Resenha: Rammstein – Rammstein (2019)

O novo álbum auto-intitulado da banda alemã Rammstein acabou de sair e já pode ser ouvido em todas as plataforma digitais! Nós tivemos acesso na integra, desse tão aguardado lançamento após 10 anos de hiato, em uma audição exclusiva, a convite da gravadora Universal Music Brasil.

Para o lançamento do álbum, a banda lançou um vídeo de alto orçamento para “Deutschland” e outro para o single, “Radio”, ambos repletos de comentários políticos. Conhecidos por seus vídeos provocantes, esses não poderiam ser diferentes e mostraram um pouco do que estava por vir nesse novo trabalho – que pode ser o último registro da banda.

Depois de lançar o “Liebe is für alle da” de 2009, o futuro do Rammstein era incerto. A escrita tornou-se difícil, o que levou os membros a mostrarem desinteresse em produzir outro álbum. “No começo eu não estava convencido de fazer outro álbum do Rammstein porque é tão doloroso… A última vez que quase terminamos… E eu estava muito, muito nervoso com isso. Ao fazer isso ou voltar a ficar juntos, nós meio que desenvolvemos respeito como um tipo de fé um no outro que, de repente, percebi que parece o começo que tivemos. De repente, o círculo estava se fechando”, disse o guitarrista Richard Kruspe ao Full Metal Jackie.

Espera-se que o álbum seja o maior lançamento musical deste ano, na Alemanha. Além de ser um dos álbuns mais aguardados do ano, os fãs estavam ansiosos também para ouvir algo novo da banda. O álbum segue a linha de metal industrial, músicas com riffs mecânicos, batidas pesadas e repleto de elementos eletrônicos – nada muito inovador. A voz do Till continua com o ar sombrio, pesado e as letras em alemão que faz o trabalho da banda ser inconfundível. Esses elementos sinistros, às vezes perversos ajudaram o grupo a ganhar a atenção que tem por décadas.

Quem escuta o álbum, rapidamente compara algumas músicas e letras com trabalho anteriores, como a música “Sex” que obviamente faz o espectador relembrar de “Pussy” – embora as letras abordem temas um pouco diferentes. Nesse trabalho, a banda coloca muitos temas em jogo com letras bem elaboradas e críticas, outra característica do grupo. Nas músicas mais lentas, é possível perceber a sutileza dessas letras.

Em especial, indico a música que mais gostei do disco: “Puppe”, que  apresenta algo totalmente diferente e tem um tom mais emocional, onde  Till começa a gritar nas letras do refrão de uma forma que soa como um colapso mental, algo desesperador. Junto com  a melodia e batidas agressivas, o efeito é incrivelmente assustador, além da letra da música que é sombria e pode te levar a pensar em várias situações pertubadoras. Será uma das músicas mais comentadas do novo álbum.

O álbum contém duas edições, a padrão com 11 faixas, e uma edição especial com 16 faixas. E também será lançado em vinil. Rammstein ainda é pervertido, sofredor e ridiculamente exagerado. Nada de tão inovador nesse novo trabalho, mas ainda sim, é um grande disco que vai render shows bem marcantes e teatrais. Se a banda acabar, sendo esse trabalho sua oferta final – uma possibilidade que o guitarrista Richard Z. Kruspe mencionou -, acabará , apropriadamente, em grande estilo. Rammstein passará os próximos quatro anos na estrada para divulgar o novo álbum – E já estou ansiosa para uma possível passagem pelo Brasil.

Agradecimentos à Jennifer Mello da Universal Music Brasil pelo convite.


Faixas:

01. Deutschland (05:26) 
02. Radio (04:37) 
03. Zeig Dich (04:16) 
04. Ausländer (03:52) 
05. Sex (03:56) 
06. Puppe (04:33) 
07. Was Ich Liebe (04:30) 
08. Diamant (02:33) 
09. Weit Weg (04:19) 
10. Tattoo (04:10) 
11. Hallomann (04:09)

Músicos:

Till Lindemann  (Vocal)
Richard Kruspe (Guitarra Solo)
Paul Landers (Guitarra Base)
Oliver Riedel (Baixo)
Christoph Schneider (Bateria)
Christian Lorenz (Teclado, Sampler)

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