Resenha: Vader – Solitude in Madness (2020)

Chegou um forte candidato a figurar na lista dos melhores discos do ano: é o décimo-quinto full-lenght dos veteranos do VADER. Três anos após seu último lançamento, os caras voltaram e mostram que ainda têm muita lenha para queimar, nos mostrando um Death Metal técnico e ao mesmo tempo brutal. Assim podemos defniir de maneira geral “Solitude in Madness”, lançado undialmente na última sexta-feira, 1, pela “Nuclear Blast”.

Com produção de Scott Atkins, a banda foi ao “Grindstone Studios”, na Inglaterra e de lá saíram com esta pedrada que é o novo álbum dos caras. Um álbum curto e grosso. Vamos lá destrinchar cada uma das faixas deste play:

Em “Shock and Awe”, faixa que abre os trabalhos, os caras já chegam mostrando que não estão para brincadeira, em uma música rápida, brutal e extrema, com um ótimo solo de guitarra.

Into Oblivion” não é tão rápida quanto a anterior, embora tenha um breve momento em que a coisa descamba para a velocidade, mas aqui o que manda são os riffs à lá KRISIUN e os bumbos duplos de James Stewart. Excelente.

Despair” é curta e grossa. Veloz, brutal e agressiva em menos de 2 minutos, enquanto que em “Incineration of the Gods”, o espetáculo fica novamente por conta de James Stewart e sua bateria nervosa, seus bumbos duplos que brilham na introdução e a música é outra pancadaria a medida que ela se desenvolve, com uma mudança brusca no andamento, ainda que breve e logo tudo volta à normalidade.

Sanctification Denied” é uma excepcional faixa brutal, pesada e trabalhada. Não tão veloz, mas extremamente complexa. Já “And Satan Wept” traz riffs bem Thrash Metal na sua introdução e logo descamba para o Death Metal mais brutal, ríspido e agressivo que o caro leitor possa imaginar, com outra breve pausa na velocidade, mas logo as coisas retomam seu curso normal. Essa ganhou o meu coração como a favorita deste play.

Um solo longo e cheio de melodia invade o disco, e é a intro de “Emptiness”, que ganha contornos de Death N’ Roll em sua extensão, mostrando uma agradável surpresa deste quarteto polonês, em uma faixa que chega a flertar com o Doom no seu final. Muito boa.

Em “Final Declaration”, outra paulada na cabeça em mais uma música rápida e agressiva, mas sem deixar de ter o lado técnico em alta, sobretudo na parte em que a banda tira o pé do acelerador. Outro som que destaco é
Dancing in the Slaughterhouse”, que é um cover do ACID DRINKERS, e apresenta mais quebradeira e agressividade, aliada a um solo melódico. E aqui é até bom a gente ouvir uma música extrema com solo que não é fritação, embora o segundo solo eles abram mão da melodia. Normal, pois estamos falando do VADER.

E o redator que vos escreve não conhece a versão original e optou em não escutar, para evitar comparações.
Stigma of Divinity” chega apostando nos blastbeats, com riffs caóticos e aqui nos remete a uma banda das antigas: o sensacional PUNGENT STENCH, da Áustria. Outro solo bem elaborado também se contrapõe de maneira positiva a pancadaria sonora que é destilada aqui, resultando em outra maravilhosa música.

Bones” aposta em uma pegada Death N’ Roll na primeira parte com uma levada bem legal e na segunda parte, os caras aumentam a velocidade e ainda ousam a incluir um breve dueto de guitarra, como as bandas mais tradicionais do Metal, fechando de maneira épica o álbum que com certeza figurará entre os discos deste ano que foi destruído pela pandemia do novo coronavirus.

Em absurdos 29 minutos e 11 faixas, temos um álbum sensacional em que os caras mostram que música pesada pode ser sim, bem técnica, sem perder a agressividade típica. A produção é impecável e a única ressalva é a duração do play, poderia ter ai uns dez minutos a mais. No mais, beira a perfeição. Uma ótima pedida para os fãs de Death Metal. Não se esqueça de seguir as orientações da OMS e fique em casa.

Vader – Solitude in Madness
Data de lançamento: 01/05/2020
Gravadora: Nuclear Blast

Tracklisting:
01 – Shock and Awe
02 – Into Oblivion
03 – Despair
04 – Incineration of the Gods
05 – Sanctification Denied
06 – And Satan Wept
07 – Emptiness
08 – Final Declaration
09 – Dancing in the Slaughterhouse
10 – Stigma of Divinity
11 – Bones

Lineup:
Peter – Vocal/Guitarra
Spider – Guitarra
Hal – Baixo
James Stewart – Bateria

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