Após quatro anos, o Soulfly está de volta com um álbum de inéditas. O sucessor de “Ritual” se chama “Totem”, que está sendo lançado pela Nuclear Blast. Max Cavalera mais uma vez se reúne com seu filho Zyon na bateria, Mike Leon no baixo, com o produtor Arthur Rizk se encarregando da guitarra.
Distante daquele Soulfly com muito tribal e experimentalismo desde “Dark Ages”, de 2005, a banda continua agressiva com muito Groove, com influências claras de Death e Thrash Metal, não que os elementos citados antes não apareçam, mas aqui não são mais o prato principal. Dez faixas que juntas dão 40 minutos de audição. A maioria mais direta, com apenas uma sendo mais experimental, “Spirit Animal”, que fecha o álbum.
Já se destacando vem “Superstition”, com um riff destruidor abre o álbum com pura raiva. “Scouring the Vile” já emenda com mais influências do Death Metal, não á toa temos John Tardy do Obituary emprestando seus vocais na faixa, então não tinha como ficar ruim.
“Filth Upon Filth” desacelera um pouco e trabalha mais o Groove, ainda com alguma influência do Death Metal da Flórida. “Rot in Pain” traz um teclado de fundo em seu início que lembra algo do Mercyful Fate. O Thrash aparece por aqui, com certas influências Tribais na bateria.
“The Damage Done” tem dois andamentos, até sua metade é bem pesada e mid-tempo, acelerando após seu refrão e tomando um rumo mais Thrash até seu final.
As cinco primeiros foram músicas mais diretas, com duração curta, somente agora com a faixa-título temos uma faixa que passa do cinco minutos, e ela é incrível. Seu início lembra muito o Soulfly clássico, com um riff casado com uma bateria Grooveada. Em sua metade outro riff rápido rasga os ouvidos acelerando tudo novamente. Aqui os solos de guitarra ganham mais destaque antes do andamento ficar lento novamente até o final da faixa.
“Ancestor” volta com a pegada mais direta e curta, Max urra de modo impressionante na ponte, que tem uma pegada bem no estilo do Sepultura do “Roots”. “Ecstasy of Gold” tem um riff mais trabalhado, com algumas passagens harmônicas da guitarra solo. Um Groove toma conta da sua metade final que serve como base pra outro solo de guitarra bem trabalhado.
Chegamos a “Soulfly XII”, a clássica faixa fora do padrão dos álbuns da banda. Aqui ela não tem muito destaque, ficou parecendo mais uma jam que acabou entrando no álbum. Uma das piores das 12 já lançadas. Enfim, fechando o álbum, temos “Spirit Animal”. Sem dúvidas a mais experimental e que remete aos outros trabalhos do início da banda. Aqui temos o que parece ser um compilado de pelo menos três músicas que se tornaram uma só. Seu início é Metal total, que é envolvido por vocais tribais. Seu andamento muda e vai para o Thrash com participação de Richie Cavalera nos vocais. Ao seu final, um som mais voltado ao experimental com uma certa pegada de Reggae aparece, fechando o álbum de forma confusa.
O Soulfly continua com bons lançamentos e se mantém uma certa zona de conforto, o que não é ruim, mas já está na hora de sair um pouco da casinha. A maioria das faixas dos últimos quatro álbuns, sendo bem sincero, não são marcantes, o ouvinte até ouve e consome no lançamento, no máximo um mês após esse tempo do hype, acaba deixando de lado o álbum e dificilmente puxa uma música pra ouvir. Falta um pouco mais de ambição. Talvez Max Cavalera tenha mais prazer em tentar coisas diferentes em seu outros projetos como Killer Be Killed e Cavalera Conspiracy, mas no Soulfly, falta alguma coisa. O sentimento que fica é que “Totem” está no mesmo nível dos bons lançamentos da banda, não deve, mas também não acrescenta em nada.
Soulfly – Totem
Data de lançamento: 05 de Agosto de 2022
Gravadora: Nuclear Blast
TRACK LISITING:
01. Superstition
02. Scouring the Vile
03. Filth Upon Filth
04. Rot in Pain
05. The Damage Done
06. Totem
07. Ancestors
08. Ecstasy of Gold
09. Soulfly XII
10. Spirit Animal
NOTA: 8.0
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