Death metal bruto enegrecido fincado no ensolarado solo tupiniquim, está é a faceta da banda SUTURA de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, e o debut álbum “CLASTA” lançado no dia 23 de fevereiro de 2019 de forma independente.

Seguindo a tendência da nova onda do gênero a banda SUTURA propõe uma mescla do que há no death e black metal old school de bandas como Dissection, Sarcófago, Mayhem, Entombed, Dismember Unanimated com algo que vem sendo moldado em bandas da nova safra como Mgla, Uada, Wormwitch, Gatecreeper e muito mais, proporcionando ao ouvinte uma sonoridade contundente e ampla indo de breves atmosferas etéreas até momentos mais viscerais de death metal cru e pragmático.

Apesar deste ser um nome novo para muitos a banda SUTURA já está em atividade desde 2016 tendo em seu currículo o single “Desfecho” lançado no mesmo ano e o EP “Morte Alheia” de 2017, mas foi preciso um pouco mais de tempo para que um primeiro full-lenght pudesse ganhar vida e hoje nós abrimos este debut em “Solstice“, uma faixa de linhas gélidas delineando uma atmosfera diferenciada a princípio mas que recai em riffs rápidos e instrumental mais cru na sequência disparando o gutural vocifero e intercalado de Luciano e Nathan.
Eu devo dizer que embora a produção deste álbum ainda não atinja os mesmos níveis qualidade de alguns dos exemplos citados anteriormente nós ainda encontramos uma identidade realmente muito próxima a bandas daqui da escandinávia então eu não ficaria surpresa se tal álbum atingisse um público mais amplo sendo que este novo esforço demonstra logo em seus primeiros momentos as características planas que o cenário atual dispara atualmente.
Entre murmúrios e gritos de dor nós seguimos a audição em “The Grave Awaits Your Flesh” e aqui toda a faixa é bruscamente empurrada para frente em uma presença brutal que atinge tanto o instrumental gritante quando em peso para o vocal. Outro ponto que merece atenção está nas guitarras de Nathan e Luciano e na opulência do baixo de Erik que constantemente abrem caminhos para solos monstruosos e pulsos sonoros poderosos que mantém a atenção do ouvinte sem cansar, fato que se repete em “Covenant of the Wicked” e “Into The Evil Tomb“.
Se por um lado as cordas aqui desempenham um papel contundente então por outro encontramos Willian bombardeando o cenário na faixa título “Clasta“, as letras igualmente sucumbem a escuridão e as mudanças de tempo e uso de elementos inesperados fornecem a este álbum o contrapeso de qualidade honesta o suficiente para emplacar na mente do ouvinte.
Eu realmente gosto do nível que as coisas atingem neste ponto e “Path from Insanity” nos empurra para a loucura em uma explosão massissa que me fez lembrar de outra grande banda carioca, Taurus, certamente aquele looping de guitarras é algo que sempre me agradou e SUTURA sabe muito bem onde mirar seu alvo, tiro certeiro!
Nos ainda passaremos pela torrencial “Edges of Deception” e a instrumental “Only Darkness Will Remains” antes que você tenha que começar a pensar em deixar para trás o inferno de “CLASTA“. Fechamos o álbum em “Gravelord” e a mescla thrash-death-black selvagem que sepultará os seus neuronios. SUTURA ainda pode estar em seu nascimento como uma banda promissora mas uma produção mais afiada é tudo que falta para colocar este caras no próximo nível e eu tenho certeza que eles o foram. Visceral e em pura combustão, este é “CLASTA“.
Destaque para “Mountains of Grievance“.
Track listing
1 – Solstice
2 – The Grave Awaits Your Flesh
3 – Covenant of the Wicked
4 – Into The Evil Tomb
5 – Clasta
6 – Path from Insanity
7 – Edges of Deception
8 – Only Darkness Will Remains (instrumental)
9 – Mountains of Grievance
10 – Gravelord

Membros da banda
William “Delta X” Toledo – Bateria
Luciano Galvão – Guitarras, Vocais
Erik Amorim – Baixo
Nathan Azevedo – Guitarras, Vocais