Resenha: Whitesnake – Saints & Sinners (1982)

Esse é daqueles álbuns que não podem ser ignorados por quem se considera um fã da boa música pesada. Até hoje – ele completou 35 anos de seu lançamento nesta semana –  é uma referência. Músicos indiscutíveis, canções inspiradas…  rapaz, que discão.  E o momento foi de mudanças dentro da vida do Whitesnake.

Não era a hora de lançar apenas outro LP, era preciso fazer algo inesperado. E que diferença um ano fez. Depois de lançar o bom “Come an ‘Get It”, o Whitesnake voltou à cena com o fantástico “Saints & Sinners” em 1982, seu melhor disco até então.

A carreira da banda de David Coverdale vinha sólida, então o que mudou?

Talvez tenha sido a chegada do novo guitarrista Mel Galley (que iria substituir o membro fundador Bernie Marsden) que energizou a banda, apesar da sua participação parecer ainda ser discreta.

Ou talvez Coverdale apostasse tudo nesse álbum para conquistar novos caminhos, realizar seu verdadeiro sonho, que era  tornar sua banda tão grande quanto  sua antecessora, o Deep Purple.

Uma opção por incorporar em seu tradicional Hard Rock elementos mais ‘bluesy’ em músicas como “Rough an ‘Ready”, “Bloody Luxury” e  “Young Blood” foram uma cartada de mestre.

Com esses arranjos em vez de perder, a banda ficou mais pesada e bem mais rápida. Principalmente nos shows.

David Coverdale também atingiu seu ápice como interprete no blues “Crying in the Rain” e na linda balada “Here I Go Again”.

Muitos dos fãs só conheceram essas músicas quando foram regravadas cinco anos depois no multiplatinado “1987”, disco que colocou Coverdade finalmente no mercado americano.

Mas para muitos fãs do Whitesnake, as versões originais são únicas.

“Saints & Sinners” não tem aqueles preenchimentos e atalhos tão comuns, muito pelo contrario. Se discos clássicos como “Ready and ‘Willing” ou “Trouble” mereciam mais peso, em “Saints & Sinners” essa dose foi corrigida com juros.

A formação ainda contava com Marsden nas gravações, mas como já dissemos, Mel Galley iria agarrar o posto em breve. As trocas não parariam por ai, Neil Murray e Ian Paice seriam substituídos por Colin Hodgkinson e o grande Cozy Powell. David parecia saber bem aonde queria chegar, e não se importava nem um pouco em arriscar nas mudanças, desde que a qualidade não fosse afetada. O tempo provou que ele estava certo.

“Saints & Sinners” é um clássico, marcou seu tempo e pavimentou a estrada para que o Whitesnake chegasse ao topo.  Por isso esse grande disco representa o de melhor do hard rock bluesy do início dos anos 80.

Faixas:

  1. “Young Blood”
  2. “Rough an’ Ready”
  3. “Bloody Luxury”
  4. “Victim of Love”
  5. “Crying in the Rain”
  6. “Here I Go Again”
  7. “Love an’ Affection”
  8. “Rock an’ Roll Angels”
  9. “Dancing Girls” Coverdale
  10. “Saints an’ Sinners”

David Coverdale – lead vocals

Micky Moody – guitar, backing vocals

Bernie Marsden – guitar

Jon Lord – keyboards

Neil Murray – bass

Ian Paice – drums, percussion

Mel Galley – backing vocals

Produção:

Martin Birch

Lançado em 20 de Novembro de 1982.

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