Resenha: Tankard – Best Case Scenario (2007)

Guitarra, guitarra, guitarra… Só se fala em guitarra e no seu impacto para o desenvolvimento do Rock. Tá certo que esse instrumento tem o seu valor e importância indiscutíveis, mas – grande injustica – pouco se lembra de outro elemento tão importante quanto – se não mais – para que o Rock chegasse aonde chegou:

A cerveja!!!!!

Quantas bandas não foram formadas sob as bençãos do divino líquido, quantos ensaios não foram regados por ela, quantos riffs não foram criados sob sua influência? Quantos shows, festivais, reuniões de fãs não ocorreram com o seu consumo??? A cerveja é onipresente na cultura do Rock´n´Roll!!! Felizmente, uma banda, apenas uma banda, soube corrigir o rumo das coisas e colocar o lúpulo, a água e o malte em seu devido lugar, como os pontos centrais de inspiração para suas canções.

O Tankard, entre as assim chamadas quatro grandes bandas do Thrash Metal alemão, foi a que menos cresceu, em termos de mercado, mas isso não diminuiu a sede que impulsiona sua existência . O Kreator se leva extremamente a sério; o Destruction encarna todas as idiocrasias do estilo Thrash; o Sodom assumiu um postura motorheadiana com foco nos temas de guerra… o Tankard, por outro lado, agregou o que podia do Punk e do Hardcore e trouxe isso para a mesa do bar, onde os amigos sentam e avacalham com os assuntos importantes, conversam besteira e dão risada. O que existe de melhor pra fazer na vida???

Esse album é uma coletânea de regravações feito para comemorar os 25 anos da banda. São os maiores clássicos da primeira fase da carreira, refeitos pela atual formação, que mantém-se entrosada e inalterada pelos últimos 17 anos. Embora esse tipo de disco seja recebido com algumas ressalvas pela maioria, o presente trabalho pode ser apreciado sem objeções, pois o Tankard não sofreu mudanças significativas na sua sonoridade ao longo do tempo, então não haverá descaracterização nas canções apresentadas. O diferencial, portanto, está na oportunidade de ouvir as músicas antigas com uma produção melhor. Só para constar, ressalto que o disco vem com um CD bônus com um tributo de várias bandas ao Tankard, mas o nosso foco aqui é a banda principal.

A ordem das faixas obedece o critério cronológico, então a primeira música só poderia ser “Zombie Attack”, que abriu o disco de estreia da banda, de mesmo nome, lançado em 1986. Opiniões contrárias à parte, essa versão me soa melhor do que a original, por possuir um ataque mais cortante, principalmente no primeiro compasso do refrão. A partir dela, segue-se uma bem selecionada seleção de clássicos, percorrendo tudo que a banda fez em seus oito primeiros discos, de “Zombie Attack” até “The Tankard”, acrescentando o EP “Alien” na conta. Estão presentes, portanto, músicas como “Don´t Panic”, a Punk Rock “Space Beer”, “666 Packs”, “Beermuda”, “(Empty) Tankard”, o medley com “Alcohol”, “Puke”, “Mon Cheri” e “Wonderful Life”, e, concluindo o álbum, uma das minhas preferidas: a carismática “Minds on the Moon”.

O legal do Tankard é que, apesar da fama mundial, a banda existe por puro amor à música, tal qual qualquer banda de algum conhecido seu. Ninguém ali sobrevive da carreira musical, todos tem emprego fixo e o Tankard funciona durante as folgas, como uma atividade prazerosa.

Assim como a cerveja depois do expediente.

Formação

Andreas “Gerre” Geremia – vocal

Andy Gutjahr – guitarra

Frank Thorwarth – baixo

Olaf Zissel –  bateria

Músicas

01 Zombie Attack

02 Maniac Forces

03 (Empty) Tankard

04 Don’t Panic

05 Chemical Invasion

06 The Morning After

07 Alien

08 666 Packs

09 Beermuda

10 Space Beer

11 Medley (Alcohol, Puke, Mon Cheri, Wonderful Life)

12 Freibier

13 Nation Over Nation

14 Two-Faced

15 Minds on the Moon

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