Resenha: Metallica – 72 Seasons (2023)

Quando, em novembro de 2022, o Metallica anunciou ao mundo o lançamento de um novo álbum de estúdio, houve um abalo sísmico dentro da redoma da música pesada mundial. Isto porque o último álbum da banda, Hardwired…To Self-Destruct, havia sido lançado em 2016 e os milhões de fãs ao redor do planeta estavam carentes de novas composições da banda. E para aguçar ainda mais o desejo dos fãs, o Metallica lançou imediatamente um primeiro single, a acelerada “Lux Æterna”, que atingiu como um raio os famintos corações do público. Muitas novidades foram sendo reveladas desde então. Intitulado 72 Seasons, o álbum está sendo lançado em vinil, CD e K7, nesta sexta-feira, 14 de abril, pela Blackened Recordings, da própria banda. Produzido por Greg Fidelman com James Hetfield e Lars Ulrich, 72 Seasons é grandioso em todos os sentidos, desde a sua capa em amarelo reluzente, marcando mais de 77 minutos, em suas 12 faixas. De acordo com o material promocional distribuído pela banda, 72 Seasons seria uma forma de marcar como lembrete indelével toda a trajetória do Metallica, uma ode à sua própria história, desde a sua fundação, atravessando décadas até chegar aos nossos dias, uma forma de carimbar o tradicional thrash metal old school, com a marca da banda. Nesta quinta-feira, 13, o álbum foi exibido e resenhado nos cinemas espalhados pelo globo. Ao final da exibição, a banda revelou que os shows que serão realizados no Texas/ EUA, em 18 e 20 de agosto, também serão exibidos nos cinemas.

Após ouvir atentamente cada uma das 12 faixas do 12º álbum do Metallica, 72 Seasons mostra tudo aquilo que se esperava dele. Quase tudo aqui é grandioso, requintado, potente, exuberante. James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo não mediram esforços em nada. Cada um deles se sobressai em determinado momento, como se a banda estivesse apresentando as credenciais de cada um com a sua chancela e autoridade que só o Metallica possui. Pesados riffs, marcações violentas, uma voz poderosa e muito mais espera para reencontrar os ouvidos dos fãs. Muito do que o Metallica apresentou ao longo dos anos está aqui, presente em cada canção, que parece terem sido escolhidas à dedo para este momento. É bem verdade que muitos sentiram falta de uma balada, algo do estilo de “The Unforgiven” ou “Nothing Else Matters”, mas há várias canções com arranjos mais emocionais, por assim dizer, que fazem essa ponte com o passado menos thrash do Metallica. E isso não denigre em nada a força e o poder de 72 Seasons. 4 foram os singles lançados previamente ao lançamento de 72 Seasons, a já mencionada “Lux Æterna”, em novembro de 2022, além de “Screaming Suicide”, já em janeiro deste ano, “If Darkness Had a Son”, em fevereiro e a faixa-título, no mês passado.

Analisando cada uma das 12 faixas, os amantes do thrash tradicional irão se identificar com canções como “72 Seasons”, a faixa-título, “Chasing Light”, e “If Darkness Had a Son”, que tem um arranjo mais pesado que as outras duas e pra esta redatora, que vos escreve, é um dos grandes destaque do álbum. Para os que preferem as canções mais cadenciadas, mesmo que não sejam baladas propriamente ditas, temos as densas “Crown of Barber Wire”, outro dos maiores destaques do play, “Sleepwalk My Life Away”, e “You Must Burn!”. Se preferir as faixas mais aceleradas, podemos citar “Lux Æterna”, que parece ter saído de um desenho animado, “Room of Mirrors”, que tem um grande e alucinante solo de guitarra e “Too Far Gone?”. Músicas mais próximas da mistura entre o thrash com o metal mais clássico, tradicional aparecem em “Screaming Suicide” e “Shadows Follow”. E deixamos por último a cereja do bolo, a gigantesca “Inamorata”, no alto de seus mais de 11 minutos, cheia de variações, viradas e vocais alternados, que não deixam o ouvinte se cansar, o terceiro maior destaque do álbum, fechando o play com chave de ouro.

72 Seasons é um álbum pesado, forte, dinâmico, requintado, um dos melhores álbuns da extensa discografia do Metallica, com os quatro integrantes brilhando ao longo do play, cada um com seu momento. Mas, se eu tiver que fazer um destaque individual, esse destaque atende pelo nome de James Alan Hetfield, que completará 60 anos em agosto próximo. James Hetfield está cantando de forma exuberante, com diversas variações vocais distribuídas não só entre as faixas, mas também dentro das mesmas músicas, o que dá um embelezamento maior a elas. É lógico que tudo o que está escrito aqui é uma opinião pessoal, baseada em minha audição do álbum. E como diz o ditado, “toda unanimidade é burra”, há quem irá discordar. Eu, que não sou especialista em thrash metal me senti arrebatada com a audição de 72 Seasons e ouso em dizer que será um dos maiores destaques do ano na música pesada. Digo será porque há ainda muita coisa pra ser lançada em 2023, afinal ainda estamos em abril. Enfim, ficou curiosa, ficou curioso para ouvir 72 Seasons? Então, clique no play abaixo e ouça sem moderação, tirando as suas próprias conclusões.

Formação:
James Hetfield: vocais/ guitarra rítmica
Kirk Hammett: guitarra solo
Robert Trujillo: baixo
Lars Ulrich: bateria

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