Bandas suecas, eis aqui uma parcela do Rock e Metal que apenas cresce para todos os lados e em todos os gêneros atualmente, e hoje o papo é sobre uma banda em profusa expansão na cena, estamos falando de Prime Creation, a banda de cinco integrantes originalmente sediada em Linköping.
Formada no início de 2015 e composta por músicos qualificados e experientes eles estão em ascensão entregando linhas de metal moderno em máxima exigência por qualidade.
Prime Creation surgiu das cinzas do que a banda Morifade foi e é composta pelos ex-membros Robin Arnell, na guitarra solo, Mathias Kamijo na guitarra base, Henrik Weimedal no baixo e Kim Arnell na bateria.
Durante a composição a banda procurava freneticamente por um vocalista e após alguns meses eles entraram em contato com Esa Englund e a última peça do quebra-cabeça foi colocada.
(Primeiro álbum disponível para audição abaixo)
As duas primeiras músicas foram pré-gravadas e enviadas para gravadoras de todo o mundo e no dia seguinte a Rambo Music entrou em contato e apresentou um contrato de gravação. No entanto, a Prime Creation queria esperar e ver se outros contratos chegavam antes de assinar com a Rambo Music. Algumas ofertas vieram, mas a Rambo Music permaneceu como a mais interessante, o que os levou a assinar o primeiro passo para um novo capítulo. Foi quando o trabalho duro começou, a banda Prime Creation terminou todas as composições e no final daquele ano eles começaram a gravar as primeiras faixas, com a chegada do Natal e o ano novo uma data de lançamento foi definida para o álbum e, após a gravação, mixagem e masterização, o álbum auto-intitulado foi lançado em 20 de maio de 2016.
Em janeiro de 2017, a Prime Creation assinou um contrato com a gravadora de Rock e Metal da Escandinávia, a Mighty Music, para o lançamento mundial do álbum de estréia em 28 de abril de 2017. No início de 2017 Mathias Kamijo decidiu deixar a banda por falta de compromisso e sentiu que se tornaria um impedimento para o progresso da banda se continuasse. Mathias foi logo substituído por Rami Tainamo, e em julho de 2017, foi lançado um vídeo para a música ‘War Is Coming‘.
Pode ser visto de fato que o novo álbum chegou tardio a discografia destes músicos, para ser exata um pouco mais de dois anos até que ‘Tears of Rage‘ pudesse ganhar vida. O novo álbum, embora, chega ao jogo com uma banda mais madura, fato que se reflete em sua sonoridade mais massissa.
Agora encerramos o papo e passamos a audição começando pela enérgica “Fingers Crossed“, uma interessante mescla de riffs de peso, linhas duras da bateria e desvios vocais entre a agressividade de Esa e backing vocals mais melodiosos. É possível notar algumas pitadas de teclados aqui e ali mas a faixa mantém uma estrutura íntegra, um bom ponto de partida para ‘Tears of Rage‘.
Seguimos para “Lost In The Shades” e possivelmente uma das melhores faixas deste álbum. Neste ponto eu posso dizer que a banda ousou sair da zona de conforto e uma grande variedade de estilos é acrescida levando a variação de algumas sentenças de Doom, passagens de metal melódico e uma inevitável presença de Power metal. Além de um instrumental equilibrado em todos os elementos, esta faixa trás Esa em seu melhor desempenho, com elevações agradáveis ao vocal.
“Before The Rain” é a pura representação da nova onda do metal sueco, uma faixa poderosa com trabalhos de teclados, efeitos aos vocais, atmosferas cintilantes e linhas melódicas modernizadas mas sem perder as veias do que diferencia as bandas do país as outras. Afinal eles são a casa de nomes como HammerFall, Dynazty, Europe e Hysterica, existe muita história por aqui.
“Pretend till the End” e “All for my Crown” seguem a mesma linha, embora a segunda faixa possua um trabalho mais elaborado que facilmente agradará ouvintes em vertentes diferentes. Um ponto positivo desde que atualmente manter uma linha repetitiva está longe de ser o que o público espera.
Eu realmente gosto desta onda moderna em que o Metal sueco embarcou, é gratificante poder apreciar músicos obtendo menos limitações e outra faixa deste álbum que representa isso é “A Beggar’s Call” onde uma profusão de sons sintetizados se fundem a linhas de metal.
Chegamos finalmente a faixa título e “Tears Of Rage” dispara em meus alto-falantes em bruscas linhas, por alguns instantes eu chego a pensar se estamos falando de uma banda de Death metal. Aparentemente este é o trunfo do metal moderno, não possuir uma constante, e sem perder tempo a faixa se desvia para um confronto de Heavy e Power metal com guitarras cuidadosamente tecidas.
Prime Creation mantém um trabalho belíssimo de riffs e solos curtos assim como bateria e baixo, existe um equilíbrio preciso embora algumas faixas as vezes soem um pouco mais alto do que deveriam. Esa é um vocalista brilhante com uma voz dinâmica e passional embora eu ainda não o sinta completamente confortável dentro de todas as faixas, com alguns pontos negativos para a quantidade de efeitos que as vezes dissipa a capacidade dele. Distante de questionar mas eu realmente acredito que Esa poderia ir muito além com menos efeitos. Um reflexo da modernidade? Eu não sei!
“Endless Lane” encerra a minha revisão e é também um momento controverso neste álbum, com linhas mais sinfônicas ganhando espaço e uma cadência mais passional que quase a enquadram como uma balada, a faixa impressiona pela dinâmica em atmosferas mais gélidas e sem dúvida isso seria magnífico de ouvir ao vivo. Eles realmente deveriam trabalhar mais disso e se eu mencionei acima o fato de muitos efeitos sobre Esa aqui ele brilha, sem dúvida o melhor momento dele em todo o álbum.
Nota: 8,5/10
Track listing
1 – Fingers Crossed
2 – Lost in the Shades
3 – Before the Rain
4 – Pretend till the End
5 – Walk Away
6 – All for my Crown
7 – A Beggar’s Call
8 – Tears of rage
9 – Endless Lanes
Membros da banda
Esa Englund – Vocal
Robin Arnell – Guitarra solo
Rami Tainamo – Guitarra rítmica
Henrik Weimedal – Baixo
Kim Arnell – Bateria
Arte da capa por LOEWENART.