O compositor,
cantor e guitarrista Lucas Ray acaba de lançar seu primeiro EP, intitulado ”SPHINX”,
em todas as plataformas digitais de streaming no Brasil e no mundo. O trabalho
conta com a participação dos renomados músicos Alexandre Panta (baixo), Bruno
Valverde (bateria, Angra) e Neemias Teixiera (teclados) e faz parte do EP “SPHINX”.
E EP é uma coletânea de trabalhos do artista e, com misturas de estilos e
propostas temáticas, se mostra como uma excelente estreia de ótimas músicas e
performances arrasadoras.
“SPHINX” não poderia começar de forma mais perfeita. A faixa instrumental “Reveries”
é uma viagem por temas, frases e dinâmicas que se entrelaçam formando uma
harmonia de musicalidade com técnica, algo raro em um mundo musical povoado por
uma tendência a deixar de lado a essência musical em nome da velocidade e do
shredding.
“Run, Rabbit Run”, inspirada na mitologia maia e no longa-metragem A Fonte da
Vida, de Darren Aronofsky, apresenta o músico em um momento que prova ser
possível dialogar com diferentes climas, desde uma proposta mais pesada, até
climas psicodélicos, passando por dinâmicas com instrumentos de percussão
(incluindo passagens de ritmos brasileiros, além de outros mais étnicos). O
ponto alto é como Lucas Ray consegue uma unidade na música mesmo com essas
misturas, coisa que, em outras situações, pode soar como uma colcha de
retalhos. Definitivamente não é o caso.
Em “Xibalba” o clima latino da percussão toma conta e dialoga com a bela
melodia de voz, as linhas de baixo trabalhadas e marcantes que hora se destacam
pelas frases e acentuações, hora permanecem “segurando” a música de forma
consciente com a necessidade da faixa. O tema de guitarra é um ponto alto que
define a sonoridade muito eficientemente.
“Iceland” dá continuidade com uma levada em compasso composto que, junto a
instrumentos acústicos e percussão, valoriza o clima “visual” que a faixa
oferece, sem perder a linguagem fusion e os momentos quase líricos das melodias.
A faixa “SPHINX, Pt.1”, primeira que dá nome ao EP, começa com belos acordes no
violão e uma melodia vocal marcante e suave ao mesmo tempo. Após essa
introdução, um instrumental forte mostra que a força da proposta que virá
também inclui peso, energia e uma musicalidade profunda, técnica e marcante que
deve agradar fãs de Prog, Fusion e Heavy igualmente. No meio, um astral rap
quebra a sequência (no bom sentido), mais uma vez provando que é possível
mesclar estilos sem perder a personalidade.
Fechando o EP, “SPHINX, Pt.2” é quase um épico de climas e momentos que crescem
e se tornam intimistas, caminhando por diversas paisagens de sons e temas. Um
final grandioso para um trabalho excelente.
Talvez a única coisa que pudesse valorizar ainda mais a música de Lucas Ray seria
um melhor som final de voz, não no sentido de uma melhor performance, mas na
parte técnica, mais brilho, mais profundidade, mais presença sonora. Algo que
certamente pode ser resolvido em futuros lançamentos através da captação do
vocal ou ainda da mixagem.
O veredito final é que o EP SPHINX é um “must” para amantes de sons trabalhados
e com profundidade.