Finalmente após falar de tantas bandas fora do Brasil é hora de voltar meus olhos sobre o tempestuoso e enigmático álbum BLACK SUN da banda paulista WARSHIPPER, e é realmente um orgulho poder falar de trabalhos como este. Nos últimos dias eu escutei falar muito sobre a ansiedade da banda em estar fora do território brasileiro para shows e devo admitir estes caras tem fundo nas calças pra isso.

  Sobre a banda:
 Formada em 2011 pelo quarteto Renan Roveran (ex-Bywar), Rodolfo Nekathor (ex-Zoltar), Roger Costa e Rafael Oliveira com a proposta de tocar metal extremo aliado a outras influências individuais dos membros da banda. A concepção inicial da banda, porém, ocorreu em 2008 sob o título de Abduction, mas na ocasião o então projeto foi descontinuado e o nome foi utilizado em um disco do Bywar. Após algumas apresentações locais, a banda inicia ao fim do ano de 2013 o processo de gravação de seu primeiro EP, intitulado WORSHIPPERS OF DOOM, o qual foi lançado no início de 2015 somente. Com o disco em mãos a banda iniciou uma série de apresentações para divulgação do álbum, contando, porém, com a participação de Heverton Souza (Imperium Infernale, ex-Eternal Malediction) como vocalista da banda, após a decisão da banda em ter um membro dedicado para a função que no EP foi desempenhada por Renan e Rodolfo.
 Também neste ano, foi lançado o primeiro lyric video da banda da faixa Absence of Colors – The Obsolete, com um tema bastante obscuro, denso e soturno, como pode ser observado em todo o contexto do disco.
 Após ótimas apresentações em eventos de grande expressividade, nos quais a banda teve a oportunidade de dividir palco com nomes como Warrel Dane (ex-Nevermore/ Sanctuary), Enthroned e Besatt, no fim de 2015 a banda anunciou a saída de Heverton. Roveran e Rodolfo assumiram em definitivo os vocais, promovendo uma característica bastante peculiar da banda que se tornou uma das marcas, as linhas de vocal revezadas pelos dois.
 No ano de 2016 a banda lançou também o vídeo clipe da faixa Warshipper, disponível no canal do YouTube da banda.
 Após inúmeros shows neste ano, começam em 2017 todo o processo de produção do novo álbum no estúdio Casanegra a qual foi acompanhada em diários de gravação disponibilizados no YouTube, divididos em 4 partes. A produção do álbum ficou a encargo de Rafael Augusto Lopes (ex-Torture Squad, ex-Imminent Attack) juntamente com a banda, e o processo todo foi encerrado ao fim do ano.
 Foram disponibilizados materiais promocionais previamente ao lançamento do álbum para promover antecipadamente o novo disco, intitulado BLACK SUN. A banda liberou um single intitulado Glowworm Dragon, um lyric vídeo produzido por Wagner Perna (Genocídio) da faixa título Black Sun (Part I, II & III) e no início de 2018 o vídeo clipe oficial da banda da faixa Rebirth, todos também disponíveis no canal da banda.
 Mas agora vamos ao álbum que é o que interessa!
 Se existe um detalhe muito interessante sobre este álbum certamente é a atmosfera gélida e solitária que encobre cada faixa, provavelmente a introdução com “Nemesis” gera um efeito absurdo no ouvinte antes que a pesada e encorpada “Glowworm Dragon” esmague seu cérebro como um martelo.
 “Cry of Nowhere” trás uma uma profundidade angustiante e o intercalar de vocais proporciona uma dinâmica agressiva e coesa, devo admitir que isso me lembra muito as bandas escandinavas. E finalmente eu cheguei ao ponto que me atraiu a este trabalho, a faixa título “Black Sun (Part I, II & III)“, a introdução que remete a sons das profundezas do espaço declinam a uma linha melancólica que se intercalam bem com as linhas vocais ásperas.

Neste ponto entendemos claramente a razão pela qual bandas deste porte merecidamente devem estar em palcos com grandes nomes, sempre comentei o quanto as linhas do Death ao Black Metal cresceram em qualidade por todo o mundo e o Brasil não ficou de fora do setor.

Rebirth” volta a uma linha mais rápida e o trabalho das guitarras é brilhante neste ponto, praticamente cortando o a faixa em camadas de puro peso.

Destaque para “Descending – Genesis & Ontogenesis” e ” Delusions of Grandeur“.

Se a questão era se eles estão prontos para enfrentar os palcos além das fronteiras brasileiras a resposta é um grande sim! A qualidade instrumental, a atmosfera bem desenvolvida, os vocais intercalados, tudo favorece o reconhecimento deste como um trabalho de peso dentro do cenário brasileiro.

Arte de capa por Alcides Burn (Burn Artworks), inspirada pela pré-concepção da banda promovendo o conceito relativo a abordagem abstrata do “conto astrológico” sobre NEMESIS. Se trata de uma segunda estrela junto ao sol que formaria um sistema binário em nosso sistema solar, a qual cruza a cada 26 Milhões de anos a nuvem de Oort trazendo desgraça à Terra e extinção de espécies.

Black Sun” foi lançado na Europa pelo selo russo Narcoleptica Productions, especializado em Metal Extremo.

No Brasil, “Black Sun” está sendo distribuído pelos selos Lab6 Records, Brutaller Records, Damned Records e Rapture Records, além de estar à venda nas lojas Mutilation Records e Die Hard na Galeria do Rock em São Paulo. Para os assinantes de plataformas virtuais, “Black Sun” também já está disponível no Spotify, Google Play, Deezer, etc.

Track listing

01. Nemesis (Intro)
02. Glowworm Dragon
03. Cry of Nowhere
04. Black Sun (Part I, II & III)
05. Rebirth
06. Abandoment
07. Descending – Genesis & Ontogenesis
08. Deathblast Overhead (Intro)
09. M.E. 262
10. Delusions of Grandeur

Membros da banda

Renan Roveran – Guitarras, vocais

Rafael Oliveira – Guitarras

Rodolfo Nekathor – Baixo

Roger Costa – Bateria

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