Quando uma banda praticamente cria um gênero dentro do Metal, é quase impossível desassociar a mesma do tal estilo. Com o Meshuggah não é diferente, o suecos do Metal Extremo são conhecidos por criarem o Djent, apesar de a própria banda não gostar muito desse rótulo, mas é inegável que incluênciou muitas novas bandas com seu estilo.
Guitarras de 8 cordas com afinação baixa, bateria com compasso próprio, difícil de acompanhar e um vocal técnico e agressivo, marcam a identidadade da banda, com seu riffs fora do tempo que criam uma atmosfera incrível. Esse é o Meshuggah, com mais de 30 anos de estrada, ainda surpreendendo com um lançamento.
Esse em questão se chama “Immutable”, seu nono álbum de estúdio, com seis anos de diferença para com seu anterior, “The Violent Sleep of Reason”, de 2016.
Após passar da fase experimental dos início dos anos 2000, o Meshuggah voltou a fazer música mais direta ao ponto, ainda com elementos do Progressivo e com poucas experimentações. Isso ficou claro em “Koloss”, um masterpiece da banda.

Em “Immutable”, a cada faixa você se surpreende e é impossível não bangear a cada nota. Na faixa de abertura – de 5 minutos – não temos nenhum grito, apenas um pesadíssimo intrumental acompanhado de sussurros do vocalista Jens Kidman. Logo na sequencia vem uma das melhores faixas já lançadas pela banda., não apenas do álbum, “The Abysmal Eye”, cheia de viradas intensas, vocais matadores e os riffs mais afiados o que nunca, deve ser um dos ápices dos novos setlists.
Uma das primeiras faixa a ser compartilhada em alguns teasers, “Ligature Marks” tem seu riff simples, pesado e um groove que não deixa seu pescoço parado. O mesmo pode ser dito de “God He Sees In Mirrors”, ainda um pouco mais pesada e com os vocais mais arrastados.
Surpreendente é a insturmental de nove minutos “They Move Below”, que tem seu início com uma guitarra acústica, algo incomum nas faixas da banda, que depois se transforma em um épico cheio de riffs esmagadores e grooves inimagináveis.
Na mesma pegada com muito groove e riffs pesados, temos “Light The Shortening Fuse”, “Phantoms” “I Am The Thirst” e “Kaleidoscope”, as duas últimas com solos psicodélicos que dão mais charme a música.
Na reta final do álbum, “The Faultless” chega com riffs contagiantes e pesados, com mais um solo técnico e cheio de psicodelia. Seus vocais ainda tem uma parte que parece um duelo interessante, onde a mixagem trabalhou muito bem. “Armies Of The Preposterous” é bem trabalhada no groove, com destaque para a bateria, sempre impreissionante de Tomas Haake. Essa praticamente fecha o álbum já que a última faixa é totalmente experimental.
Pra finalizar chega “Past Tense”, como já citado, é totalmente experimental, apenas com a guitarra sem distorção fazendo algumas notas, com um ambiente mais calmo totalmente diferente do restante do álbum.
Enfim, temos talve um dos melhore álbuns do Meshuggah, sem exageros. A banda conseguiu balancear seu lado pesado com o experimental com mais precisão do que já tinha tentado em álbuns anteriores. Os riffs, bateria, vocais, tudo está afiado e com uma precisão inigualável. Tão esperado pelos fãs e pela crítica, fez valer a espera e com certeza a banda atingiu seu nível mais alto desde o início da carreira. Ouça com atenção e admire essa obra-prima do Metal Extremo.

Meshuggah – Immutable
Lançamento: 1º de abril de 2022
Gravadora: Atomic Fire Records
Tracklist:
01. Broken Cog (05:35)
02. The Abysmal Eye (04:55)
03. Light the Shortening Fuse (04:28)
04. Phantoms (04:53)
05. Ligature Marks (05:13)
06. God He Sees in Mirrors (05:28)
07. They Move Below (09:35)
08. Kaleidoscope (04:07)
09. Black Cathedral (02:00)
10. I Am That Thirst (04:40)
11. The Faultless (04:48)
12. Armies of the Preposterous (05:15)
13. Past Tense (05:46)
NOTA: 9,5
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