A banda irlandesa Sweet Freedom seguiu aquele roteiro clássico de milhares de bandas na história do Rock. Na estrada desde os anos 2000, começaram como uma banda cover que, após fazer seu nome e angariar seu público, sentiu aquela necessidade natural de trabalhar em um material próprio. É justamente nesse ponto que muitas bandas acabam travando, mas isso não aconteceu com o quinteto de Johnstown, no condado de Kilkenny e, no ano passado, apresentaram ao mundo o seu debut, “Divilmint”.
O álbum conta com 12 canções, extremamente agradáveis de se ouvir, e que são um passeio pelas décadas de 1960, 1970 e 1980, nos mostrando muito da história do Rock e suas vertentes. De cara temos a empolgante “Cromwellsfort Road”, muito bem conduzida por sua parte rítmica e com uma dinâmica vocal muito legal, e equilibrando bem influências dos anos 60 e 70. Na sequência, temos “Learn From The Best”, com suas linhas melódicas que parecem saídas diretamente de um álbum dos Beatles. Simplesmente adorável. O álbum seguem em frente com as ótimas “Boys of Ossory”, com sua bela introdução de piano, bom peso, influências de música irlandesa e que me remeteu a nomes como Gary Moore e Thin Lizzy, o que é um senhor elogio e “Say You’ll Be Mine”, com seus arranjos e melodias envolventes. Encerrando a primeira metade, “People You Can Find”, com sua levada envolvente, e “Debbie Don’t Go”, uma balada saída diretamente dos anos de 1960, com ótimas melodias e um vocal de timbre agradável.
A segunda ametade mantém o nível apresentado nas canções anteriores, abrindo com “Fright Train”, um Classic Rock de instrumental coeso, ótimos arranjos e melodias que ganham de cara o ouvinte. “Senpai” vai mais para o Hard Rock, entregando bom peso, ótima utilização do sintetizador e uma linha de baixo marcante, que dá peso a música. Vale destacar também o ótimo solo. “Can’t Get Away From Your Love” segue uma linha mais Pop, que funciona muito bem com seus ótimos arranjos. Mais uma vez, o baixo chama a atenção pela sua força. Abrindo a sequência final, temos “New Moon Hunting”, que consegue transpor as décadas de 1960 e 1970 para os dias atuais, graças a ótima produção, além de ser outra a se destacar pela qualidade nos arranjos, sendo seguida por “Prince of Neverland”, um Classic Rock de muito bom gosto, com um ótimo trabalho da bateria e do sintetizador. Para encerrar, “Ordinary Girl”, com suas ótimas melodias vocais e um trabalho de destaque, tanto do baixo quanto da bateria.
Sem dúvida, “Divilmint” é desses álbuns que se deixa escutar com facilidade e com um sorriso no canto do rosto, dada a qualidade mostrada. Por se tratar de um álbum de estreia, algumas arestas podem ser aparadas, já que em alguns momentos as referências e influências podem resvalar na emulação, mas nada que comprometa o ótimo resultado obtido aqui.