Após praticamente trinta anos de banda, Robb Flynn encontra-se em uma situação não muito favorável com o Machine Head. Hoje tem o fiel escudeiro Jared MacEachern no baixo, além dos novos integrantes Matt Alston e Vogg Kieltyka, respectivamente na bateria e guitarra.
Mesmo com os novos membros sendo competentes e ótimos músicos, é inegável que a banda perdeu muito com a saída de Dave McClain e Phil Demmel alguns anos atrás, quando a banda estava bastante afiada vindo de álbuns bastante coesos, como The Blackening (2007), Unto The The Locust (2011) e Bloodstone & Diamonds (2014); com o lançamento de Catharis (2018), foi onde a banda acabou tendo suas diferenças e a saída fatal aconteceu.
Aos poucos Flynn foi moldando a banda, primeiramente com o retorno de dois membros clássicos da banda, Chris Kontos e Logan Madder, mas somente para uma turnê comemorativa dos 25 anos do primeiro álbum, Burn My Eyes (1994). Como membros oficiais, Vogg Kieltyka (Decapitated) na guitarra e Matt Alston (Devilment, Eastern Front) na bateria.
Com a formação estabelecida, a banda não preparou nenhum álbum desde então, mas tem lançado singles com uma certa frequência, como Do Or Die, Circle The Drain e My Hands Are Empty. Essas faixas seguindo a linha do álbum Catharis, com uma direção voltada ao Groove e Nü Metal, se distanciando do Thrash Metal de seus melhores anos.
Agora o Machine Head lança Arrows In Words From The Sky, um single de três faixas que define a direção que o líder Robb Flynn quer seguir daqui em diante. As três faixas, Become The Firestorm, Rotten e Arrows In Words From The Sky. Vamos falar de cada uma em um tópico pra dissecá-las com precisão.
Become The Firestorm: um Thrash muito melódico onde Alston usa muitos blast beats, com riffs mais harmônicos e agudos, onde Flynn usa sua voz rasgada nos versos e a limpa no refrão melódico. A faixa ainda conta com um breakdown com bastante Groove, além de solos magníficos do vocalista e Vogg. Uma faixa que arrisca uma volta ao Thrash e até funciona, lembrando o que a banda fez com maestria em The Blackening.
Rotten: essa é mais Groove e Flynn parece mais raivoso nos vocais, mostrando seu vocal limpo apenas na ponte. O trabalho de guitarras aqui é interessante, com bases e solos acima da média, algo que sempre foi uma marca da banda. Seu refrão não é tão forte como da primeira faixa, mesmo assim tem uma constancia interessante.
Arrows In Words From The Sky: a faixa-título começa cadenciada e com a voz de Flynn cheia de efeitos acompanhado um dedilhado mais sombrio. Quando a banda entra, a melodia continua parecida, agora com riffs mais distorcidos. Seu refrão é mais arrastado e bastante melódico, se tornando memorável. O vocalista usa seu vocal agressivo em alguns backing vocal harmônicos e na ponte, predominando o vocal limpo. Um solo cheio de feeling ainda enriquece a faixa que acaba sendo a melhor do EP.
Seguindo uma produção mais limpa, as faixas conseguem destacar todos os elementos, desde os principais riffs até os mais profundos vocais harmônicos. Alston mostra grande qualidade em sua performance, usando muito bem os pedais duplos e não abusando dos blast beats, tocando-os na hora certa. Vogg já provou em sua principal banda que tem uma qualidade distinta na guitarra e aqui faz um trabalho impecável. Flynn parece ter um bom time no Machine Head novamente e seguindo essa linha de raciocínio com as novas músicas dos próximos lançamentos, tem tudo pra colocar a banda em alta novamente.
Machine Head — Arrows in Words from the Sky
Lançamento: 11 de junho de 2021
Gravadora: Nuclear Blast
Tracklist:
01. Become the Firestorm (05:00)
02. Rotten (04:47)
03. Arrows in Words from the Sky (05:55)
Formação:
Robb Flynn — vocal, guitarra;
Jared MacEachern — baixo, backing vocal;
Vogg Kieltyka — guitarra;
Matt Alston — bateria.
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NOTA: 9,0
