Um dos nomes mais conhecidos no mundo do Rock, que divide opiniões, mas que inegavelmente faz boa música. É assim que o Linkin Park é visto por muitos hoje em dia.
A banda, que foi precursora do polêmico Nu Metal (rótulo que a banda sempre renegou), hoje tem o estilo próprio, que podemos definir como um som híbrido, assim como foi o um dos primeiros nomes da banda, Hybrid Theory, e a real proposta do estilo musical, que desde o início era a mistura de Rock, Hip-Hop e elementos eletrônicos.
Tudo começou em 1996, quando os amigos Mike Shinoda, Rob Bourdon e Brad Delson, começaram a fazer música como um hobbie no tempo livre entre as aulas da faculdade. Após se formarem, começaram a levar a sério a música que vinham fazendo e chamaram outros três amigos, Joe Hahn e Dave Pharrel e Mark Wakefield (vocalista original), formando assim a banda Xero.
A falta de oportunidade e de sucesso do grupo, fez com que Wakefield se afastasse da banda. Após algum tempo procurando um substituto, a banda recrutou um vocalista do Arizona, indicado pelo vice-presidente da Zomba Music, Jeff Blue. Esse tal vocalista era nada mais , nada menos que Chester Bennington.
Com a nova formação a banda decidiu mudar o nome de Xero para Hybrid Theory, mas por problemas autorais, foi obrigada a mudar de nome novamente, dessa vez escolheram Linkin Park.
Ao longo de sua carreira, a banda californiana alcançou um sucesso meteórico, vendendo pelo menos 68 milhões de cópias no mundo todo.
Como tudo tem um começo, hoje falaremos do álbum de estreia, intitulado “Hybrid Theory”, lançado em 2000 pela Warner Bros.
Vamos então a uma análise bem detalhada sobre o álbum:
Começamos com a hoje clássica “Papercut”, que é a porta de entrada da banda. Vocais em forma de rap feitos por Mike Shinoda, mesclados com vocais melódicos de Chester Bennington. Até hoje é tocada nos shows da banda, tem uma pegada bastante enérgica. Foi escolhida como terceiro single do álbum.
“One Step Closer” tem um riff bem marcante, e conta com mais vocais cantadas e pela primeira vez ouvimos os famosos gritos de Chester. Foi o primeiro single da história da banda e também ganhou um clipe oficial.
Foi a escolhida por vários anos, para fechar os shows da banda, isso devido ao seu final bastante agressivo, com Chester gritando bastante.
“Shut Up! Shut Up! Shut Up!
Shut Up when i’m talking to you!”
Na sequência temos a ótima “With You”, cujo a letra fala de amor, seguida de “Points of Authority”, que se assemelha à primeira faixa, com uma pegada bem enérgica e duetos de Rap e Metal dos vocalistas.
A quinta faixa, “Crawling”, foi o segundo single. Essa contém o mínimo de rap, dando mais ênfase aos vocais limpos em seus versos, se arrastando até os gritos em seu refrão. A música rendeu ao Linkin Park um Grammy de “Melhor Performance Hard Rock” em 2002.
O disco tem uma pequena queda com as próximas duas faixas, “Runaway” e “By Myself”. A primeira é mais cadenciada e quebra o ritmo do álbum, tem seus momentos pesados, mas nada comparada as outras faixas. A segunda já é mais pesada, mas conta com versos enjoativos, não tem a mesma pegada das outras mais pesadas do play.
Aqui chegamos na faixa “In The End”, preferida de boa parte dos fãs. É a música que mais perfeitamente mostra o que o Linkin Park sabe fazer de melhor. A introdução melódica do piano logo nos leva a versos rapeados de Shinoda, que se arrasta ao refrão perfeito cantado por Chester. A mistura perfeita que o Linkin Park propôs desde seu início. Presença garantida nos shows. A música foi o quarto single e ficou em primeiro nas paradas de vários países.
“A Place For My Head” é a mais pesada do álbum, com os raps bem agressivos e o refrão bem marcante, além de uma ponte gritada espetacularmente por Chester. Deveria ser a faixa pra fechar o tracklist, mas não é o que acontece. Em seguida temos “Forgotten”, que não empolga muito e acaba se tornando esquecida (sem trocadilhos) na audição.
A instrumental “Cure For The Itch” é um tanto quanto desnecessária, serve apenas para mostrar as habilidades do DJ Mr. Hahn em seus Scratches.
Pra fechar o álbum, a música “Pushing Me Away” mostra um experimentalismo que seria mais explorado nos lançamentos futuros da banda, como em “Minutes To Midnight” (2007) e “Living Things” (2012). Música muito mais melódica, sendo um Rock muito bem tocado pela banda, se for pra comparar com alguma outra do álbum seria com “Crawling”, por conta de sua estrutura.
A banda ainda havia lançado como bônus em alguns países as faixas “My December” e “High Voltage”.
Vale dar um destaque para a capa, o soldado com asas de libélula foi desenhado por Mike Shinoda, que explicou o significado em uma entrevista. Confira o trecho abaixo:
“Como se pode ver através das coisas que temos feito no Linkin Park durante os anos, isso é apenas algo com o que sou pessoalmente obcecado. Mesmo no primeiro álbum do Linkin Park, ‘Hybrid Theory’, e essa é a razão por trás do soldado com asas de libélula na capa. Trata-se da dureza em contraste com a suavidade. Embora tenhamos momentos em que queremos tocar algo brutalmente alto e ter o Chester gritando até não poder mais, nós também somos a banda que escreveu ‘My December’ ou que cantou algo mais leve. Ambos exemplos vieram naturalmente até nós e, nós amamos fazer os dois. ”
“Hybrid Theory” é considerado o oitavo álbum mais popular da história, e não é pra menos – introduziu o Linkin Park na cena musical de forma brilhante. Por ser um álbum de estreia, é no mínimo impressionante o sucesso alcançado.
Vendeu cerca de cerca de 24 milhões de cópias pelo mundo inteiro, sendo disco de diamante nos Estados Unidos (equivalente a 10 milhões de cópias vendidas somente neste país).
É um álbum com vários sucessos, que mostra uma banda muito entrosada e determinada a mostrar o seu som para o mundo. Tudo é bem encaixado e a mixagem se destaca por deixar o ouvinte ouvir com clareza todos os elementos, indispensável para os fãs de música boa, mas claro, contém seus defeitos. O álbum soa repetitivo demais em certas partes, segue a mesma estrutura de verso-refrão-verso-refrão-ponte-refrão, o que futuramente acabou se desgastando e a banda tomou outra direção. O que faz com que esse álbum seja tão especial, é a diferença do Linkin Park para com as outras bandas da época, nada desse tipo havia aparecido no cenário, apesar do sucesso do Nu-Metal. É um álbum que merece no mínimo uma conferida.
Curiosidade: A banda foi rejeitada dezenas de vezes pela Warner antes de finalmente conseguirem o contrato.
O baixista Dave “Phoenix” Pharrel não participou do álbum, mas se juntou à banda logo depois na turnê de divulgação.
Formação:
Chester Beninngton (vocais);
Mike Shinoda (vocais, guitarra, piano);
Brad Delson (guitarra, baixo);
Rob Bourdon (bateria);
Mr. Hahn (DJ, samplers, scratches);
Faixas:
01 – Papercut
02 – One Step Closer
03 – With You
04 – Points of Authority
05 – Crawling
06 – Runaway
07 – By Myself
08 – In The end
09 – A Place For My Head
10 – Forgotten
11 – Cure For The Itch
12 – Pushing Me Away