Resenha: Tarja – The Shadow Self (2016)

Dois meses após o lançamento da chamada prévia deste novo álbum, “The Brightest Void”, a cantora Tarja finalmente lança o álbum “The Shadow Self”. O lançamento oficial será no dia 5 de agosto, mas inevitavelmente o álbum já vazou na internet.

Tarja vem se consolidando em sua carreira solo, lançando um álbum melhor que o outro desde que foi chutada do Nightwish, onde já era apontada como uma das mais importantes vozes do Symphonic Metal, agora isso só vem se confirmando.

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Algumas músicas ouvidas na prévia têm suas versões consideradas finais aqui, como a faixa “No Bitter End”, que de diferente conta somente com uma introdução cantada antes do primeiro riff começar e uma ponte mais estendida, e “Eagle Eye”, que nesta versão tem a duração mais curta e mixagem um pouco melhorada, dando um pouco mais de ênfase aos instrumentos. Na minha opinião, as versões anteriores ficaram melhores que as novas.

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Das músicas inéditas, temos “Innocence”, que já ganhou um vídeo oficial há algumas semanas. É uma de minhas favoritas, bem no estilo da Tarja, onde sua voz se sobressai com maestria, com um peso em segundo plano, misturado com muita melodia. Além de contar com um piano realmente sensacional. Ótima escolha para single.

Na prévia tivemos muitas participações especiais, e aqui não é diferente: temos a faixa “Demons In You”, que conta com os vocais brutais de Alissa White-Gluz (Arch Enemy). É uma música que pode enganar em seus primeiros trinta segundos, onde parece uma composição mais virtuosa, mas o peso vem logo depois. Os vocais guturais de Alissa, mesclados com os limpos de Tarja dão um ótimo contraste nos versos, e o refrão como sempre é grudento, e ambas cantam lindamente, agora totalmente com vocais limpos. Seria interessante um dueto nos shows.

Alissa White-Gluz
Alissa White-Gluz

“Love To Hate” segue a linha da primeira faixa, com um tom mais puxado para a música clássica, com passagens de violinos e piano. É mais lenta e o peso fica com mais destaque apenas na ponte da música. O que se destaca, sem ser repetitivo, são os vocais maravilhosos de Tarja.

Temos também um cover do Muse, com a música “Supremacy”, que ganhou muito peso nesta versão. É uma composição que se encaixou muito bem ao estilo de Tarja, pois já tinha um lado bem orquestral na versão original, mas que parece ser mais artificial, agora na versão apresentada pela cantora, parece ser mais natural. Talvez tenha ficado até melhor que a original, mas aí é questão de gosto.

https://www.youtube.com/watch?v=pTcY-CyYz5E

A música “The Living End” é uma balada bem calma e tranquila, ditada por um violão e instrumentos clássicos, e até uma gaita de fole aparece na faixa. Me chamou muita atenção, até por conta de lembrar bastante a faixa “Underneath” do álbum “What Lies Beneath” (2011). Se tornou uma de minhas favoritas do álbum, e merecia até uma chance como single.

A composição mais polêmica do álbum talvez seja “Diva”, pois a faixa fala sobre os problemas ocorridos na saída de Tarja do Nightwish, mais precisamente a famosa carta de demissão da cantora. Musicalmente, se trata de uma faixa mais voltada à música clássica, com as guitarras em segundo plano, talvez se torne a favorita dos fãs pelo conteúdo da letra.

“Undertaker” também é bem puxada para o clássico, mas conta com um ritmo mais animado por conta da bateria. A letra e melodia tem um ótimo contraste, e tem um dos melhores refrãos do álbum. Destaque para o ótimo solo de guitarra, que transmite um ótimo feeling.

A já conhecida dos fãs “Calling From The Wild” começa lenta com uma guitarra acompanhando os vocais muito bonitos de Tarja. Isso dura quase um minuto, e só aí que entra o peso com as guitarras distorcidas. Os versos seguem mais cadenciados como no início, agora com o acompanhamento da bateria. O refrão pegajoso é a marca da canção, que já se tornou presença garantida nos shows da cantora.

https://www.youtube.com/watch?v=KJWINIoADIs

Pra fechar, temos a ótima “Too Many”, que tem uma levada bem mais lenta e se mostra muito bonita. Contém alguns agudos muito bons da cantora. O refrão é repetido muitas vezes, principalmente ao final da canção, onde todos os instrumentos vão sumindo até termos somente a voz de Tarja, e depois o silêncio, onde parece ser o final do álbum. Eis que depois de alguns minutos surge uma faixa escondida que, como diz Tarja na letra, se chama “Hit Song”. A música começa quase como um Power Metal, bem rápida e pesada, mas depois acaba tendo uma parte eletrônica um pouco “estranha”, antes de finalizar novamente com o peso e rapidez do início.

“The Shadow Self” se mostra um álbum que chegou pra concretizar Tarja como uma das principais vozes do Metal mundial. Tem um tom mais sombrio e traz músicas com bastante equilíbrio entre o peso e o clássico.

As músicas que estavam na prévia não tiveram uma versão superior. Poderiam ficar somente na prévia e dar lugar para duas novas composições, mas não é algo que prejudica o álbum. O cover escolhido talvez seja o melhor da carreira da cantora, que conseguiu realmente deixar sua marca na música. Neste play, temos uma verdadeira mescla de tudo o que já foi feito nos álbuns anteriores, mas ao final da audição mostra uma sonoridade bem própria.

Formação:
Tarja Turunen (vocal);
Christian Kretschmar (teclados);
Kevin Chown (baixo);
Max Lilja (violoncelo);
Alex Scholpp (guitarra);
Doug Wimbish (baixo).

Faixas:
01 – Innocence
02 – Demons In You (feat. Alissa White-Gluz)
03 – No Bitter End
04 – Love To Hate
05 – Supremacy (Muse cover)
06 – The Living End
07- Diva
08. – Eagle Eye
09 – Undertaker
10 – Calling From The Wild
11 – Too Many
12 – Hit Song (Hidden Track)

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