Falar do metal latino para muitos é olhos direcionados para o Brasil e Argentina correto? Não agora! Diante do crescimento do estilo por todo o globo fica fácil encontrar bandas seguindo os mais distintos estilos desde as profundezas da África até a ponta mais gélida da Rússia. Sendo assim vamos mirar nossos ouvidos em mais um lançamento deste ano tão produtivo de 2017, em ‘Waves Of Steel‘ da banda peruana Mandrágora.
Mas antes que ingressemos ao álbum em si vamos conhecer um pouco da história desta jovial banda:
MANDRÁGORA, é uma banda de Heavy Metal da cidade de Nuevo Chimbote, Peru. Formada no final de 2007 por Jorge Mandrágora (baixo), Pablo Campana (guitarra), Fátima NattHammer (vocal) e Beto Aspilcueta (bateria). No início, os temas eram compostos em espanhol e seu conteúdo girava em torno da mitologia.
No início de 2008, a banda decidiu fazer algumas mudanças no som, o tema começa a tomar forma e as músicas são cantadas em inglês.
Mandrágora consegue assim tocar consecutivamente em concertos realizados em pubs, como: “El Bucanero“e “Dinosaurios“. Também foi possível sair pela primeira vez fora da cidade, chegando a Trujillo, um concerto no qual o palco foi compartilhado com bandas locais como Bestial Possesion, Stygia e Evil Damn.
Em setembro do mesmo ano, um ensaio arcaico intitulado “Never Surrender” foi gravado com quatro faixas e um EP promocional intitulado “Return to Metal” nos registros de Johonson.
Mandragora redireciona seu som para o metal tradicional e a linha da NWOBHM é o novo caminho, acentuando seu estilo com guitarras mais duras e harmonizações.
Este som mais agressivo e devastador foi usado em novembro de 2008, graças ao “Volumen de Acero Producciones” e Franz Ceternium, assim foram ser convidados para o “AYATAQUI METAL FEST I” na cidade de Cajamarca.
O palco foi compartilhado com “Violencia” (Lambayeque) e “Miasma” (Chiclayo) e o melhor da cena de Cajamarca com Atlantis, Suicídio e Kronus. E um grande show foi realizado naquela noite consolidando a banda no circuito.
No início de abril de 2009, Mandrágora fez algumas apresentações em Nuevo Chimbote com Stonehead, Lemmings e Shrapnel para o TRIBUTE TO BEAST, comemorando a chegada do IRON MAIDEN no Peru e uma semana depois, o show HEAVY METAL FEST I.
Confira o vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=Z4IV8dzJLTk
Passando agora para sua discografia a banda finalmente lança em julho de 2010 sua primeira demo, contendo seis faixas, intitulado ‘Steel Metal‘, e apenas em 2014 sai seu EP ‘First Attack‘ com apenas duas faixas.
A banda ainda faria uma compilação em 2015 intitulada “Steel Metal Attack” e apenas em outubro de 2017 sai definitivamente o trabalho definitivo deste grupo pela Infernö Records.
Agora sim podemos voltar as faixas deste álbum, considerando primeiramente a capa com uma bela arte que salta aos olhos de Juan Camilo Mäzutier, algo que provavelmente me chamaria a atenção rapidamente, ainda mais em vinil. E se tratando de fãs da linha ACID, ACCEPT, SAXON, IRON MAIDEN e JAGUAR em tempos distantes este trabalho apresenta um crescimento significativo da banda que agradará facilmente.
É realmente gratificante encontrar mais uma banda que busca seu crescimento profissional, e ainda mais com uma vocalista tão potente e promissora como Fátima Natthammer e sua mescla vocal que me remete a Lita Ford e de Aline Nunes do Fire Strike, banda de quem já falamos aqui anteriormente.
Partindo da primeira faixa e título do álbum “Waves of Steel” já encontramos uma linha bem tradicional, bateria e guitarras bem alinhadas e o encaixe tênue da voz de Fátima. Um fator interessante e quase pecaminoso é a questão de sotaque local com o inglês, algo que se torna estranho em alguns momentos mas que trás uma personalidade ao perfil da vocalista.
Seguindo por “Dead Souls” algo me trás mais familiaridade com bandas do cenário australiano de quem falo tanto. Apesar do contrato com a Inferno Records e todos sabemos de seu profissionalismo, ainda sim sinto aqui que algo falta, mas enfim é uma excelente música, rápida e direta.
Já “Siren“, faixa que inclusive ganhou vídeo clipe oficial, tem uma linha mais lenta e performática, e as guitarras executam um trabalho primoroso. Os agudos também saltam aos ouvidos sem incomodar, fator que se deve graças a voz mais grave de Fátima. Apenas um pecado é cometido aqui, alias, infelizmente é um fator presente em todo o álbum, a baixa presença do baixo, no estilo “cordas soltas” que poderia ser facilmente trocado por linhas mais pulsantes e limpas, o que daria um corpo melhor a melodia. Aliás, este comportamento parece ter se tornado constante nas bandas desta nova linha do metal tradicional o que é uma pena, afinal por mais que guitarristas e vocalistas discordem o baixo e a bateria serão sempre o coração e aorta de qualquer banda, é nelas que a energia primária se encontra, mas enfim, são uma banda em fase de evolução. No mais é uma canção grudenta que adere a mente em instantes.
https://www.youtube.com/watch?v=TU92yFHuro8
Chegando agora a “Hell Night“, “Demon Owl” e “Abraxier” com melódias bem similares mas envolventes, boas mas nada que me chame muita a atenção. Situação que muda em “Planet of the Silver Crown“, esta sim é uma canção que me despertou grande interesse, pulsante e intrigante.
Chegando próximo do fim em “Steel Metal” observamos que a banda seguiu em frente mas sem esquecer de seu passado e agora a faixa é reintegrada em seu enfim full-lenght.
Outro fator que é bom ressaltar e que se tornou repetitivo dentro da nova geração do metal é de álbuns curtos, e por mais que alguns digam “a quantidade é boa” eu ainda fico curiosa pelo mais poderia vir de jovens envolvidos. Sendo assim nos despedimos deste trabalho em “Someone” e entre todas deste trabalho esta é uma que simplesmente adorei e pode ser conferida abaixo. Um misto de metal tradicional com as linhas supremas do Rock’n’Roll, apenas adoraria escutar melhor o baixo.
https://www.youtube.com/watch?v=83gtdPKU_AM
De forma geral podemos concluir se tratando de um material muito interessante e agora é ficar de olhos abertos pelo que estes jovens músicos podem nos trazer no futuro.
Mas para você no Brasil que gostaria de ver esta banda mais de perto eis a oportunidade, o grupo estará presente no Open the Road Festival Open Air – 2018 em Londrina, Paraná, na nova edição Open Air do festival, ao lado de grandes nomes como LEVIAETHAN,BURN THE MANKIND. Dominus Praelii eConquistadores. entre os dias 10 e 12 de Fevereiro de 2018.
Tracklist
1. Waves of Steel
2. Dead Souls
3. Siren
4. Hell Night
5. Demon Owl
6. Abraxier
7. Planet of the Silver Crown
8. Steel Metal
9. Someone
Membros
Fátima Natthammer: Vocal
Jorge Mandrágora: Baixo
Herman Gers: Guitarra solo
Paudo Roquet: Guitarra rítmica
Abel Ríos: Bateria
Conheça a banda
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