O Heavy Metal em seus infindáveis subgêneros, carrega em sua mala de versatilidade incontáveis temas e opiniões. Muitas das vezes, o estilo que dispõem de uma aguçada visão crítica, dá um tapa na zona de conforto e mostra o lado podre do ser humano, precisamente aquele lado que mata e estripa, e por mais que tentamos esquecer, sabemos que faz parte de nossa humanidade.

De forma caprichada e por vezes inspirada, a banda Rotten Pieces de são Paulo usou em seu EP “Rot in pieces” de 2015, essa veia mais “sangrenta” e homicida da música.

Com uma capa muito bem feita (e uma produção melhor ainda), o Ep abre com a faixa “Rot in pieces”, a música destila pesadíssimos riffs que “esviscera”, “decapita” e “corta em pedaços” o ouvinte, aliás, o disco todo, que possui pouco mais que 26 minutos, traz essa pegada quase que psicopata, dando inveja até mesmo a assassinos como o “açougueiro de Rostov”, Andrei Chikatilo.

O trio composto por Léo Morales (Baixo/Vocal), Lucas Putini (Guitarra) e Davi Menezes (Bateria), são técnicos e criativos em suas composições, passando com muita dedicação um ar caótico e tenebroso as músicas. Todas as 6 faixas contidas no Ep, não perdem em nada a grandes nomes do estilo no cenário nacional, portando-se fiel ao proposto, porém sem perder a identidade.

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Um dos pontos altos do EP chama-se “Hell Soldier”, a música foi inspirada no personagem dos quadrinhos Spawn, criado por Todd McFarlane. A faixa começa com um penetrante som de guitarra limpa, acompanhado por uma voz turva que recita: Eu não sou daqui, eu não pertenço a essa época / fizemos um pacto, ele me faz acreditar / agora, não há escuridão em minha alma, eu quero morrer, mas eu escolho voltar. Logo após essa “narração”, a música toma proporções muito insanas e nos presenteia com um riff matador.

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O Rotten Pieces realmente soube mesclar o Thrash ao Death Metal, transformando com criatividade frases simples em riffs impecáveis. Bases cruas e arranjos diretos servem de cama para linhas vocais que dispensam qualquer tipo de floreios experimentais, além claro, de uma bateria visceral e precisa.

 Em suma, o EP “Rot in Peaces” é indispensável e deixa preso no âmago da ansiedade aquele desejo de ouvir os próximos trabalhos da banda.

Integrantes:

Léo Morales (Baixo/Vocal)

Lucas Putini (Guitarra)

Davi Menezes (Bateria)

Faixas:

1 – Rot In Pieces

2 – Hell Soldier

3 – The Refuge Of Suicidals

4 – Blood For Freedom

5 – Pure Words

6 – Colony

 

 

 

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