Quinto álbum de estúdio da banda e produzido por Roy Z (que também tocou violão na introdução da última faixa), este registro marca a estréia do baixista Anders Modd e do baterista Richad Holmgren.
Vamos à audição, amigos!
Um acorde poderoso e carregado de veneno inicia a série de obras primas que estarão distribuída a seguir, Speed On tem tudo o que um verdadeiro Power Metal exige, desde a letra épica ao timbre das cordas e condução de bateria. Inevitável destaque é devido em muito, ao refrão pegajoso que nomeia a música.
Curse You Sallem, apresenta-se já com um uso certeiro da escala menor harmônica, o que sempre causa um efeito sinistro, bem ao encontro dos propósitos dados na letra. A voz aqui faz uma espécie de dança dinâmica entre timbres limpos e com drives, marca registrada do vocalista. Se você, assim como eu, é guitarrista, o solo aos 5:32 também será um momento de deleite aos seus ouvidos, assim como as aberturas de terças entre as duas guitarras.
Uma amostra soberba de poder vocal é dada escancarada e gratuitamente logo no início de Voodoo, seguida prontamente por riffs simples, porém acertadíssimos para o momento e que serão base para a construção das demais ideias vindouras na faixa. A condução usada na bateria aos primeiros momentos do solo de guitarra, que mais uma vez é brilhantemente compartilhado entre os dois guitarristas com aberturas em seus instrumentos, é a passagem que você precisa pra uma viagem inesquecível. Que vocal incrível aos 10:55!
E mais uma vez provando que são uma máquina de fabricar riffs, a dupla Niklas Stalvin e Johannes Losbäck entrega uma pancada em nossos ouvidos logo ao início de Hail Caesar, onde inclusive, a beleza do timbre vocal chega ao seu ápice dentro deste álbum! Além do lindíssimo solo de guitarra.
Ravenous, a faixa- título é mais uma que traz um refrão instigante, mas que também vem preparado por uma ponte fantástica, tornando esses dois fatores, no carro chefe da composição. Preste atenção à linha de bateria, especialmente no refrão e no solo, isso é coisa de quem sabe exatamente o que, e quando deve fazer!
Mr. Twisted, fala de loucura, esquizofrenia e aparentemente de uma guerra entre o eu poético e seu outer ego, que não o deixa em paz. Uma letra perturbadora, que é bem acamada pela harmonia escolhida para acompanha-la, o que deixa bem claro de maneira não muito tardia, de que estamos diante de um time de excelentes compositores, tanto no âmbito lírico quanto musical.
Agora nos deparamos com aquela que até aqui, se mostra como a mais fraquinha de todas, longe de acompanhar a magnitude das demais, o instrumental salva “Love at Fisrt Bite” em dados momentos, mas a letra é bem abaixo da média.
Agora sim, retomando as rédeas do alto padrão ao qual meus ouvidos estavam acostumados desde o começo! Você tem segredos, daqueles que ninguém deve saber, daqueles que você mesmo evita lembrar e que até mesmo teme olhar sua face por muito tempo? Pois é, these are the “Secrets we Keep”, a melhor de todas dentro desse álbum inteiro! Até aqui eu não havia falado sobre o baixista, mas por favor deem a devida atenção ao rapaz, especialmente nos momentos em que as aberturas de terças, oitavas ou uníssonos nas melodias deixam a base apenas nas mãos dele e do baterista. Os caras sabem onde estão e o que fazem lá!
Whiskey Psycho Hellions é outra que tem uma letra bem louca, basicamente um diálogo entre um bebum e um amigo imaginário, onde o timbre vocal se assemelha em boa parte do tempo, ao do vocalista do Rush, até precisei pesquisar pra ver se não havia nenhuma participação dele aqui. Por falar em vocal, o refrão é um absurdo de bem cantado! Tente reproduzi-lo e veja sua laringe voar fora!
Aproximando-se do fim, Hiding in the Shadows é uma daquelas que precisavam surgir como penúltima de qualquer álbum, como uma sutil forma de dizer “ olhe só de qual monstruosidade você estará se despedindo daqui a pouco”! E Wolf é uma daquelas bandas injustiçadas, que mereciam uma posição bem mais elevada entre os grandes titãs do metal.
Nesse momento derradeiro, em que já ouvimos o melhor que tínhamos pra ouvir por hoje, e ao som dessa linda intro de violão, eu faço um pedido especial aos meus colegas de redação da Roadie Metal, ao meu patrão Gleison Júnior ( isso pareceu coisa de cantor de forró, eu sei!) e aos amigos leitores, que no dia em que eu papocar (morrer, bater as botas, dizer oi pro tio Lú), botem Blood Angel pra tocar com o volume no talo! E lembrem-se do dia em que conheceram a banda Wolf!
“It´s my life, and I do what I want!… it´s my life, I don´t know what I want!”