Resenha: Soulfly – Ritual (2018)

A lenda do Metal Brazuca, Max Cavalera, apresenta mais um álbum do Soulfly, sua principal banda em meio a vários projetos paralelos no mundo do Heavy Metal. “Ritual” chega com 10 faixas pela Nuclear Blast, com a promessa de ser um retorno às raízes da banda, com um Thrash/Tribal Metal de primeira.

Antes de mais nada, já vale destacar aqui a diferença absurda da mixagem feita aqui por Josh Wilbur, comparada a mixagem do antecessor de “Ritual“, o álbum “Archangel” de 2015. Aqui é tudo no volume nivelado e super cristalino, diferente do anterior, onde os pratos estavam absurdamente altos e não se ouvia quase nada dos bumbos e caixas. Então, ponto positivo logo de cara.

A promessa de uma volta às raízes é cumprida, temos Groove com elementos indígenas evidente na faixa-título, abrindo o álbum com um ótimo Riff, algo que Max sabe fazer como ninguém.

O Thrash Metal agressivo aparece pela primeira vez em “Dead Behind The Eyes“, com participação de Randy Blythe do Lamb Of God. Essa faixa é uma das melhores composições do Soulfly, com os versos tendo muito destaque na voz de Randy. E já temos Zyon Cavalera aparecendo muito bem com seus Grooves e viradas muito interessantes.

Isso continua com as faixas seguintes, “The Summoning” e “Evil Empowered“, as duas com uma ótima pegada e com Riffs espetaculares.

Under Rapture” é uma faixa mais com a levada Death Metal, conta com a participação de Ross Dolan do Immolation, então pode esperar muito peso.

Aqui temos um ponto interessante, é impossível não se lembrar de “Beneath The Remains” no início da faixa “Demonized“, com uma intro totalmente acústica, a faixa é rápida e implacável como a clássica faixa do Sepultura. Conta com uma performance impecável de Zyon.

Blood On The Street” é uma clássica faixa do estilo Soulfly, com elementos tribais juntamente com ótimo Grooves e Riffs interessantes. O curioso é que a faixa conta com uma passagem cantada em português. A seguinte segue essa linha, com um ótimo Riff, refrão pegajoso e fácil, com destaque para o baixista Mike Leon que aparece em destaque pela primeira vez.

Em “Feedback!“, faixa que provavelmente é um tributo ao Motörhead, o Riff harmônico é muito semelhante ao de “Ace Of Spades“, além da pegada rápida e contagiante. Ao seu final a faixa se torna mais Groove com destaque mais uma vez para as baquetas.

A tradicional “Soulfly“, instrumental que está na sua décima primeira versão, é totalmente fora do padrão do álbum, mais uma vez tem um som ambiente muito melodioso e bem quisto. Por um segundo você pode achar estar escutando a intro de “One” do Metallica, mas é só impressão. Fecha o álbum com um clima muito leve.

Vamos aos destaques: Zyon Cavalera mostrou uma evolução absurda na bateria, ele faz alguns Grooves de tirar o fôlego em algumas das faixas. Marc Rizzo é competente como sempre, mas não inova em seu modo de tocar, os solos sempre parecem os mesmos, mas acabam funcionando. Mark Leon tem seus momentos de destaque e faz seu trampo certinho. Muito do que Max já fez com o próprio Soulfly, Sepultura e até com o Naibomb aparece aqui, mas isso não é uma coisa ruim, pois é o que ele sabe fazer de melhor. É uma máquina de fazer riffs grudentos e refrões pegajosos.

Não digo que é o melhor trabalho do Soulfly, nem de longe, mas com certeza é melhor que seus dois antecessores. Principalmente na mixagem, dessa vez acertaram em cheio e entregaram um álbum muito bom de se ouvir.

Formação:
Max Cavalera (vocal, guitarras, violão);
Marc Rizzo (guitarras, flamenco, violão);
Zyon Cavalera (bateria, percussão);
Mark Leon (baixo).

Faixas:
01. Ritual
02. Dead Behind The Eyes (feat. Randy Blythe)
03. The Summoning
04. Evil Empowere
05. Under Rapture (feat. Ross Dolan)
06. Demonized
07. Blood On The Street
08. Bite The Bullet
09. Feedback!
10. Soulfly XI

 

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