O Miasthenia é seguramente hoje um dos maiores nomes do Metal no Brasil e com certeza galgou essa posição de destaque graças ao árduo trabalho de seus músicos e da temática rica e diferenciada que segue a banda desde seu início!
Lançado em 2014 e ganhando agora uma versão em digipack de luxo pela gravadora francesa “Drakkar”, é conveniente que se faça uma análise com novos prismas para este trabalho.

A edição em digipack é luxuosa, de primeiro mundo e traz um livreto explicando a temática usada pela banda em seu trabalho e as letras em português e inglês.

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A temática geral do trabalho gira em torno da cosmovisão e cultura maia e suas crenças. Este é fio condutor para que o Miasthenia tecesse um trabalho irretocável em “Legados do Inframundo”, que com certeza é o mais maduro e completo trabalho do grupo e com certeza este dá um passo seguro para brilhar entre os principais artefatos da música pesada dos últimos anos!

O CD abre com “Deuses Fúnebres”, onde Hécate nos introduz ao mundo dos mortos dos maias com seus teclados e voz poderosa, em uma das melhores introduções do Metal; seu espírito é preparado para adentrar à “Saga de Xibalbá”, tema direto e poderoso. O casamento entre teclados e guitarra é perfeito, dando o tom perfeito e clima buscados pela banda. “Entronizados Pela Morte”, que virou clip oficial da banda, apresenta toda a classe e experiência do guitarrista Thormianak em riffs bases poderosos, nesta que é com certeza uma das melhores performances vocais de Hécate, contrabalançando vocais rasgados e graves, num hino da arte negra.

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“Sacerdote Jaguar” e “Tok Yah”apresentam elementos mais cadenciados, em variações bem sacadas de guitarra e a bateria de V. Digger mostrando serviço. “Ahau Katún”, o tema mais rápido do álbum em suas densas variações, desemboca no intrincado dueto de guitarra e teclado emocionante, neste tema que traz um dos mais belos solos de guitarra do Metal negro. Vale aqui salientar mais uma vez o impressionante trabalho de Hécate, que canta todos os temas em português e conseguindo, com isso, “casar” perfeitamente suas linhas vocais com a aura e música do trabalho, provando que não há barreiras linguísticas quando o trabalho é bem estruturado e verdadeiro.

“Senhores do Mitnal” e a faixa-título continuam a saga do “Xibalbá”, mesclando os elementos que alicerçam a banda, peso, densidade e um nível de interpretação que faz com que você realmente se sinta levado ao universo mítico dos maias. “Legados do Inframundo” (a faixa) ainda traz uma variação vocal mais melódica nos backing vocais de Hécate, que com certeza deve ser usada mais vezes pois sua ideia casou perfeitamente com a aura da banda. O trabalho fecha com a maravilhosa bônus “Onde Sangram Pagãs Memórias”, que é uma releitura da faixa seu álbum “XVI”, fechando este trabalho grande mérito.

Com certeza o trabalho do Miasthenia, por suas características, vem a chamar mais atenção do público e crítica estrangeiros. É algo inevitável e por que não dizer justo, visto que esta é com certeza uma das melhores bandas do Metal nacional e seu conteúdo original e diferenciado a coloca no patamar dos grandes nomes do Metal extremo mundial. Os deuses do “Xibalbá” estão orgulhosos!

Formação:
Hécate (vocais e teclados);
Thormianak (guitarra e baixo);
V. Digger (bateria).

Faixas:
01 – Deuses Fúnebres
02 – Saga do Xibalbá
03 – Entronizados Na Morte
04 – Sacerdote Jaguar
05 – Tok’yah
06 – Ahau Katún
07 – Senhores do Mitnal
08 – Legados do Inframundo
09 – Onde Sangram Pagãs Memórias (Faixa Bônus)

Links oficiais:
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E-mail: miasthenia.horda@gmail.com

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