos que eles lançariam outras pérolas do Heavy Metal.