Brutalidade, insanidade e porradaria são as melhores palavras para definir o APOCALIPSE que aconteceu na fatídica noite de 02 de Outubro de 2019 no Espaço das Américas em São Paulo. Uma noite de quarta-feira pra ficar na memória de quem teve a oportunidade de viver esse momento épico na história. A despedida do Slayer na terra da garoa foi perfeita.
Primeiramente, quero destacar a organização do local que, ao menos comigo e mais dois amigos que acompanhavam, foram impecáveis.
Também quero destacar a performance perfeita do Claustrofobia. Os nossos parceiros de Roadie Metal tocaram por meia hora e foi pouco, o trio deu o sangue e fez um dos melhores shows que já vi de banda de abertura. Marcus, Caio e Rafael destruíram no palco, realmente um espetáculo. 30 minutos foi pouco para os caras, mas foi justificável por conta do que estava por vir.
Quando as cortinas se abaixaram, todos já ficaram eufóricos, já sabíamos o que estava por vir, o apocalipse estava para acontecer.
Quando “Delusions Of Savior” começou, com todo aquele show das cruzes se invertendo nas cortinas, ainda dava pra ficar tranquilo. Eu estava em um lugar bom, mais ou menos uns 20 metros do palco com a visão limpa. Quando as cortinas se abaixaram e “Repentless” começou, a guerra estava armada, um campo minado com todo mundo descendo lenha.
Só sei que quando “Evil Has No Boundaries” acabou, eu estava praticamente na frente de Tom Araya, com apenas duas pessoas na minha frente, e foi lá que fiquei por boa parte do show. Tomando porrada, mas aguentando firme, afinal, Tom Araya estava na minha frente.
O momento mais marcante do show para mim foi quando Gary Holt olhou pra mim e respondeu meu “devil horns“, isso foi o ápice para mim, realmente ganhei a noite. Aliás, que performance de Holt, o cara realmente é a lenda viva do Thrash Metal. Uma presença de palco espetacular.
O público só deu uma “descansada” a partir de “Gemini“, mas logo em “Mandatory Suicide” a porrada voltou. Confesso que em “Born Of Fire” eu já estava querendo sair da porrada, mas quando “Seasons In The Abyss” começou eu tive que aguentar mais um pouco e fiquei até o final da mesma, mas depois me afastei e fiquei num lugar mais confortável, não tão longe, mas fora do campo de batalha.
As energias estavam quase se esgotando quando tudo ficou vermelho e todo mundo já sabia que era a hora do Apocalipse começar com “Raining Blood“. Satan estava presente nesse momento e viu chover sangue no Espaço das Américas. Que energia, que performance, um dos melhores momentos do show, ainda a banda emendou com “Black Magic“.
O estrago já estava feito, mas ainda tinha “Dead Skin Mask” e “Angel Of Death” pra fechar, renovei as energias e curti demais as duas últimas. Toda a falta de voz e dores no corpo de hoje valeram a pena.
Sobre os integrantes da banda, Tom Araya e Gary Holt são os que mais tem carisma, sempre sorrindo, interagindo com a galera. Tom com o sorriso de sempre e ao fim estava vivivelmente emocionado. Kerry King é bastante reservado, sempre de cara fechada e com interação zero, hora ou outro mudava de lado no palco, mas sempre com a expressão séria, mas era o que eu esperava e de modo algum isso foi uma decepção.
Agora, também me surpreendeu Paul Bostaph, eu que sempre fui um crítico dele no Slayer, aplaudi muito sua performance. Sempre o comparei muito a Dave Lombardo, mas depois aprendi que não se pode comparar alguém com Deus, então…
A experiência foi incrível, ver a banda com a energia lá no pico com uma performance inesquecível foi gratificante para mim. Hoje tenho história pra contar sobre esse dia. Com muito orgulho posso encher o peito e dizer que eu vi a maior banda de Thrash Metal da história destruir tudo em São Paulo.
Setlist:
Repentless
Evil Has No Boundaries
World Painted Blood
Postmortem
Hate Worldwide
War Ensemble
Gemini
Disciple
Mandatory Suicide
Chemical Warfare
Payback
Temptation
Born Of Fire
Seasons In The Abyss
Hell Awaits
South Of Heaven
Raining Blood
Black Magic
Dead Skin Mask
Angel Of Death