Eu não dei muita atenção ao Skid Row, quando eles lançaram o seu primeiro álbum. Aliás, até hoje, considero aquele um disco apenas mediano. Ouvi-o esporadicamente, aqui e ali, ao longo dos anos, e conheço os seus hits, mas, quando muito, apenas arrancou de mim a impressão de ser interessante.
Com “Slave To The Grind”, porém, a reação foi bem diferente. Lembro-me que o disco foi lançado com uma campanha midiática bem forte. A estreia, pelo bem ou pelo mal, fez muito sucesso e gerou expectativas para o seu sucessor. “Slave To The Grind” já atraía o interesse pela capa, bem chamativa, e o falatório gerado acabou me despertando a curiosidade em escutar o mesmo.
Logo no começo, o disco parecia ser promissor. “Monkey Business”, boa música, com guitarras fortes. Talvez o trabalho seja ok, no fim das contas. Massss…. na segunda música, a faixa-titulo, a coisa mudou absurdamente de figura! Era o disco certo que estava tocando? Aquilo era o Skid Row??? Um riff de guitarra muito pesado, forte como um martelo, em sintonia com a levada de bateria. Uma faixa antológica, rápida e agressiva com a banda inteira se esmerando em apresentar não apenas uma música, mas um autêntico clássico do Heavy Metal!!! “Slave To The Grind”, a música, é, para mim, não apenas o ponto mais forte do álbum, mas o ápice de tudo o que a banda fez em seus anos com Sebastian Bach. Esse, por sinal, apesar de ser muito criticado, principalmente e curiosamente por gente que sequer já havia o escutado cantar, estava aqui no auge de sua performance. Não era o melhor intérprete do mundo, claro, e nem era a melhor banda do mundo, mas quem disse que precisava ser? Aquilo era Hard Rock, era Heavy Metal, e o que precisava era ter punch!
https://www.youtube.com/watch?v=gM7IBrszcl4
Há um pouco de exagero no fato de ter três baladas em um disco de doze faixas, mas, pelo menos, essas não chegam a comprometer o resultado, estando bem longe de qualquer overdose de sacarose e a sua distribuição, dentro da sequência de músicas, deixa mais bem equilibrada a dinâmica do disco, sendo que “Quicksand Jesus” me soa como a melhor entre elas, com um andamento mais forte.
Nas faixas “The Threat” e “Psycho Love”, dá pra notar, guardadas as devidíssimas diferenças entre as bandas comparadas, que o Skid Row estava sintonizado com o metal em voga no começo da década de 90, pois percebe-se algumas leves semelhanças com o que o Pantera já estava fazendo em “Cowboys From Hell”. Por outro lado, “Get The Fuck Out” e “Riot Act” já trafegam no estilo “punk rock com solos de guitarra” que a banda praticava, evidenciando as influências do baixista Rachel Bolan, fundador e principal compositor, junto com o parceiro e guitarrista Dave Sabo.
A intransigência mantida pelos dois lados restantes pós-separação – Skid Row e Sebastian Bach – não foi benéfica para ninguém, visto que nenhuma das partes nunca mais conseguiu lançar nada que fosse tão relevante quanto o foi esse álbum. Houve um EP, um terceiro disco, e a implosão. Em algum momento eles poderiam ter se reunido e criado um novo disco matador, mas tudo indica que esse momento já passou. “Slave to the Grind”, porém, permanece na história como um dos melhores discos dos anos noventa e, se até hoje especula-se se Bach voltará ou não para a banda, isso só ocorre graças aos resultados que esse álbum alcançou.
Formação
Sebastian Bach – vocais
Dave Sabo – guitarra
Scotti Hill – guitarra
Rachel Bolan – baixo
Rob Affuso – bateria
Músicas
01.Monkey Business
02.Slave to the Grind
03.The Threat
04.Quicksand Jesus
05.Psycho Love
06.Get the Fuck Out
07.Livin’ on a Chain Gang
08.Creepshow
09.In a Darkened Room
10.Riot Act
11.Mudkicker
12.Wasted Time
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8.5/10