Resenha: The Dirt – Confissões do Mötley Crüe (2019)

O famoso jargão “sexo, drogas e rock and roll” é a descrição perfeita para a carreira do lendário Mötley Crüe e seguindo essa premissa, isso não poderia ser diferente no filme “The Dirt – Confissões do Mötley Crüe”, produção original Netflix que retrata a história da banda estadunidense. Sem fugir do clichê, que é bem presente em biografia de rockstars, o longa de quase duas horas vai além e apresenta um retrato mais cru e ácido da trajetória do quarteto.

Baseado no livro de mesmo nome, lançado em 2001, e direção de Jeff Tremaine (Jackass), o filme, passa por várias etapas, desde a formação do grupo, início de carreira, o estrelato, fama mundial, ascensão, queda e redenção. Mesmo com um roteiro mais simples, no filme é possível encontrar muito humor ácido e profundos dramas, que dão um clima interessante que prende o espectador.

Mötley Crüe na década de 80

Os protagonistas são Nikki Sixx (Douglas Booth – Romeo e Julieta, Lola), Mick Mars (Iwan Rheon – Games of Thrones), Tommy Lee (Machine Gun Kelly – Bird Box) e Vince Neil (Daniel Webber – O Justiceiro). Quatro personalidades diferentes, em que cada um carrega um drama pessoal e uma ambição diferente, e conseguem cativar o público.

Surgida em 1981, após o baixista Nikki Sixx sair da banda London, e se juntar com o baterista Tommy Lee, o Mötley Crüe se tornou uma sensação com apresentações memoráveis em Los Angeles, com muita energia do vocalista Vince, a guitarra feroz e rápida de Mick e ampolgada cozinha de Nikki e Tommy. As histórias e os excessos do grupo nos bastidores são o pano de fundo de “Dirt”.

Apesar de um ponto fraco ser a falta de profundidade e ritmo acelerado nos fatos, o resultado pode ser proposital para um longa mais enxuto, voltado para a faceta sem limites da banda, em um filme divertido e com o principal intuito de entreter. Sem falar na empolgante trilha sonora com os grandes clássicos do Mötley.

Cena de “The Dirt”

Além do quarteto principal, personagens secundários  se destacam, como Pete Davidson o empresário da A & R doofus, que assinou com a banda e David Costabile, o empresário da banda que faz de tudo para manter os eixos (missão difícil quando se trata do Mötley Crüe).

Há momentos memoráveis, como a turnê com Ozzy Osbourne, que participa do longa na pele de Tony Cavalero (com direito a uma polêmica cena que ocorreu na vida real, segundo os autores). A partir deste momento a história da banda segue por um clima mais dramático que é emocionante.

Um ótimo filme que consegue sair do comum em diversos momentos, mas que deixa de ser perfeito por perder um pouco o ritmo e que pode deixar quem não conhece a banda continuar sem conhecer após o filme. Ficaram vagas várias questões, como histórias fora dos palcos, as famosas festas promovidas por eles, turnês mundiais, participações, motocicletas, formação das famílias, ensaios, entre outros.

Mas se salva ao ser carregado de histórias engraçadas da banda, por exemplo, as destruições em hotéis, clube de strippers e uso de drogas. No final há uma redenção que faz o filme valer a pena de ser conferido, principalmente se o foco do espectador for, em prioridade, a diversão.

Ficha Técnica

Título: The Dirt (Original)
Ano produção: 2019
Dirigido por Jeff Tremaine
Duração 120 minutos
Classificação 18 – Não recomendado para menores de 18 anos
Gênero :Biografia Drama Musical Show
Países de Origem: Estados Unidos

Elenco

Daniel Webber (III) – Vince Neil
Douglas Booth – Nikki Sixx
Iwan Rheon – Mick Mars
Machine Gun Kelly – Tommy Lee
David Costabile – Doc McGhee

Leven Rambin Sharise Neil
Rebekah Graf – Heather Locklear
Renee Compton – Concert Goer
Tony Cavalero – Ozzy Osbourne

 

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