Já estamos quase fechando o primeiro semestre de 2018 e nada de material novo da Viletale???

A questão acima, proferida em tom de brincadeira, carrega um fundo de verdade, afinal trata-se de uma banda que, apesar de nova, produz com bastante eficiência. O Viletale foi formado em 2016, no estado de Santa Catarina, e no mesmo ano já lançou um EP. No ano seguinte, 2017, mais dois EPs surgiram. Consta que estão atualmente trabalhando no que virá a ser o primeiro Full Length de sua trajetória.

Trajetória esta que teve início aqui, com “Initiation”, de 2016. O pacote foi sendo aprimorado ao longo do tempo, mas as unidades básicas de sua construção já estavam desenhadas: O Death e Black Metal sujo e elaborado e a temática lírica definida e com bom desenvolvimento. O disco conta com quatro faixas, mas podemos nos focar principalmente em três, pois a segunda faixa, “Evil Dead” trata-se de um cover da canção homônima registrada pelo Death no disco “Scream Bloody Gore”, de 1987. É salutar que a banda faça a devida homenagem às suas influências e, diga-se que o fizeram com extrema propriedade, apenas me causa estranheza o fato de incluir um cover logo de imediato em um trabalho de estreia, momento que deve ser aproveitado para exibir suas próprias armas.

O importante, porém, foi verificar o quanto a canção do Death se acomodou bem entre as demais faixas. Caso o disco inteiro fosse submetido para apreciação de alguém que não conhecesse o material original daquela banda, poderia ser facilmente assimilado que se trataria de mais uma composição própria do Viletale. O começo com “Vile” é instingante pelo andamento contido da música e pelo vocal tenebroso de Bruno Jankauskas. A música é a melhor entre as demais presentes e seu ritmo chega a resvalar no Metal tradicional, mas a aura de malignitude que a cerca, mantém a mesma dentro do contexto do Metal extremo.

“Celestial Rapture” e “Obscene Wizardry” são mais equilibradas entre si, intercalando as partes rápidas e aquelas de peso absoluto, mas inserindo diversas propostas de variação de arranjo em seus andamentos, com cada instrumentista dando a deixa para que os demais possam assumir a primeira linha de ataque em cada momento das composições.

A mencionada produtividade do Viletale não surgiu do nada. Os músicos sabem o que estão fazendo e aplicam suas habilidades em prol do todo. Vem daí o seu crescimento gradativo no cenário underground. Eu gostaria de ter podido resenhar este trabalho na época de seu lançamento e encerrar o texto dizendo que “essa é uma banda que ainda vai dar o que falar”, mas não tem problema. Hoje eu posso tranquilamente adaptar isso e dizer, sem sombra de dúvidas, que…

Essa é uma banda que está dando o que falar!

Formação

Filipe Oliveira – baixo

Matheus Lunge – bateria

Bruno Jankauskas – guitarra/vocal

Alan Ricardo – guitarra

Músicas

01 Vile

02 Evil Death

03 Celestial Rapture

04 Obscene Wizardry

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