Esse talvez seja um dos álbuns mais difíceis de ouvir em toda minha vida. Esse ao vivo do Linkin Park, sem dúvidas, será o mais triste álbum para os fãs da banda. “One More Light Live” é uma compilação de faixas ao vivo, gravadas durante os últimos show de Chester, que infelizmente cometeu suicídio em Junho desse ano.
É triste resenhar uma álbum que conta com os últimos momentos de seu ídolo no palco, mas o jogo precisa continuar.
Começando os trabalhos, temos a maravilhosa intro onde Mike Shinoda canta um trecho de “Roads Untraveled” por cima de notas eletrônicas e com voz distorcida, típica introdução da banda em seus shows, que abre para “Talking To Myself“, faixa de “One More Light” (2017), que caiu muito bem como faixa de abertura nos shows.
As faixas do último álbum soam muito melhores ao vivo, contam com uma mixagem mais crua que as deixa mais ricas em detalhes. Vide “Nobody Can Save Me“, onde é possível ouvir a guitarra mais claramente tocada por Chester, assim como em “Battle Symphony“. “Invisible” também se destaca, Mike consegue segurar bem no vocal principal.
E não é diferente das faixas antigas, pois ao vivo, o Linkin Park sempre tenta dar uma repaginada nos arranjos das mesmas, como por exemplo em “Leave Out All The Rest” e “What I’ve Done“, faixas do “Minutes To Midnight” (2007) que ganharam introdução e finais estendidos que funcionaram muito bem nos shows. Outra que ganhou uma nova roupagem foi “Crawling“, clássica faixa do “Hybrid Theory” (2000) que aqui aparece totalmente acústica e com vocais limpos e doces de Chester, um dos momentos mais emocionantes do álbum.
A faixa “One More Light” já era de cair lágrimas, tanto por sua melodia quanto pela letra, que fala sobre a perda de um ente querido, mas após a morte de Chester, a faixa ganhou um peso emocional ainda maior. Nos shows, Bennington descia até a platéia e cantava com a alma muitas vezes abraçando os fãs. É a faixa mais difícil de se ouvir.
Os clássicos “In The End” e “Numb” estão presentes e é possível sentir a energia do público no momento em que são tocadas, todos cantam junto e isso emociona bastante. Uma parte interessante é na faixa “Sharp Edges“, onde Chester toca violão junto a Brad Delson no centro do palco, uma performance bem intimista que também tira lágrimas do ouvinte.
“Heavy” tem uma energia incrível ao vivo, ela que foi alvo de muitas críticas quando foi lançada, hoje em dia é bem aceita pelos fãs. Chester mostra que conseguia levar a faixa sozinho, sem a participação da cantora Kiiara, como no álbum. Fechando, como de costume, temos “Bleed It Out“, com a energia de sempre, essa é a faixa perfeita que a banda fez para encerrar seus shows.
A produção toda está de parabéns, a bateria as vezes parece artificial, mas isso é por conta da mixagem mais encorporada ao Pop, mas isso não deixa de ser bom, pois tudo se encaixa com o som da banda. A performance de Chester é simplesmente espetacular, aquela voz que vai da suavidade à agressividade em milésimos impressona, mesmo em performances de faixas que podem soar enjoativas para os fãs de raiz.
Fica aquele sentimento de saudade e tristeza, por conta de saber que essa voz infelizmente se calou, misturados com orgulho e felicidade de saber que tivemos a oportunidade de ser fãs de um dos maiores vocalistas da história.
Formação:
Chester Bennington (vocais, violão e guitarra);
Mike Shinoda (vocais, teclado, guitarra);
Brad Delson (guitarra, violão);
Dave Phoenix Farrell (baixo, guitarra);
Rob Bourdon (bateria);
Joe Hahn (DJ).
Faixas:
01. Talking To Myself
02. Burn It Down
03. Battle Symphony
04. New Divide
05. Invisible
06. Nobody Can Save Me
07. One More Light
08. Crawling
09. Leave Out All The Rest
10. Good Goodbye (feat. Stormzy)
11. What I’ve Done
12. In The End
13. Sharp Edges
14. Numb
15. Heavy
16. Bleed It Out