Sejam bem vindos a mais uma grande viagem do Death Metal, e não é qualquer banda, é o grandioso e até posso dizer em questão de estilo de composição, o pomposo NILE, sim pomposo por suas partes em orquestrações e o ótimo uso do teclado em suas músicas, seu penultimo álbum, o What Should Not Be Unearthed foi bem feito e claro, foi bem recebido também,então vamos ao que interessa.
O Vile Nilotic Rites já começa com suas maiores características: O peso junto a velocidade, e olha que não é fácil ter bandas que misturam esses elementos e fazem bem e melhor, é nítido,
Long Shadows Of Dread é a cara do que o Nile sempre nos proporciona, boas histórias porque sabemos como são as composições da banda, e claro, o bate cabeça, sem contar o solo que me deixou um pouco travado, os vocais principais de Karl Sanders continuam excelentes, mas o destaque é para o solo.
E como não era de se esperar, Nile continua os títulos de suas músicas enormes, The Oxford Handbook of Savage Genocidal Warfare é bem direta por ter pouco mais de 3 minutos, também é a que me parece um tanto mais suja, soou como um banda de Thrash Metal, nas caracteristicas do Slayer tocando algo mais voltado pro Death Metal, tem vocais divididos, que é bem legal, um riff bem difícil de ser executado e uma bateria um tanto desafiadora e veloz, no geral é uma excelente música em todo o seu conjunto.
Vile Nilotic Rites é a faixa título, eu gostei bastante da bateria por se dividir entre o uso do pedal duplo e o não uso do mesmo, tendo e não tendo cadência no compasso, o que faz você notar que a voz não segue o mesmo compasso dos demais instrumentos, é uma faixa bastante progressiva, bem ali na linha Death, inclusive o solo de guitarra lembra a forma e o estilo em que os solos do Death era compostos, e que fique claro que não estou dizendo que é cópia, apenas pode ter sido influência, e muito boa por sinal.
Escrevendo para Metal Injection, Austin Weber observou que a diferença mais distinta entre o álbum e os outros álbuns da banda é o “influxo do que você poderia chamar de trabalho de tech-death mais” tradicional” assumindo um papel maior aqui além do riff frenético patenteado. no caso do “estilo”
Seven Horns of War é a maior faixa do álbum, ultrapassa os 8:30, e vocês lembram que eu escrevi que era pomposo? Essa música é um exemplo muito prático , sua intro, ou seus primeiros segundos mostram que o estilo do Nile é esse, mas claro sem perder a brutalidade, e não esquecendo do seu lado Progressivo que ta bem forte, mas bastante forte mesmo, por se tratar de uma faixa que podemos considerar longa, tem bastante mudanças em andamentos e melodias, o que torna mais interessante, tanto pra quem somente ouve ou pra quem também é músico e toca/tem banda, a música é um prato cheia pra técnica, velocidade, peso e ótimas melodias, até mesmo a sua maior caida no andamento em que é uma espécie de discurso até que todo o caos volte a tona é bem feito, com toda aquela pompa que o Nile faz quando o assunto é Egito, pra mim, a melhor faixa do cd, claro, com mais algumas acompanhando.
That Which Is Forbidden são 5 minutos que inicialmente é como se fosse algum tipo de lugar de sofrimento, mas logo logo sacamos uma intro, muito bem feita por sinal, porque o que vem a seguir é a continuação do local de sofrimento, porque só vem brutalidade, gutural e o caos, claro é preciso que tenha o caos pra que tudo isso seja criado, a bateria é o grande destaque dessa faixa, pois o que o George Kolias faz com Blast Beat, chega a ser assustador, mas afinal, os mestres sempre serão os mestres.
Snake Pit Mating Frenzy mais direta que uma reta de pista de corrida, a sexta faixa é daquelas bem violentas, mas o mais interessante é que não há desordem mesmo com toda a violência e velocidade, um solo um tanto bacana que me lembra alguns exercícios de palhetadas no primeiro solo, já o segundo eu vou deixar que você tome sua própria conclusão, e são apenas 2:48 que soam como se fossem 5:00.
Revel in Their Suffering, essa sim tem 5 minutos, até um pouquinho mais, a bateria novamente se encarrega de te deixar surpreso, e eu duvido muito isso não acontecer, pois o Nile faz isso tanto nas performances ao vivo quanto em álbuns, e tem um solo que parece uma fritação e se o que ele fez foi mesmo de fato fritar no solo, eu quero um dia fazer exatamente igual, os vocais nessa faixa soam um pouco mais na casa do grind, até partes da música soam grind, o que não tira sua qualidade, é uma das melhores do álbum.
Thus Sayeth The Parasites Of The Mind é faixa instrumental.
Where Is the Wrathful Sky me surpreendeu, só esse início com a bateria me deixou curioso com que viria a seguir, e não deu outra, era violência,peso e brutalidade, mas tudo de maneira progressiva, e como é de praxe, a influência da música egípcia é algo muito forte e característico no Nile, o que torna essa viagem no Death Metal ainda mais incrível.
The Imperishable Stars Are Sickened é mais uma das músicas que estão na casa das músicas longas, ela tem exatamente 8:00, tem uma bela intro com dedilhado, essa é uma faixa mais Death Metal, com uma pitada Prog, os vocais de Karl, certas vezes me lembram o de Mikael Åkerfeldt do Opeth, tem alguns solos durante toda a música, funciona como nuances e ponte para quedas e aumento do andamento dessa música , mas isso não tira a qualidade do mesmo, uma excelente faixa, um grande destaque é que nessa faixam usam mais os instrumentos de origem egípcia e o uso de vocais limpos é algo forte na música.
We Are Cursed fecha esse álbum com pouco mais de 6 minutos de duração, dessa vez a pompa veio com distorção no início, e com uma batera sinistra em suas viradas e contratempos, e quero destacar o timbre da bateria, principalmente o da caixa, é bem o estilo que eu curto na questão da sonoridade, é uma faixa com bastante quebra de tempo, e andamento, guitarra fora do compasso inicial da música em algumas partes, e o vocal mais grind, eu notei que nesse álbum houve o uso um pouco além do normal desse estilo, e algumas partes um tanto visceral como se parecesse de alguma forma o grito e algo perto de forçar o vômito(me desculpem por isso, mas foi necessário), a bateria é a grande dona da festa nessa faixa.
Vile Nolitic Rites é um pouco diferente dos outros álbum ,sendo um pouco mais direto, explorando mais a vertente progressiva , claro misturada ao caos que sempre é o Death Metal, e soa como algo não tão tradicional, digamos que é um pouco fora da curva, o que eu aprovo bastante, e deixando claro que esse álbum é uma aula do Technical/Brutal Death Metal.