Como sempre comento em muitas críticas a diversidade de bandas e sons dentro do Rock e Metal é um fator amplo e na mesma medida pouco notada, ou pouco explorada, os motivos são inumeráveis, desde portas fechadas de gravadoras até pouco interesse do público pelo que está fora do mainstream, que na minha opinião sempre foi uma “desgraça” para muitas bandas incríveis que passaram longe dos olhos do público, e até mesmo o chamado NWOBHM – “oh Deus, eu odeio esse termo”. Para muitos isso era uma irmandade, certo? Errado! Muitas pessoas ficaram de fora deste circuito e é inevitável pensar que, se o mercado fonográfico fosse mais amplo naquela época, o cenário seria diferente. Bem… Mas isso são “águas passadas” e ainda podemos resgatar o eu que o mundo não escutou, então seja bem vindo a conhecer a banda TAMARISK, e o resultado do trabalho passado remasterizado que agora finalmente em 2018 veio à tona e merece sua atenção.
A banda TAMARISK é uma das jóias perdidas no tempo do Hard Rock e do Heavy metal britânico. Apresentando elementos de grandes bandas como MARILLION, MAGNUM e variando entre o Progressivo, Pomp/Hard Rock e Heavy Metal, é o que eu chamo de mix perfeito. Sintetizadores, vocais reflexivos, melodias profundas. Definindo com grande dinâmica musical e estilo TAMARISK é uma fenda entre Alan Parsons, Rush e muitos outros nomes de peso.
O renomado cantor Andy Grant, que juntamente com o tecladista Steve Leigh eram membros de outra banda da NWOBHM, CHEMICAL ALICE, e concordaram em relançar suas duas demos clássicas, remasterizadas a partir das fitas master originais, em vinil e CD, com faixas bônus e participação do grande Luke Morley, do THUNDER, e sem dúvida o resultado é o que todo amante do progressivo espera ouvir, um álbum profundo que você pode continuar flertando e se apaixonar nesta jornada.
O CD do TAMARISK foi lançado em meados de janeiro de 2018 e a versão em vinil logo depois, e essa é uma peça preciosa para sua coleção, fique tranqüilo, porque não estamos falando de outra banda boa, mas de uma viagem sonora profunda, um retorno no tempo, ao tempo em que a música era composta de sentimentos e inspiração profunda.
Aperte o play e acorde para “An Alien Heat“, e enquanto os cachorros latem, os sinos batem, inicie sua jornada para linhas psicodélicas enquanto no fundo os coros parecem convocar o espírito superior do Progressivo. E tudo isso se torna mais carregado em “Royal Flush“, e aqui estão os sintetizadores em ação, como é gratificante ouvir algo assim em meados de 2018, sabendo que ele viajou no tempo e ainda assim é tão novo quanto qualquer banda nova.
O mais calmo e pragmático “M.O.J.O. (The Death Of An American Prayer)” entra neste álbum como um fantasma do passado, uma longa introdução, os trabalhos dos teclados reinarão aqui. E eu sou forçada a dizer “No Room At The Top” soa tão picante e revigorante que me trás todo o sentimento sobre Uriah Heep e Yes a tona novamente, TAMARISK certamente merecia seu nome ao sol com esses grandes titãs do estilo. Mas, precisamos ir um pouco mais longe neste incrível trabalho para entender por que eles deveriam estar no Hall da NWOBHM, a razão pela qual é baseada na faixa-título “Breaking The Chains“, a guitarra soa magnífica aqui.
É claro que é desnecessário mencionar tantos titãs da música para falar sobre o TAMARISK, mas ao mesmo tempo este é um bom ponto a ser observado, pois sim, muitas bandas excelentes já passaram dos nossos ouvidos e provavelmente elas estão na sua prateleira no momento em que a indústria musical reconheça melhor e amplie os limites, mas ainda é tempo para isso, e este é um material precioso e merece o lugar ao sol.
Destaque para as faixas: “Taxis For Janet“, “It Was Never There” e “A Christmas Carol“.
Track listing:
01. An Alien Heat
02. Royal Flush
03. M.O.J.O. (The Death Of An American Prayer)
04. No Room At The Top
05. Ascension
06. A Christmas Carol
07. Breaking The Chains
08. Taxis For Janet
09. Total Coverage
10. Bandana In Chains
11. It Was Never There
Membros da banda:
Andy Grant (vocal);
Luke Rayner (guitarra);
Chris Davies (baixo);
Marc Cell (bateria);
Steve Lelght (teclados)
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9/10