Resenha: Mark Morton – Anesthetic (2019)

Em março de 2019, Mark Morton, guitarrista do Lamb of God, lançou o seu primeiro álbum solo intitulado “Anesthetic”, onde nele, o músico apresenta mais um daqueles discos solos de guitarrista onde o mesmo convida o time de peso para gravar as faixas, algo como o Slash fez em seu primeiro trabalho solo antes de firmar parceria com Myles Kennedy.

Nesse caso, os vários convidados do Mark Morton não se resumiram a apenas os vocais, tendo também muitos outros instrumentistas de peso participado, entre eles, Chris Brooks, Roy Mayorga, Mike Inez, Alex Bent, Marc Ford, David Eliefson, e outros. Os vocalistas convidados vocês saberão ao longo do texto.

E o disco já começou com uma participação de peso e emocionante, principalmente para os fãs do Linkin Park, já que “Cross Off” foi a primeira faixa (e única até o momento) lançada com a participação de Chester Bennigton após sua morte, ocorrida em julho de 2017.

Eu particularmente, como fãs do Linkin Park principalmente em sua fase inicial, fiquei muito feliz que o Mark tenha trago essa gravação a público, pois mostrou os vocais de Chester típicos da fase New Metal do Linkin Park, quando eles faziam um som pesado, diferente daquilo que se tornou no álbum “One More Light”, o último lançado pelo grupo até o momento.

A mesma pegada é mantida na faixa “Sworn Apart”, que contou com os vocais de Jacoby Shaddix, do Papa Roach, que se encaixou também naquilo que um dia sua banda foi, não na sua fase inicial, mas sim o que era entre o “Getting Away with Murder” e o “The Connection”.

“Axis” conta com a participação de Mark Lanegan nos vocais, e por esse ser um barítono nato, a sonoridade do álbum já passa ter uma pegada um pouco mais diferenciada aqui, começando cama no inicio, mas ganhando peso ao longo que a mesma passa, mas sendo ainda mais cadenciada.

“The Never” é uma das faixas mais pesadas e pegada do “Anesthetic”, e também não é pra menos, pois a mesma tem “apenas” Chuck Billy, do Testament, no vocal, junto com Jake Oni.

E olha só quem apareceu, citado mais acima no texto, o grande Myles Kennedy, vocalista do Alter Bridge e do projeto solo do Slash, deu o ar de sua graça na faixa “Save Defiance”, mostrando aquilo que ele sabe fazer de melhor que são seus mega agudos, os quais ele faz sem precisar forçar nada. Inclusive, vale ressaltar que a faixa em questão soa bastante com algo que o próprio Alter Bridge faria.

Seguindo com a sonoridade mais melódica nos vocais, Mark Morales, da banda Sons of Texas, da sua contribuição na faixa “Blur”, com muita técnica e peso, em uma música mais cadenciada.

Em “Back From the Dead” voltamos a ter mais velocidade na batida e nos riffs, contando com a participação do vocalista Josh Todd, da banda Buckcherry, a faixa é do tipo que é perfeita para abrir um grande mosh pit em sua abertura.

Em “Reveal” temos a faixa mais leve do álbum, principalmente porque a participação especial da mesma se dar por uma cantora que é de fora do Rock, sendo essa a cantora americana Naeemah Maddox, dando um completo contraponto a maioria das músicas do álbum.

“Imaginary Days” é a única música onde o próprio Mark Morton assume os vocais, mostrando um talento dele que até o momento era desconhecido pela maioria, apresentando também um pouco da sua versatilidade musical.

O “Anesthetic” se encerra com a “The Truth Is Dead”, que é uma música que poderia muito bem ser do Lamb of God, e tanto combina com a banda que um dos vocais convidados da faixa é o próprio Randy Blythe, vocalista do grupo ao qual Mark Morton pertence, além de contar também com a participação de Alissa White-Gluz, do Arch Enemy. E é interessante ver também que ambos os vocalista, que costumam usar apenas vocais guturais em suas bandas, nessa faixa usaram tanto os guturais quanto os vocais limpos.

Bom, podemos dizer que o “Anesthetic” é um verdadeiro prato cheio para os fãs das vertentes mais modernas do metal. Comparando um pouco com o primeiro álbum solo do Slash, onde também houveram vários convidados, enquanto o guitarrista do Guns n Rose meio que adaptou cada canção ao estilo do convidados (os quais foram bem variados), no “Anesthetic” o Mark Morton não precisou fazer muito isso, nem mesmo na faixa onde Naeemah Maddox participa.

O álbum teve uma sonoridade linear em sua maioria, e grande parte dos convidados se encaixavam perfeitamente na proposta sonora do Mark Morton, até mesmo aqueles que eram de fora do metal.

A única parte ruim do disco é a sua curta duração (45 minutos), pois é um álbum o qual você pode ficar ouvindo duas horas direito sem problema nenhum.

Nota: 9,5

Mark Morton – Anesthetic
Data de lançamento: 01 de março de 2019
Gravadora: Spinefarm Records

Tracklist

01 Cross Off (feat Chester Bennigton)
02 Sworn Apart (fest Jacoby Shaddix)
03 Axis (feat Mark Lanegan)
04 The Never (feat Chuck Billy and Jake Oni)
05 Save Defiance (feat Myles Kennedy)
06 Blur (feat Mark Morales)
07 Back From the Dead (feat Josh Todd)
08 Reveal (feat Naeemah Maddox)
09 Imaginary Days
10 The Truth Is Dead (feat Randy Blythe and Alissa White-Gluz)

Formação

Mark Morton – vocal, guitarra e baixo
Paolo Gregoletto – baixo
Alex Bent – bateria
Marc Ford – guitarra
Mike Inez – baixo
Steve Gorman – bateria
David Ellefson – baixo
Roy Mayorga – bateria
Ray Luzier – bateria
Yanni Papadopoulos – baixo
Jean-Paul Gaster bateria
Chris Brooks – teclado

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