O Symphonic Metal sempre foi um estilo com público mais restrito dentro do próprio Metal, e com o Ruins of Elysium não é diferente. Formado em 2013, o grupo multinacional composto pelo tenor norueguês Drake Chrisdensen, pelo guitarrista e baixista italiano Vincenzo Avallone e pelo baterista brasileiro Icaro Ravelo já lançou dois álbuns de estúdio: “Daphne” (2016) e “Seeds of Chaos and Serenity” (2017).
Ao longo das 11 faixas do segundo disco, o Ruins of Elysium leva ao ouvinte um Symphonic Metal muito bem arranjado e executado. Assim como em “Daphne”, onde a banda abordou temas como a homofobia, em “Seeds of Chaos and Serenity” as temáticas fazem referência ao movimento LGBT, além de assuntos como feitiçaria, astrologia e também o jogo “Shadow of the Colossus” e o anime Sailor Moon.
O álbum abre com “Kama Sutra”, que mescla com eficiência o Symphonic Metal do grupo com o som da Cítara, instrumento de corda indiano. Outro destaque é o tenor Drake Chrisdensen, com voz e interpretação impecáveis.
“Shadow of the Colossus” tem uma aura cinematográfica que bebe da fonte do Rhapsody of Fire. A faixa é bem interessante, mas acaba pecando na duração. Oito minutos para Symphonic Metal é um tempo demasiadamente extenso. O single “Serpentarius” vem em seguida com um refrão forte e pomposo que já chega com impacto ao ouvinte logo de cara.
Prosseguindo, a pesada e agressiva “Beyond the Witching Hour” mostra que o Ruins of Elysium também faz músicas mais pesadas e agressivas. A faixa chega com tudo e traz algumas influências de Epica e After Forever ao som do quarteto. A voz rasgada colocada em um trecho da música foi uma ótima surpresa, dando um belo contraste com o timbre erudito de Drake Chrisdensen.
A linda instrumental “Iris” abre o segundo single do disco, “The Birth of a Goddess”, que tem início com uma grande performance do guitarrista italiano Vincenzo Avallone, aliada à bateria acelerada do competentíssimo Icaro Ravelo. A dupla vem debulhando ao longo do disco, tendo total sinergia com o frontman Drake Chrisdensen. A faixa apresenta variações em que o Ruins of Elysium executa um Power Metal e depois transita para momentos épicos e grandiosos, principalmente no refrão.
Apesar dos 40 minutos de duração, a derradeira faixa-título não se torna cansativa como poderia parecer. Dividida em cinco atos muito bem definidos, “Seeds of Chaos and Serenity” é extremamente climática, sendo um bom desfecho para o álbum.
Com este disco, o Ruins of Elysium mostrou que o cenário brasileiro não tem apenas Metal Extremo para oferecer. O Symphonic Metal que o grupo executa em “Seeds of Chaos and Serenity” é primoroso e tem uma riqueza musical que não se ouve em qualquer lugar.
Formação:
Drake Chrisdensen – vocal (tenor)
Vincenzo Avallone – guitarra e baixo
Icaro Ravelo – bateria e sintetizadores
Faixas:
01. Kama Sutra
02. Shadow of the Colossus
03. Serpentarius
04. Beyond the Witching Hour
05. Iris
06. The Birth of a Goddess
07. Seeds of Chaos and Serenity