Os suecos do Soen chegam ao quinto trabalho, Imperial, com o status de uma das melhores bandas de prog metal surgidas na última década; apesar de ter sido formada em 2004, somente em maio de 2010 a formação do grupo foi anunciada e seu primeiro álbum saiu em 2012.
Considerando que a cada ano que passa, ou a cada década que passa, a distância para lançamentos de uma mesma banda aumenta mais e mais, o Soen torna-se uma banda super regular, com cinco discos em nove anos.
Imperial foi produzido por Iñaki Marconi e pela banda e mixado e masterizado por Kane Churko. A banda o chama de “filho da Covid-19”, pois o cancelamento de shows e quarentena fez com que os caras pudessem passar metade do dia dedicados a esse trabalho. Imperial continua com a sonoridade tradicional do Soen, com melodias complexas, melódicas e grandes refrões que dão uma dinâmica épica para o som dos caras. E também a absurda capacidade técnica dos músicos em criar coisas complexas e fazer soar como música que toca em rádio.
Isso já fica evidente na abertura com “Lumerian”, com destaque para as boas linhas vocais de Joel Ekelöf e um climático solo de guitarra de Cody Ford. As faixas “Monarch” e “Antagonist” já haviam sido liberadas como singles e estão entre os destaques aqui; ambas resumem bem o que é a sonoridade do Soen, aquele tipo de faixa ideal para mostrar para quem quer conhecer a banda. A primeira mais pesada e parada, com um refrão melódico épico com clima de balada; a segunda mais agressiva, rápida e com o mesmo clima épico e refrão grandioso, ambas com instrumentação intrincada, mas que soa palatável mesmo aos ouvidos não iniciados em música progressiva.
“Dissident” é uma das melhores também; uma performance ótima do baterista Martin Lopez (no disco todo, aliás) e que mostra a ótima adição que foi o guitarrista Cody Ford para a banda: o músico consegue atingir diferentes nuances durante toda a audição e às vezes na mesma música, como nessa onde ele explode com riffs progs pesados e depois cai em solos jazzísticos, que evidenciam a musicalidade da banda. Outra canção em que ele se destaca é “Illusion”, uma balada com lindos solos “DavidGilmourianos” de Ford. Já faixas como “Deceiver” mostram o lado mais agressivo e “metal” do grupo, enquanto “Modesty” evidencia o lado mais épico e grandioso, mostrando que a banda trabalha bem também não só juntando os dois lados de sua moeda, mas separando-os também.
Com Imperial, o Soen adiciona não só um belo álbum à sua já ótima discografia, mas o melhor deles e se consolida como um nome forte na cena prog mundial.
9,0
Soen – Imperial
Data de lançamento: 29 de janeiro de 2021
Gravadora: Silver Lining Music
Tracklist:
1 Lumerian
2 Deceiver
3 Monarch
4 Illusion
5 Antagonist
6 Modesty
7 Dissident
8 Fortune
Formação:
Joel Ekelöf – Vocais
Martin Lopez – Bateria
Lars Enok Åhlund – Teclado, guitarra
Oleksii Kobel – Baixo
Cody Ford – Guitarra solo