Temos aqui uma grata surpresa oriunda da Colômbia: a banda atende pelo nome de PRIMAL SINNER. Formada no ano de 2009 pelos irmãos Tejada, a banda levou dez anos para lançar o seu debut-album e os caras estrearam com o pé direito.
A banda se define em seu press-release como sendo baseada nos princípios e técnicas da música clássica e estética construída sob a tríade força, beleza e poética. Particularmente, esta foi minha primeira oportunidade de escutar uma banda de Metal colombiana. Eu já havia escutado algumas bandas de Punk e Hardcore que me foram apresentadas por um amigo colombiano, mas talvez por puro pré-conceito, eu não havia me dado ao trabalho de buscar uma banda de Metal do nosso país vizinho. Eis que caiu uma no meu colo.
O primeiro tiro certeiro do quinteto de Cali foi na escolha do produtor: e ninguém menos do que o badalado Jens Borgen, notável por trabalhos com SYMPHONY X, ANGRA, OPETH, ARCH ENEMY, Devin Townshed, e que recentemente produziu “Quadra”, o mais novo álbum do que restou do SEPULTURA. E o cara não é badalado a toa, então, dizer que aqui em “Die Like the Sun in the West” tá com a produção bem caprichada é simplesmente chover no molhado.
A masterização ficou a cargo de Bob Katz e a arte gráfica ficou com o polonês Igor Morski. O cara criou uma arte para cada música. Os colombianos chegaram chegando em seu álbum de estreia. Vamos então destrinchar cada uma das nove músicas deste play:
“Red Horn Calls” é um Hard Rock com todos aqueles clichês do estilo, com direito a um refrão grudento. Com a diferença de ter uma roupagem mais atual, enquanto que “Scars of War” é uma música bem empolgante, em que o Power Metal entra de sola, com toques de Progressivo no refrão.
“The Stage is Waiting” mantém a pegada Power Metal em uma música bem interessante e bem executada. Já “Rage for Freedom” traz de volta o Hard Rock e aqui nota-se influências das bandas Glam dos anos 1980. E o trampo dos caras é bom o suficiente para que não sejam rotulados como genéricos. Aqui eu destaco o excelente trabalho do baterista Freddie Olave e seu bumbo duplo.
“Let Rock be Heard” é uma das músicas que mais me chamaram atenção neste play. Ela é primordialmente Power Metal com muita influência de HELLOWEEN, mas eles beberam em fontes do Progressivo, com destaque para os excelentes riffs de guitarra. A faixa que segue é “When Lightning Falls” é a mais pesada do disco, onde novamente os riffs se destacam em uma música que passeia pelas veredas do Progressive Metal, sem soar pedante com suas mudança bruscas de andamento. Excelente.
“Albam Tenebrae (Prologue)” é uma intro com pouco mais de um minuto e logo chega a faixa complementar, chamada igualmente “Albam Tenebrae”, com o acréscimo entre parênteses “Blindness & Seeing”, que é uma faixa mais densa, bem elaborada e o melhor, muito bem executada, com mais toques de Prog Metal e em sua parte final ela ganha uma pegada bem JUDAS PRIEST, ficando ainda melhor.
O disco fecha com a ótima e instrumental “Opus One”, em que a banda usa e abusa do virtuosismo de seus músicos e viaja pelo Progressivo e o Power Metal, finalizando o álbum de uma forma muito positiva.
Em cerca de 40 minutos temos uma grata surpresa neste debut. A produção, como dissemos lá no início, é super bem caprichada, os músicos excelentes. O som é inovador? Não. Os caras reinventaram a roda? Também não. Mas aqui eles fazem o que já existe de forma competente e honesta e isso é digno de aplausos.
E se você não tem preconceito com nossos irmãos sul-americanos, vale a pena dar uma sacada neste trabalho, uma ótima opção para se escutar nestes dias de quarentena. Não se esqueça de seguir as recomendações da OMS e fique em casa.
Tracklisting:
01 – Red Horn Calls
02 – Scars of War
03 – The Stage is Waiting
04 – Rage for Freedom
05 – Let Rock be Heard
06 – When Lightning Falls
07 – Albam Tenebrae (Prologue)
08 – Albam Tenebrae (Blindess & Seeing)
09 – Opus One
Lineup:
Fabián Tejada (Guitarra e vocal de apoio)
Jhon Tejada (Guitarra)
Freddie Zambrano (Baixo e vocal de apoio)
Freddie Olave (Bateria)
Dio López (Vocal)
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8/10