Resenha: Vintersorg – Cosmic Genesis (2000)

Tenho certeza de que no início do Black Metal, ninguém imaginaria que em alguns anos haveria uma expansão drástica no estilo, surgindo ramificações derivadas de mesclas e experimentos supostamente impensáveis de se existir algum dia, e que tinham tudo para ser um sucesso ou um tremendo fiasco. Vindo da Suécia, o Vintersorg é sem dúvidas uma entidade visionária, pois seu mentor e alma desenvolveu uma musicalidade dramática e rica, aliando alguns vocais, a rispidez e a agressividade do Black Metal à sofisticação, melodia e elegância do Rock Progressivo, da Música Clássica e da Folk Music. É como se diz: “quem não arrisca, não petisca”!

Vintersorg 1

Se a mistura exótica de elementos acima lhe despertou suspeitas de excentricidade, ou mesmo se não, não importa: sinta-se apresentado à esta banda original, que à altura deste disco ainda era uma dupla. É um som especial, feito das profundezas do coração e da mente.

Foi a partir de “Cosmic Genesis” que o Vintersorg (“Tristeza de Inverno”) começou a apresentar letras em inglês nas composições, pois nos três primeiros trabalhos (um EP e dois álbuns) o sueco era a língua base, sendo que aqui já existe uma mescla entre os dois idiomas. Querendo ou não, uma banda utilizar sua língua pátria é uma questão de originalidade e de dar um toque extra no seu som, fazendo toda uma diferença. Também, a partir daqui, o lado Progressivo foi ficando mais explícito e melhor explorado, tanto que vemos a curiosa inclusão do cover para o lendário Uriah Heep, com a faixa “Rainbow Demon”, com certeza uma das fontes de inspiração para o líder Andreas (Vintersorg).

Vocais rasgados entram em contraste com vozes limpas (que aparecem com mais destaque), e fica claro quem em todo o som existe esta dualidade de recursos, assim como passagens mais rápidas e outras mais viajantes e misteriosas. Como sempre gosto de deixar os destaques para o final, aqui não vai ser diferente e elejo a fantástica abertura com “Astral & Arcane”, o clima urgente em “Natturens Galleri” e “The Enigmatic Spirit”, que pode ser chamada de “balada”, cada qual com suas características e momentos únicos. Valem ser citadas também a rápida “Ars Memorativa”, “Cosmic Genesis”, que possui partes tensas que me lembram um pouco do Viking Metal, e a marcante “A Dialogue With The Stars”. Destaco também a arte de capa, que ficou muito bonita, principalmente pelos tons de verde explorados pelo artista.

Aqui está mais um álbum de primeira de mais uma banda espetacular. Basta conferir para dizer se estou mentindo ou não! 

Formação:
Vintersorg (vocal, guitarra, violão, baixo, bateria programada, teclados);
Mattias Marklund (guitarra).

Faixas:
01 – Astral & Arcane
02 – Algol
03 – A Dialogue With The Stars
04 – Cosmic Genesis
05 – Om Regnbågen Materialiserades
06 – Ars Memorativa
07 – Rainbow Demon (Uriah Heep Cover)
08 – Naturens Galleri
09 – The Enigmatic Spirit

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