O novo ano ainda mal apontou no horizonte e por trás dos fiordes gelados da minha amada Noruega os filhos de Odin estão trabalhando sem parar para desencadear uma nova onda de lançamentos arrebatadores, entre eles um novo nome recheado de experiência, criatividade e a alma nórdica em ascensão como apenas aqui é possível encontrar se levanta nas sombras, nós estamos falando da banda de metal sinfônico SOMETIMES WE MAKE MUSIC (SWMM) e o voraz álbum TRAIL OF THE FALLEN que será lançado em 22 de janeiro de 2020 de forma independente.
Altamente influenciados por nomes como Devin Townsend, Wintersun, Turisas, Ensiferum, Two Steps From Hell and Tengger Cavalry, SWMM surgiu como um projeto de estúdio na primavera de 2013, onde os músicos necessitavam viajar 400 quilômetros, o que os levou ao nome da banda. O resultado do tempo de dedicação surgiu em um EP em 2013, “Forgotten Tales“, e dois singles em 2015, “Skogens Ro” e “Descending Into Darkness“, mas a banda levaria mais quatro anos antes que as gravações de “TRAIL OF THE FALLEN” começassem em 2019, e se por um lado mais tempo que o habitual, então por outro um digno debut álbum de oito faixas em uma mescla abissal de gêneros e atmosferas gélidas vindas de músicos trazendo no currículo a experiência de bandas que marcam o cenário norueguês de forma contundente.
O homem por trás da bateria em SWMM é nada menos do que Terje Martinussen, já conhecido através das bandas Taake, Wolf On Fire, em turnês com o Shaarimoth e também como integrante da banda Los Twangheads, Danny Valle Johannessen é a potente voz vinda de Vinter e Skyggegjemsel, que posteriormente se tornou Uburen do qual eu já falei aqui na Roadie Metal anteriormente(leia AQUI). Zlatko Kusmic é o guitarrista e backing vocal remanescente da banda Gratis Øl e como Danny também se dedicando a Tjörn, e completando o time o guitarrista Ivar Oftedal do Vinter e Crystasis, e o baixista Alejandro Roberto Sanhueza da banda Los Twangheads. Olhando atentamente as descrições e infinidade de nuances destes músicos então você pode começar a ter um vislumbre do quão diferenciado o metal sinfônico se torna nestas mãos.
“TRAIL OF THE FALLEN” é um álbum magnífico apenas de parecer curto, eu tive que ouvi-lo repetidas vezes para absorver todo o conteúdo ao pé da letra mas em um todo este é um esforço justo e impecavelmente delicioso para a audição. Começamos falando sobre “By The Might Of The Crow” e os sinos batendo para a riffagem corpulenta desaguando em linhas vocais duras e sinfonia infernal, bem vindo ao metal sinfônico enegrecido, está é a faceta norueguesa do gênero nascendo impiedosamente em uma trilha arrepiante e épica.
Esqueça tudo aquilo que você conhece sobre metal sinfônico, Danny aniquila a mesmisse do gênero em vozes cavernosas que oscilam em agonia de violinos e pianos em “Demon“, e o chamado calido se difunde a sentimentos doces em uma faixa cheia de surpresas embaladas ao sangue norueguês de um sotaque tradicional que fornece brilho a este que sem dúvida é um dos melhores momentos neste álbum.
Um álbum afiado para a audição e com certeza algo que soará contagiante ao vivo, desembarque em “Famine” e se deslumbre com o tradicionalismo nórdico fusionando sinfonias atemporais a guitarras em vórtice contrastando com a teia da bateria de Terje, destaque para os instrumentos alternativos ao fundo em uma riqueza de detalhes.
Seguimos por “Hymn Of The Lost Lord” e aqui o álbum ganha nobreza enquanto avança, existe pianos e teclados cintilantes duelando com o peso do death e black que culminam em gritos de guerra e momentos quase poéticos impressionantes, eu me pergunto neste ponto “onde esta banda esteve escondida?” e eu apenas posso me sentir grata em encontrá-los agora.
Mas nem só de escuridão é feita a alma norueguesa e o folk metal também ganha lugar em um momento dançante divertido em “Queen Annes Revenge“, e você pode levantar seus copos de cerveja e cantar a plenos pulmões, esta faixa irá te contagiar, não tenha dúvida!
Você ainda passará pela visceral faixa título “Trail Of The Fallen” e a magistral “Two Kings” mas até lá os seus ouvidos já estaram sedentos por mais e eu apenas posso esperar ansiosamente para cruzar meu caminho com estes caras em 2020 porque nada a menos que impetuoso é o que este álbum será ao vivo.
Destaque para “The Return“.
Track listing
1 – By The Might Of The Crow
2 – Famine
3 – Trail Of The Fallen
4 – Hymn Of The Lost Lord
5 – Queen Annes Revenge
6 – Demon
7 – The Return
8 – Two Kings
Membros da banda
Ivar Oftedal – Guitarra solo e composição
Danny Valle Johannessen – Vocal e letras
Terje Martinussen – Bateria
Zlatko Kusmic – Guitarra rítmica
Alejandro Roberto Sanhueza – Baixo
