Épico! Surpreendente! Ousado! Esses são os adjetivos perfeitos para descrever mais uma obra-prima do Trivium. “In The Court Of the Dragon”, o décimo álbum de estúdio da banda é cheio de momentos incríveis, com riffs magníficos, passagens Thrash, melódicas, orquestradas, mas que não deixam o som tradicional dos caras de lado.

Primeiramente, é válido destacar que fazem exatamente 18 meses desde o lançamento do ótimo álbum “What The Dead Men Say”, que chegou em meio a pandemia e salvou muitas audições durante o lockdown. Inclusive temos uma resenha para ele por aqui.

Mas vamos ao novo. “In The Court Of the Dragon” chegou com um curta-metragem dirigido por Ryan Mackfall da faixa título, lançado há alguns meses, que não anunciava o álbum em si, mas dava pistas de que algo estava por vir. E muitos se questionaram se uma intro antes da faixa existia, e a resposta é sim, “X” abre o álbum com o título da faixa fazendo alusão ao décimo álbum da banda. Tudo muito bem tocado e com aquele tom épico e enérgico que uma faixa de abertura tem que ter.

Like A Sword Over Damocles” dá continuidade com certa evolução, conta com o refrão mais poderoso e com uma passagem Thrash que ataca os ouvidos como um lobo rasgando tua pele. Funcionará muito bem ao vivo, principalmente em shows de arena com o coro que acompanha a ponte.

O segundo single “Feast Of Fire” é mais acessível, tanto que tem tocado bem nas rádios, muito por conta de seu refrão pegajoso e sua estrutura mais cadenciada. Mas isso não a torna menos pesada e atrativa. Já é constante presença nos shows.

Uma intro poderosa em “A Crisis Of Revelation” nos remete ao álbum “Ascendancy”(2005) e traz um Metalcore cheio de energia e com tudo o que uma faixa desse estilo pede: guturais agressivos e refrãos melódicos, tudo isso somado a uma performance esmagadora do baterista Alex Bent. Você ainda pode esperar uma trinca impressionante antes do final da faixa, com as duas guitarras e o baixo casando perfeitamente. Isso é o mais puro Trivium passando pelos seus ouvidos!!

O primeiro épico do álbum chega agora, com “The Shadow Of The Abattoir”. Começando mais cadenciada, com Matt Heafy usando uma técnica mais grave e limpa, a faixa vai tomando forma com vários elementos em sua harmonia, com um violão bem no fundo, juntamente com orquestrações leves, que vão crescendo com o andamento da música. A cada verso e refrão, é um sentimento de satisfação, uma composição rica em detalhes. Em sua metade, uma mudança de andamento deixa tudo mais pesado, acelerando aos poucos e nos levando para solos magníficos e viajantes. Candidata forte a melhor do álbum.

A faixa mais curta do álbum é “No Way Back Just Through”, mas diferente dos álbuns anteriores, a faixa mais curta não é a balada, mas sim uma faixa rápida, com algumas passagens melódicas e um refrão bem pegajoso. Não seria surpreendente se ela surgisse como single no futuro. “Fall Into Your Hands” é outra faixa épica, com performance esmagadora de Bent, de novo, que desde o inicio da faixa mostra toda sua dinâmica, com um trabalho impecável nos pedias duplos. Orquestrações ajudam na harmonia novamente e Heafy simplesmente mostra toda sua ferocidade nos guturais. Um riff devastador corta a faixa e nos leva para uma parte mais veloz e empolgante. Um solo animal de baixo, por Paolo Gregoletto, dita o ritmo na ponte, que vem em uma crescente para os solos gritantes de Corey Beaulieu e Heafy. Faixa que nos remete muito ao álbum “Shogun” (2008).

From Dawn To Decadence” é rápida e conta com alguns backing vocals divididos em camadas de gutural e limpos que deixa tudo muito confuso, mas no bom sentido. O trabalho nos pedais duplos são destaque mais uma vez e é um bom gancho para o fim do álbum, que vem com a épica e linda “The Phalanx, uma faixa retrabalhada da época do “Shogun”, que quase esteve em “Silence In The snow” (2015), mas que teve paciência e esperou para estar no lugar que deveria. Fecha o álbum da melhor maneira possível, tem versos agressivos e refrão melódico e épico, com uma harmonia impressionante. Do meio para o final, se torna progressiva com mudanças de andamento e velocidade, com a banda mostrando um grande entrosamento. Fechamento perfeito para um álbum impecável.

É importante reforçar que desde que o baterista Alex Bent entrou na banda, parece que tudo se encaixou. Ótimos bateristas passaram pelo kit do Trivium, mas com ele, é diferente, parece que foi feito pra tocar na banda, faz tudo e mais um pouco. Matt Heafy se mostra um grande vocalista e não só recuperou mas melhorou sua técnica de gutural, além de estar cantando de forma limpa muito mais agradavelmente do que nunca. Os toques orquestrais do músico norueguês Ihsahn também contribuíram para a riqueza do álbum. Paolo e Corey são intocáveis e profissionais incríveis em seus instrumentos.

Composições bem estruturadas e com muita energia definem as músicas de “In The Court Of the Dragon” e o Trivium, mais uma vez, mostra por que é uma das maiores bandas do Metal nos dias de hoje. Dificilmente ficará fora dos melhore do ano e com certeza agradará os fãs da banda de todas as fases. Pra que ainda não ouviu, experimente, ficará bastante satisfeito!

Trivium – In The Court Of The Dragon
Data de lançamento: 08 de outubro de 2021
Gravadora – Roadrunner Records

Tracklist:
01. X (01:26)
02. In the Court of the Dragon (05:09)
03. Like a Sword over Damocles (05:30)
04. Feast of Fire (04:18)
05. A Crisis of Revelation (05:35)
06. The Shadow of the Abattoir (07:11)
07. No Way Back Just Through (03:53)
08. Fall into Your Hands (07:45)
09. From Dawn to Decadence (04:08)
10. The Phalanx (07:15)

Formação:
Matt Heafy (vocal/guitarra);
Paolo Gregoletto (baixo/backing vocal);
Corey Beaulieu (guitarra/backing vocal);
Alex Bent (bateria).

Nota: 9,5